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Elon Musk compartilha post sobre impeachment de Lula e gera polêmica

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Bilionário americano retuita convocação para protestos no Brasil.

O homem mais rico do mundo e atual chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos, Elon Musk, compartilhou em seu perfil na plataforma X uma publicação que convoca opositores para manifestações de rua pelo impeachment do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. O magnata retuitou, em seu perfil pessoal, uma postagem com fotos dos protestos pela queda de Dilma Rousseff em 2016, acompanhada da mensagem “Wow”. A publicação do bilionário somava mais de 16,7 milhões de visualizações, gerando intenso debate nas redes sociais e reações de políticos brasileiros. A postagem original, do autor identificado como Mario Nawfal, também foi compartilhada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, num momento em que a oposição tenta mobilizar parte do público e inflar a participação do que projeta ser uma “onda nacional de protestos”.

O compartilhamento de Musk ocorre em um contexto de queda na popularidade do presidente Lula, evidenciada pela mais recente pesquisa Datafolha. O levantamento mostrou que a atual gestão atingiu o menor índice de avaliação positiva de todos os mandatos do petista na série histórica do instituto. De acordo com a pesquisa divulgada na sexta-feira (14), o percentual do eleitorado que considera que o governo Lula é ótimo ou bom caiu 11 pontos percentuais em apenas dois meses, de 35% para 24%. No grupo que declara ter votado em Lula no segundo turno das eleições de 2022, a queda é ainda maior, de 20 pontos. No quadro geral da população, a avaliação negativa do governo (ruim ou péssima) também é recorde. O Datafolha ouviu 2.007 eleitores entre 10 e 11 de fevereiro para a nova pesquisa, que tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

A publicação compartilhada por Elon Musk marca um novo capítulo no atrito entre o bilionário e as autoridades brasileiras. No ano passado, o X chegou a ficar suspenso durante meses no país, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que cobrava de Musk o respeito a decisões judiciais e o pagamento de multas pelo descumprimento delas. Após semanas de ataques ao que considerou ser uma atuação autocrática do ministro, Musk cedeu, e o acesso dos usuários brasileiros foi restabelecido. Lula, por sua vez, defende a regulação universal das plataformas digitais e acusa Musk de não respeitar as constituições dos países. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também se envolveu em um episódio polêmico ao criticar Elon Musk durante um evento sobre combate à desinformação, em novembro do ano passado. Mais recentemente, o bilionário fez declarações polêmicas sobre o processo eleitoral brasileiro de 2022, sem apresentar provas de suas alegações.

O posicionamento de Elon Musk gerou reações imediatas no cenário político brasileiro. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou duramente a atitude do bilionário, afirmando que “Essa gente do inelegível não tem noção do que seja a palavra soberania. Bater continência para bandeira dos EUA é pouco. Querem entregar de vez o país e nem se envergonham disso”. Por outro lado, parlamentares da oposição, como o senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, reproduziram em seus perfis o compartilhamento de Musk, interpretando-o como um sinal de apoio à sua causa. O episódio evidencia a crescente polarização política no Brasil e o papel controverso das redes sociais nesse contexto, levantando questões sobre a influência de figuras internacionais nos debates políticos nacionais e a necessidade de regulamentação das plataformas digitais.

Impacto da manifestação de Musk no cenário político brasileiro

A intervenção de Elon Musk no debate político brasileiro através de sua plataforma X adiciona uma nova camada de complexidade às já tensas relações entre o governo, a oposição e as big techs. Enquanto a oposição busca capitalizar o apoio do bilionário para fortalecer sua narrativa, o governo e seus aliados veem a atitude como uma ingerência indevida nos assuntos internos do país. O episódio ressalta a necessidade de uma discussão mais ampla sobre o papel das redes sociais na formação da opinião pública e nos processos democráticos, bem como sobre os limites da atuação de empresas e figuras estrangeiras no debate político nacional.