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Fim do livre comércio global é debatido por dirigente do BCE

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Declarações no Workshop de Economia destacam fim do livre comércio.

Durante o 36º Workshop sobre Economia e Finanças na European House Ambrosetti, na Itália, Isabel Schnabel, dirigente do Banco Central Europeu (BCE), declarou que as novas tarifas comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos representam um marco no fim do livre comércio global. Ela denominou a adoção das taxas como um “Dia da Libertação” que, em suas palavras, está longe de ser libertador. As declarações foram feitas após o anúncio de medidas que impõem uma tarifa global mínima de 10% para produtos importados pelos Estados Unidos, que entrou em vigor neste sábado. Adicionalmente, tarifas individualizadas para produtos de mais de 180 países, incluindo uma tarifa de 20% para a União Europeia, estão programadas para começar na próxima quarta-feira.

Diante dessas medidas, Schnabel ressaltou que o atual momento é crucial para fortalecer o papel internacional do euro, a segunda moeda mais importante do mundo. Segundo ela, é necessário atrair investidores que buscam alternativas ao dólar. Ao mesmo tempo, a dirigente enfatizou que a Europa não deve ser vista como um oponente dos Estados Unidos, mas sim como um bloco que precisa se preparar contra os desafios geopolíticos. Ela afirmou que é essencial tornar a Europa mais resiliente e competitiva, especialmente em momentos de tensões crescentes no comércio internacional.

Impactos econômicos e resposta europeia às tarifas

A declaração de Schnabel ocorre em um contexto de crescente preocupação com as potenciais repercussões econômicas das novas tarifas americanas. A tarifação imposta pelo governo dos EUA afeta diversos setores, dificultando fluxos comerciais e aumentando custos para os mercados globais. Dentro da União Europeia, a reação às tarifas se intensifica com a promessa de contra-medidas. Especialistas alertam que essas barreiras comerciais podem provocar desaceleração do crescimento econômico europeu e pressionar a inflação em diversas áreas. Além disso, a imposição de tarifas sobre o setor automotivo e industrial europeu, que já enfrenta desafios, pode comprometer ainda mais a competitividade global do bloco.

O BCE tem enfatizado a necessidade de um posicionamento estratégico para mitigar os efeitos desses choques econômicos. Schnabel destacou que fortalecer a independência econômica da Europa em relação a potências como Estados Unidos e China é uma prioridade. Essa visão inclui a construção de uma infraestrutura tecnológica europeia robusta e a promoção de inovação em setores estratégicos, como o de pagamentos digitais, para reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras. Segundo Schnabel, agora é o momento de transformar os desafios em oportunidades para a União Europeia, reforçando a confiança dos mercados internacionais na capacidade do euro como uma moeda de reserva global.

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