Gilson Machado pede pix para custear despesas de Bolsonaro

Gilson Machado lança campanha de arrecadação para custear despesas de Bolsonaro: ‘Vocês não têm noção da nossa preocupação’.
Ex-ministro divulga Pix para ajudar com gastos jurídicos e médicos.
O ex-ministro do Turismo Gilson Machado utilizou suas redes sociais na última sexta-feira (16/05) para lançar uma campanha de arrecadação via Pix destinada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Na publicação, Machado compartilhou o CPF de Bolsonaro como chave Pix vinculada a uma conta do Banco do Brasil, explicando que os recursos serão direcionados para cobrir despesas com advogados, tratamentos médicos e passagens aéreas. O ex-ministro destacou a preocupação com os elevados custos enfrentados pelo ex-presidente, afirmando que são “centenas de despesas de todas as naturezas, principalmente jurídicas, com passagens e também hospitalares”. Gilson Machado fez questão de enfatizar que a iniciativa partiu dele próprio e não do ex-presidente, assegurando aos seguidores que o vídeo divulgado não havia sido gerado por inteligência artificial, como alguns críticos estariam sugerindo. Na legenda da publicação, que já acumulou mais de 20 mil curtidas nas redes sociais, o ex-ministro mencionou que “em apenas um ano, foram gastos cerca de R$ 8 milhões” com as diversas despesas do ex-presidente. Além de Jair Bolsonaro, a arrecadação também visa auxiliar o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que atualmente reside nos Estados Unidos.
A campanha de arrecadação surge em um momento em que o ex-presidente enfrenta diversas ações judiciais, incluindo processos no Supremo Tribunal Federal (STF), onde responde como réu. Durante a divulgação da campanha, Gilson Machado comparou a iniciativa a supostos desvios cometidos por adversários políticos, declarando: “Nossa índole é pedir, jamais colocar a mão no que é dos outros, como a esquerda fez com os aposentados”. Esta afirmação fazia referência à investigação da Polícia Federal que apura o possível desvio de até R$ 6,5 bilhões em benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre 2019 e 2024. O ex-ministro também mencionou que o ex-presidente havia recebido anteriormente cerca de R$ 17 milhões em doações via Pix, mas ressaltou que esses recursos já começaram a “desidratar”, uma vez que aproximadamente R$ 8 milhões teriam sido gastos em apenas um ano. Conforme relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) citado nas publicações sobre o assunto, Bolsonaro teria arrecadado mais de R$ 17 milhões via Pix ao longo de 2023, valor que estaria sendo utilizado para custear suas despesas pessoais, jurídicas e médicas. A nova campanha busca complementar esses recursos para garantir a continuidade do pagamento das despesas do ex-presidente.
A iniciativa de Gilson Machado para arrecadar fundos para Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo representa uma estratégia de mobilização da base de apoiadores do ex-presidente em um momento de desafios financeiros e judiciais. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que também seria beneficiário da campanha, atualmente reside nos Estados Unidos, o que gera custos adicionais para a família. O vídeo divulgado por Machado demonstra uma abordagem direta aos seguidores, apelando para o sentimento de solidariedade com o ex-presidente e suas necessidades atuais. Em sua mensagem, o ex-ministro reforçou que a campanha não está sendo conduzida pelo próprio Bolsonaro, mas sim por iniciativa dele próprio como apoiador e ex-integrante do governo. Esta estratégia visa possivelmente evitar críticas sobre o ex-presidente estar diretamente solicitando recursos financeiros a seus seguidores. O apelo emocional fica evidente quando Machado menciona a preocupação com as diversas despesas enfrentadas pelo ex-presidente, especialmente aquelas relacionadas a questões jurídicas, um tema sensível considerando os diversos processos em andamento. A menção aos gastos médicos também busca sensibilizar os apoiadores, lembrando das questões de saúde enfrentadas por Bolsonaro nos últimos anos, incluindo as complicações decorrentes do atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018.
As perspectivas futuras para esta campanha de arrecadação dependem fundamentalmente da capacidade de mobilização da base de apoiadores do ex-presidente e da continuidade das ações judiciais que motivam parte significativa dos gastos. Considerando que o relatório do Coaf indicou uma arrecadação expressiva de mais de R$ 17 milhões em 2023, existe um precedente de sucesso em campanhas semelhantes. No entanto, o fato de Gilson Machado mencionar que R$ 8 milhões já foram utilizados em apenas um ano sugere que os custos são elevados e continuarão a demandar recursos substanciais no futuro próximo. As despesas jurídicas tendem a se manter elevadas enquanto os processos estiverem em andamento, especialmente considerando a complexidade das ações que envolvem o ex-presidente. Para Eduardo Bolsonaro, os custos relacionados à sua permanência nos Estados Unidos também representam um fator de pressão financeira contínua. A estratégia de utilizar figuras próximas ao ex-presidente, como Gilson Machado, para conduzir as campanhas de arrecadação pode se tornar um modelo para futuras iniciativas semelhantes, permitindo a manutenção do fluxo de recursos sem o envolvimento direto de Bolsonaro nas solicitações. Resta observar se a nova campanha conseguirá atingir volumes de arrecadação comparáveis aos anteriores e se será suficiente para cobrir as despesas crescentes mencionadas pelo ex-ministro em sua comunicação aos apoiadores.
Mobilização de apoiadores continua sendo estratégia financeira importante
A estratégia de arrecadação via Pix iniciada por Gilson Machado representa uma continuidade nos esforços para mobilizar apoiadores em torno das necessidades financeiras do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com gastos significativos relacionados a questões jurídicas, médicas e de deslocamento, tanto para o ex-presidente quanto para seu filho Eduardo Bolsonaro, a campanha busca renovar os recursos que, segundo o ex-ministro, começaram a “desidratar” após o uso de aproximadamente R$ 8 milhões em um ano. As próximas semanas serão decisivas para avaliar a efetividade desta nova rodada de arrecadação e se os apoiadores continuarão respondendo aos apelos financeiros com a mesma intensidade observada em 2023, quando o ex-presidente conseguiu arrecadar mais de R$ 17 milhões via Pix, conforme relatório do Coaf. A gestão desses recursos e sua aplicação nas diversas despesas mencionadas pelo ex-ministro permanecerão como pontos de atenção para os apoiadores e observadores políticos nos próximos meses.