Governo reduz limite de ultraprocessados na merenda escolar: “Quando a gente come, a gente fica inteligente”

Nova medida visa melhorar alimentação dos estudantes.
A nova resolução, elaborada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, estabelece metas ainda mais ambiciosas para os próximos anos. Em 2026, o limite de ultraprocessados na merenda escolar deverá ser reduzido para apenas 10%, reforçando o compromisso do governo com a promoção de hábitos alimentares mais saudáveis entre crianças e adolescentes. O PNAE, responsável por essa iniciativa, atende atualmente cerca de 40 milhões de estudantes em aproximadamente 150 mil escolas distribuídas pelos 5.570 municípios brasileiros. São servidas diariamente 50 milhões de refeições, totalizando cerca de 10 bilhões por ano, com um custo anual estimado em R$ 5,5 bilhões. A magnitude desses números ressalta a importância e o impacto potencial dessa mudança na saúde e no desenvolvimento dos estudantes em todo o país.
Durante o evento, o presidente Lula enfatizou a relevância histórica da educação e da alimentação adequada para o desenvolvimento das crianças e do país como um todo. Ele destacou que, até o início do século passado, a educação não era uma prioridade para muitas famílias, e que meninas eram frequentemente privadas do acesso à escola. O presidente também ressaltou a importância da alimentação escolar no processo de aprendizagem, citando o educador Paulo Freire: “Quando a gente come, a gente fica inteligente”. Essa declaração reforça o entendimento de que uma alimentação adequada é fundamental para o desempenho escolar e o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Além da redução dos alimentos ultraprocessados, a nova resolução também regulamenta a aquisição de gêneros alimentícios com recursos do PNAE via agricultura familiar, priorizando assentamentos de reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas, e grupos formais e informais de mulheres.
A implementação dessa nova política alimentar nas escolas representa um desafio significativo, mas também uma oportunidade para promover mudanças positivas nos hábitos alimentares da população brasileira a longo prazo. Ao reduzir a presença de alimentos ultraprocessados e incentivar o consumo de alimentos mais naturais e nutritivos, espera-se não apenas melhorar a saúde dos estudantes, mas também estimular a economia local e a agricultura familiar. O sucesso dessa iniciativa dependerá da colaboração entre diferentes setores da sociedade, incluindo educadores, nutricionistas, agricultores e famílias. À medida que essa política se consolida, será fundamental monitorar seus impactos na saúde e no desempenho escolar dos estudantes, bem como seus efeitos na cadeia produtiva de alimentos, para garantir que os objetivos de promover uma alimentação mais saudável e sustentável sejam plenamente alcançados.
Perspectivas para o futuro da alimentação escolar no Brasil
Com a implementação gradual dessas mudanças na composição da merenda escolar, o Brasil se posiciona na vanguarda das políticas públicas de alimentação saudável para crianças e adolescentes. O desafio agora será garantir a efetiva aplicação dessas diretrizes em todas as escolas do país, considerando as diversidades regionais e as particularidades de cada localidade. A medida não apenas promete melhorar a saúde dos estudantes, mas também pode influenciar positivamente os hábitos alimentares das famílias brasileiras, contribuindo para a redução de problemas de saúde relacionados à má alimentação a longo prazo. O sucesso dessa iniciativa poderá servir de modelo para outros países, reafirmando o compromisso do Brasil com o bem-estar de sua população e o desenvolvimento sustentável.