Em Média, Uma Pessoa Perde 26 Dias De “Tempo Perdido” Todos Os Anos

Tempo desperdiçado afeta qualidade de vida.
Um levantamento recente realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito, em parceria com o Sebrae, revelou que os brasileiros que vivem em grandes centros urbanos perdem, em média, 21 dias por ano presos no trânsito. Este dado alarmante demonstra como o tempo desperdiçado em deslocamentos tem impactado significativamente a vida dos cidadãos, especialmente aqueles que residem em metrópoles como São Paulo, onde os congestionamentos fazem parte da rotina diária. Segundo a pesquisa Mobilidade Urbana 2022, aproximadamente 28% dos entrevistados relataram gastar entre 30 minutos e 1 hora por dia no trânsito, enquanto 32% afirmaram que o tempo de deslocamento varia entre 1 e 2 horas diárias para atividades cotidianas como ir ao trabalho, escola, faculdade ou fazer compras. Em uma análise mais ampla, um estudo encomendado pelo Nubank e realizado pelo Instituto Ipsos em setembro de 2024 mostrou dados ainda mais preocupantes: os brasileiros dedicam aproximadamente 7% de sua vida adulta exclusivamente a deslocamentos, o que representa uma parcela considerável do tempo que poderia ser utilizado para atividades mais prazerosas ou produtivas.
O impacto desse tempo perdido no trânsito vai muito além do simples deslocamento, afetando diversos aspectos da vida dos brasileiros. A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada em agosto de 2023 indicou que 36% dos brasileiros que residem em grandes cidades passam mais de uma hora por dia no trânsito, sendo que 21% ficam entre 1 e 2 horas, 7% entre 2 e 3 horas e 8% ultrapassam as 3 horas diárias em deslocamentos. Esse cenário reflete um problema estrutural das grandes cidades brasileiras, onde a infraestrutura de transporte público e a mobilidade urbana não conseguem acompanhar o rápido crescimento populacional e a expansão das áreas urbanas. Os engarrafamentos, por sua vez, representam um aspecto ainda mais crítico dessa questão, consumindo em média 64,5 minutos diários dos brasileiros, o equivalente a aproximadamente 1 hora e 04 minutos por dia, conforme apontado pela pesquisa de 2022. É interessante notar que, em comparação com o levantamento realizado em 2017, houve uma redução de 28 minutos no percurso diário de tráfego, mas essa diminuição está diretamente relacionada aos efeitos da pandemia de COVID-19, que alterou temporariamente os padrões de deslocamento urbano com a implementação do trabalho remoto em diversos setores econômicos e a redução das atividades presenciais nas cidades.
As consequências desse tempo perdido em deslocamentos afetam não apenas a produtividade, mas também o bem-estar físico e mental dos brasileiros. Segundo o levantamento da Clockify sobre estatísticas de gestão de tempo para 2025, 82% das pessoas não utilizam um sistema de gestão do tempo, o que contribui para a sensação de que o dia não rende o suficiente. A pesquisa também revelou que trabalhadores do conhecimento passam 88% da semana de trabalho se comunicando – gerenciando e-mails, participando de reuniões e usando aplicativos de chat da equipe, tempo que poderia ser otimizado com melhores práticas de gestão. Em um panorama mais amplo sobre como os brasileiros distribuem seu tempo, os dados da revista Super Interessante de março de 2024 indicaram que um brasileiro médio passa 23 anos, 9 meses e 7 dias de sua vida dormindo, considerando oito horas de sono diárias. No que diz respeito ao tempo gasto no trânsito, o mesmo levantamento aponta que os brasileiros perdem aproximadamente 1 ano, 5 meses e 26 dias dirigindo no trânsito ao longo da vida. Para os paulistanos, por exemplo, que gastam cerca de 1 hora e 32 minutos por dia para ir e voltar do trabalho, esse tempo acumulado representa mais de 1 ano e 5 meses perdidos no trânsito em 35 anos de vida profissional. Esses números revelam como o problema da mobilidade urbana não é apenas uma questão de infraestrutura, mas também um fator determinante na qualidade de vida da população, afetando desde as relações familiares até a saúde física e mental.
Tempo Perdido
Uma nova pesquisa com 2.000 adultos descobriu que, em média, uma pessoa perde 26 dias com “perda de tempo” todos os anos. Mais da metade das pessoas pesquisadas disse que ficar em espera ao telefone era o maior desperdício de tempo. 45% disseram que perdem muito tempo esperando em filas, enquanto 44% perdem tempo parados no trânsito. 21% disseram que perdem tempo navegando nas mídias sociais.
Outras atividades que desperdiçam tempo incluem esperar a lavanderia terminar ou aguardar a chegada de uma entrega. A maioria das pessoas pesquisadas está ciente de que precisa praticar uma melhor administração do tempo. Quase 60% dos entrevistados disseram que pelo menos tentaram ser mais produtivos com seu tempo
Alternativas e perspectivas para melhorar o uso do tempo
Diante desse cenário preocupante, muitos brasileiros têm buscado alternativas para otimizar seu tempo e reduzir os impactos negativos dos deslocamentos diários. A pesquisa de 2022 mostrou que 80% das pessoas afirmam deixar de fazer alguma atividade devido à dificuldade de locomoção nas grandes cidades, enquanto 43% relatam ter medo de usar o transporte público após a pandemia. Curiosamente, apenas 36% dos entrevistados afirmaram que trocariam o carro ou a moto se houvesse um bom serviço de transporte público disponível, o que evidencia a desconfiança da população em relação à qualidade dos serviços de transporte coletivo. Essa percepção é reforçada pela baixa avaliação que o transporte público recebe em itens como valor da tarifa, conforto, estado de conservação, segurança e pontualidade, sendo o atendimento do motorista e cobrador o único item bem avaliado pelos usuários. Por outro lado, a possibilidade de manutenção do regime de teletrabalho é aprovada por 68% dos usuários que relataram estar trabalhando pelo menos 3 dias em casa, o que representa uma alternativa viável para reduzir o tempo perdido em deslocamentos. De acordo com o estudo do Nubank, se os brasileiros tivessem mais tempo livre, gostariam de utilizá-lo principalmente com viagens (42%), dormindo (36%), assistindo TV (27%), praticando esportes e exercícios (26%), além de descanso e ócio (23%). Esses dados refletem o desejo da população por atividades que promovam bem-estar e qualidade de vida, em contraposição ao tempo desperdiçado no trânsito e em deslocamentos diários, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas efetivas voltadas para a melhoria da mobilidade urbana e da infraestrutura de transporte nas grandes cidades brasileiras.
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