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Hugo Motta homenageia Ulysses Guimarães em discurso de posse na Câmara

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Hugo Motta evoca legado de Ulysses Guimarães em discurso inaugural na Câmara.

Novo presidente da Casa homenageia ícone da redemocratização.

Em um gesto carregado de simbolismo, o recém-empossado presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), prestou homenagem ao legado de Ulysses Guimarães durante seu discurso inaugural no sábado, 1º de fevereiro de 2025. Motta, que aos 35 anos se tornou o mais jovem parlamentar a assumir o comando da Casa em seus quase dois séculos de história, ergueu um exemplar da Constituição Federal de 1988, replicando o icônico gesto de Ulysses na promulgação da Carta Magna. O ato não apenas evocou a memória do histórico líder da redemocratização, mas também reafirmou o compromisso do novo presidente com os valores democráticos. “Estaremos sempre com a democracia, pela democracia e com a democracia”, declarou Motta, ecoando o espírito do “Senhor Diretas” e reiterando a importância do Legislativo como bastião contra ameaças às instituições democráticas.

A cerimônia de posse, que marcou o início da nova legislatura, foi palco de uma série de referências à trajetória política de Ulysses Guimarães. Motta, em seu discurso, não apenas reproduziu gestos, mas também citou diretamente frases emblemáticas do político paulista. “Tenho ódio e nojo à ditadura”, afirmou o novo presidente da Câmara, repetindo as palavras proferidas por Ulysses em 1988. Esta declaração enfática serviu como um lembrete da importância da vigilância constante na preservação das liberdades democráticas conquistadas após o período do regime militar. O deputado paraibano também fez questão de ressaltar a relevância do trabalho coletivo na condução dos trabalhos legislativos, citando Ulysses: “Muitos têm maior probabilidade de acertar do que um só”. Esta menção evidencia a intenção de Motta em promover um ambiente de diálogo e cooperação entre as diferentes bancadas e partidos representados na Câmara.

O discurso de Hugo Motta transcendeu a mera homenagem, estabelecendo um paralelo entre os desafios enfrentados por Ulysses Guimarães durante o processo de redemocratização e os obstáculos contemporâneos à consolidação da democracia brasileira. Ao afirmar que “a memória de Ulysses deve iluminar corações e mentes nestes tempos difíceis”, o novo presidente da Câmara reconheceu a necessidade de vigilância constante e ação proativa na defesa das instituições democráticas. Motta enfatizou o papel crucial do Legislativo neste contexto, declarando que “não existe ditadura com Parlamento forte” e que “o primeiro sinal de todas as ditaduras é minar e solapar todos os parlamentos”. Estas declarações ressoaram como um alerta contra tentativas de enfraquecimento do poder legislativo e reafirmaram o compromisso da Câmara dos Deputados em atuar como um contrapeso essencial no sistema de freios e contrapesos da República. Além disso, o novo presidente destacou a importância da liberdade de imprensa como pilar fundamental da democracia, declarando que “não há democracia sem imprensa livre e independente”.

Ao concluir seu discurso, Hugo Motta fez uma referência ao filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, indicado ao Oscar 2025, que retrata a história do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido durante o regime militar. Esta menção não apenas conectou o passado ao presente, mas também serviu como um lembrete poderoso dos custos humanos da supressão democrática. “Temos que estar sempre do lado do Brasil, em harmonia com os demais Poderes. Encerro com uma mensagem de otimismo: ainda estamos aqui”, afirmou Motta, sinalizando sua intenção de liderar a Câmara dos Deputados com um olhar voltado para o futuro, mas sem esquecer as lições do passado. O discurso de posse de Hugo Motta, permeado por referências históricas e compromissos democráticos, estabeleceu o tom para sua presidência, prometendo uma gestão que honre o legado de figuras como Ulysses Guimarães enquanto enfrenta os desafios contemporâneos da política brasileira.