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EUA e Reino Unido firmam acordo histórico que transforma o cenário do comércio internacional

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Pacto bilateral elimina barreiras e fortalece aliança estratégica entre potências.

Estados Unidos e Reino Unido assinaram na quinta-feira (8) um tratado comercial bilateral que marca uma nova era nas relações econômicas entre as duas potências mundiais. O presidente americano Donald Trump anunciou o acordo em cerimônia no Salão Oval da Casa Branca, classificando-o como um “avanço inovador” que eliminará barreiras comerciais significativas e ampliará substancialmente o acesso ao mercado para exportações americanas, especialmente no setor agrícola. O pacto, que é o primeiro firmado pela administração Trump após a imposição de altas tarifas a dezenas de parceiros comerciais dos EUA no início de abril, prevê cortes imediatos em impostos de produtos-chave e estabelece um novo equilíbrio nas trocas comerciais entre as nações. Entre os pontos centrais do acordo está a redução da tarifa sobre carros britânicos exportados para os Estados Unidos, que cairá dos atuais 27,5% para 10%, com um limite anual estabelecido de 100 mil veículos. Além disso, o aço e o alumínio britânicos não serão mais taxados, eliminando barreiras impostas desde o primeiro mandato de Trump, enquanto o Reino Unido, por sua parte, reduzirá suas tarifas gerais de 5,1% para apenas 1,8% e oferecerá maior acesso aos produtos norte-americanos em seu mercado interno.

O acordo representa um momento crucial nas estratégias comerciais de ambos os países, especialmente após a saída do Reino Unido da União Europeia, processo conhecido como Brexit, que criou a necessidade de o país estabelecer novos acordos bilaterais com seus principais parceiros comerciais. Donald Trump enfatizou que o pacto “é completo e abrangente, e consolidará o relacionamento entre os Estados Unidos e o Reino Unido por muitos anos”. O presidente americano também destacou que os detalhes completos ainda serão negociados ao longo das próximas semanas, mas adiantou que, segundo o acordo já firmado, o Reino Unido acelerará a entrada de produtos americanos por meio de seu processo alfandegário e reduzirá barreiras para exportações agrícolas, químicas, energéticas e industriais dos Estados Unidos. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, celebrou o acordo, afirmando que a negociação deve criar novos empregos no Reino Unido e fortalecer a economia nacional. Para o setor agrícola americano, o tratado traz ganhos expressivos, com o aumento “dramático” do acesso da carne bovina americana ao mercado britânico – que poderá vender até 13 mil toneladas sem tarifas – além de benefícios para o etanol e praticamente todos os produtos produzidos pelos agricultores dos Estados Unidos, conforme destacou Trump durante o anúncio oficial.

O impacto econômico do acordo deve ser substancial para ambas as nações, com o presidente americano estimando que o pacto inclui “bilhões de dólares em aumento de acesso ao mercado para exportações americanas”. Um dos anúncios paralelos mais emblemáticos que evidenciam a magnitude desta reaproximação comercial foi a compra, por uma companhia aérea britânica, de aproximadamente 10 bilhões de dólares em aviões da Boeing, ressaltando a importância do setor aeroespacial nessa nova fase de cooperação bilateral. Este acordo representa também uma mudança estratégica na política comercial de Trump, que havia imposto tarifas elevadas a diversos parceiros comerciais no início de abril, mas posteriormente suspendeu temporariamente essas tarifas por 90 dias para permitir que os países chegassem a acordos com os Estados Unidos. O Reino Unido surge, assim, como o primeiro país a conseguir estabelecer um novo marco comercial neste período de renegociações, o que foi celebrado por Trump em sua rede social antes mesmo do anúncio oficial: “Por nossa longa história e aliança conjunta, é uma grande honra ter o Reino Unido como o nosso PRIMEIRO anúncio”, escreveu o presidente, acrescentando que outros acordos comerciais, que já estão em estágios avançados de negociação com diferentes parceiros, serão anunciados em breve.

As implicações deste acordo vão além das relações bilaterais entre Estados Unidos e Reino Unido, podendo representar um novo modelo para o futuro do comércio internacional. Analistas do setor apontam que, com a Organização Mundial do Comércio (OMC) perdendo influência no cenário global e a União Europeia enfrentando turbulências internas, a opção por acordos bilaterais diretos pode sinalizar uma nova era de pragmatismo nas relações comerciais internacionais. Este modelo, no entanto, traz consigo tanto oportunidades quanto riscos: se por um lado permite negociações mais ágeis e focadas nos interesses específicos de cada par de nações, por outro pode contribuir para um sistema comercial cada vez mais fragmentado e potencialmente assimétrico, onde países com menor poder econômico teriam menor capacidade de negociação. Os mercados financeiros reagiram positivamente ao anúncio, com o petróleo fechando em forte alta logo após a divulgação do acordo, sinalizando que investidores veem com otimismo esta nova fase nas relações comerciais entre duas das maiores economias do mundo. Para os próximos meses, espera-se que as equipes técnicas de ambos os países trabalhem na finalização dos detalhes operacionais do acordo, estabelecendo prazos, mecanismos de implementação e estruturas de governança que garantirão a efetividade do pacto comercial por “muitos anos”, como enfatizou o presidente Trump durante o anúncio histórico desta quinta-feira.

Um novo capítulo nas relações econômicas globais

O acordo entre Estados Unidos e Reino Unido marca o início de uma possível reestruturação do sistema comercial internacional, onde acordos bilaterais ganham protagonismo em detrimento de estruturas multilaterais. Com ambos os países apostando na abertura econômica em meio a um cenário global incerto, este pacto comercial pode estabelecer precedentes importantes para futuras negociações com outras nações, especialmente considerando que Trump indicou que “muitos outros acordos estão por vir”. Para o Reino Unido pós-Brexit e para os Estados Unidos sob a política “America First”, este acordo representa não apenas ganhos econômicos imediatos, mas também uma reafirmação de sua aliança histórica e uma declaração estratégica sobre suas visões para o futuro do comércio global.

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