Impopularidade de Janja Ameaça Refletir Negativamente em Lula, Alerta Estadão

A popularidade da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, sofreu uma significativa declínio desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com pesquisas, Janja perdeu quase metade de sua popularidade desde as primeiras semanas do mandato. Em fevereiro de 2023, 41% dos eleitores tinham uma opinião positiva sobre ela, enquanto em dezembro de 2024, este índice caiu para 22%. Paralelamente, a avaliação negativa sobre Janja aumentou de 19% para 28%, e os que a veem como regular passaram de 22% para 30%.
Janja emergiu como uma figura política proeminente durante a campanha eleitoral e após a posse de Lula, assumindo um papel ativo na influência do governo. Ela interfere frequentemente nas mensagens da Secretaria de Comunicação da Presidência e atua como estrategista e consultora nas redes sociais do presidente. Suas ações, no entanto, têm gerado sucessivas polêmicas, como a recente ofensa ao empresário Elon Musk durante uma reunião do G20.
Além de sua influência direta na comunicação governamental, Janja conta com uma equipe informal de ao menos 12 pessoas que a apoiam em suas atividades. Essa equipe inclui assessores de imprensa, fotógrafos, especialistas em redes sociais e um militar como ajudante de ordens. Os gastos com essa equipe já ultrapassaram R$ 1,2 milhão em viagens desde o início do mandato de Lula em 2023.
A influência de Janja se estende também a indicações em ministérios. Ela foi responsável por indicar a amiga Maria Helena Guarezi para o cargo de secretária-executiva do Ministério das Mulheres e a cantora Margareth Menezes para o Ministério da Cultura. Essas ações reforçam sua presença ativa na esfera governamental.
A perda de popularidade de Janja pode ter implicações políticas para o governo de Lula. A primeira-dama, que inicialmente era vista como um ativo político, agora enfrenta uma avaliação pessoal pior do que a do governo como um todo. Isso serve como um alerta para a necessidade de calibrar suas aparições e ações, evitando que sua impopularidade afete negativamente a percepção pública do governo.
Conclusão
A situação de Janja reflete a complexidade de um papel que tradicionalmente é visto como mais discreto. Para manter a estabilidade e a confiança pública, é crucial que figuras públicas como a primeira-dama mantenham um equilíbrio entre sua influência e a transparência de suas ações. Em um contexto onde a liberdade econômica e a responsabilidade fiscal são valorizadas, é essencial que os gastos e a estrutura de apoio a figuras públicas sejam justificáveis e transparentes. Além disso, respeitar os costumes e tradições que moldam a percepção pública pode ajudar a evitar polêmicas desnecessárias e manter a harmonia na gestão governamental. Portanto, uma abordagem mais cautelosa e respeitosa às convenções pode ser benéfica para ambos, Janja e o governo de Lula.