Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

GM muda estratégia e aposta em software de assistência ao motorista

Compartilhar:

Empresa abandona projeto de táxis autônomos e foca no Super Cruise.

A General Motors (GM) está redirecionando seu foco tecnológico para o sistema de assistência ao motorista Super Cruise, após desistir de investir na frota de táxis robôs da Cruise. A montadora americana anunciou que encerrará o desenvolvimento de veículos totalmente autônomos realizado pela unidade Cruise, revertendo uma estratégia que antes era considerada prioridade máxima do grupo. A decisão vem após a GM ter investido mais de US$ 10 bilhões na Cruise desde 2016, com a expectativa de que o negócio pudesse gerar US$ 50 bilhões em receita anual até 2030. Agora, a empresa aposta no Super Cruise, tecnologia semelhante ao Autopilot da Tesla, como caminho para o futuro da direção assistida e potencial gerador de receitas.

O Super Cruise é um sistema avançado de assistência ao motorista que permite a condução sem as mãos no volante em determinadas situações. Diferentemente dos veículos totalmente autônomos da Cruise, o Super Cruise ainda requer a presença e atenção do motorista. A GM prevê que esta tecnologia trará cerca de US$ 2 bilhões em receita anual total dentro de cinco anos. O sistema está disponível em cerca de 20 modelos mais recentes de veículos elétricos e a gasolina de alto padrão da montadora, incluindo muitos Cadillacs e utilitários esportivos grandes. Para os veículos em que é opcional, os clientes podem acessar a tecnologia por US$ 2.200 a US$ 2.500. Após um período gratuito de três anos, é oferecida aos clientes uma assinatura de US$ 25 por mês ou US$ 250 por ano.

A mudança de estratégia da GM reflete os desafios enfrentados pela indústria automotiva no desenvolvimento de veículos totalmente autônomos. Enquanto empresas como Waymo (da Alphabet) e Baidu continuam investindo pesadamente nessa tecnologia, outras, como a Ford, já haviam recuado de projetos similares devido aos altos custos e complexidades técnicas envolvidas. A GM espera que a reestruturação reduza gastos de cerca de US$ 2 bilhões para US$ 1 bilhão até o final de junho. A presidente-executiva da GM, Mary Barra, destacou que o custo de administrar uma frota de robotáxis é bastante significativo e não se alinha com o negócio principal da empresa. Além disso, a Cruise enfrentou problemas regulatórios e de segurança, incluindo um incidente em outubro de 2023 em São Francisco, onde um de seus veículos atingiu e feriu gravemente um pedestre.

O foco no Super Cruise representa uma abordagem mais gradual e pragmática para a automação veicular. Analistas do setor, como David Whiston da Morningstar, apontam que a receita do Super Cruise tem uma margem muito maior do que a da fabricação de veículos e pode abrir caminho para a aceitação do consumidor de carros totalmente autônomos no futuro. A GM planeja dobrar os cerca de 360 mil veículos da frota do Super Cruise em 2025. Em 2024, aproximadamente 20% dos usuários se inscreveram para uma assinatura após o término do período gratuito, e a empresa tem como meta mais do que dobrar a receita de assinaturas. Esta mudança de direção da GM ilustra como a indústria automotiva está se adaptando às realidades técnicas e econômicas do desenvolvimento de tecnologias de direção autônoma, optando por soluções mais imediatas e comercialmente viáveis enquanto continua a trabalhar em direção a um futuro de mobilidade mais automatizada.

Impactos e perspectivas para o setor automotivo

A decisão da GM de focar no Super Cruise em detrimento dos táxis autônomos reflete uma tendência mais ampla no setor automotivo de buscar soluções de automação mais graduais e comercialmente viáveis no curto prazo. Esta mudança estratégica pode influenciar outras montadoras a reavaliar seus investimentos em tecnologias de direção totalmente autônoma, priorizando sistemas de assistência ao motorista que possam ser implementados mais rapidamente e gerar receitas imediatas. O mercado de tecnologias de assistência ao motorista deve continuar em expansão, com potencial para se tornar um importante diferencial competitivo entre as montadoras nos próximos anos.