Gasto com Juros Recorde; Dívida Pública Alta em 2024

Gasto com juros atinge recorde e dívida pública sobe em 2024.
Em um cenário econômico de altas taxas de juros, o Brasil encerrou 2024 com indicadores financeiros preocupantes, evidenciando o peso dos encargos da dívida pública. Dados do Tesouro Nacional revelam gastos com juros em níveis recordes, acompanhados pelo contínuo crescimento da dívida pública.
Gasto com Juros: Um Custo Exorbitante
No primeiro trimestre de 2024, o governo gastou R$ 227,8 bilhões com juros, representando quase metade da arrecadação de impostos no período (R$ 468 bilhões). Este valor supera em quase quatro vezes os R$ 55,6 bilhões gastos com salários no mesmo trimestre.
Dívida Pública em Alta
A Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou R$ 7,2 trilhões em novembro de 2024, um aumento de 1,85% em relação a outubro. Apesar do crescimento, o valor permanece dentro da faixa prevista pelo Plano Anual de Financiamento (PAF), que estima a DPF entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões para o fechamento do ano.
Impacto dos Juros Altos
A taxa Selic, mantida em 12,25% ao ano, tem sido alvo de críticas. Economistas argumentam que juros tão altos prejudicam as finanças públicas e a economia como um todo. Paulo Nogueira Batista Jr., ex-diretor do FMI, considera que o Banco Central “exagerou na dose”, concentrando renda, afetando a atividade econômica e gerando insatisfação no setor produtivo.
Comparação Internacional
O Brasil lidera o ranking de países que mais pagam encargos sobre a dívida. Com dívida bruta de 84,67% do PIB e juros básicos em 11,25%, a taxa de juros paga pelo país equivale a 5,97% do PIB, superando México e Índia.
Consequências e Perspectivas
O aumento dos gastos com juros e da dívida pública impacta significativamente as políticas públicas e o desenvolvimento econômico. A Fiesp alerta que, nos últimos 10 anos, os gastos com juros superaram os investimentos em saúde, educação e infraestrutura combinados, evidenciando a necessidade de revisão das prioridades.
O governo enfrenta o desafio de gerenciar essa carga financeira, e a expectativa é de que futuras decisões monetárias reduzam a pressão sobre as contas públicas e criem um ambiente mais favorável ao crescimento. Porém, com a possibilidade de novas altas na taxa de juros, o cenário para 2025 permanece incerto.