Dólar recua abaixo de R$ 6 com mercado atento a medidas de Trump

Moeda americana perde força frente ao real.
O dólar iniciou o pregão desta quarta-feira em queda, rompendo a barreira dos R$ 6 pela primeira vez em semanas. A moeda americana recuou 0,8% logo na abertura do mercado, cotada a R$ 5,97, refletindo o otimismo dos investidores diante das primeiras medidas econômicas anunciadas pelo presidente Donald Trump em seu retorno à Casa Branca. O movimento de desvalorização do dólar frente ao real ocorre em um cenário de expectativa por políticas que possam impulsionar a economia dos Estados Unidos, maior parceiro comercial do Brasil.
As declarações de Trump sobre planos para reduzir regulações e impostos, além de promover investimentos em infraestrutura, foram bem recebidas pelo mercado financeiro. Analistas apontam que tais medidas, se implementadas, têm potencial para estimular o crescimento econômico americano, o que tende a beneficiar países emergentes como o Brasil. Além disso, a perspectiva de uma política monetária mais flexível nos EUA, com possível manutenção de juros baixos por um período prolongado, contribui para aumentar o apetite por ativos de maior risco, favorecendo moedas como o real.
No cenário doméstico, a queda do dólar também reflete a melhora nas expectativas para a economia brasileira. Dados recentes de atividade econômica e reformas estruturais no Congresso são fatores adicionais que impulsionam o otimismo dos investidores. Economistas ressaltam, contudo, que a volatilidade deve permanecer elevada, uma vez que incertezas fiscais e políticas ainda pairam sobre o horizonte econômico do país.
Para os próximos dias, a expectativa é de que o mercado continue monitorando de perto os desdobramentos das políticas econômicas nos Estados Unidos e seus impactos globais. No Brasil, a atenção estará voltada para a divulgação de indicadores econômicos e o andamento da agenda de reformas no Legislativo. Especialistas alertam que, apesar da queda recente, o patamar do dólar ainda é considerado elevado em termos históricos, refletindo os desafios estruturais da economia brasileira e as incertezas do cenário internacional. A trajetória da moeda americana nos próximos meses dependerá, em grande medida, da capacidade do governo em manter a disciplina fiscal e avançar com as reformas necessárias para garantir um crescimento sustentável no longo prazo.
Perspectivas para o câmbio seguem incertas
Embora o movimento de queda do dólar traga alívio momentâneo, especialistas ressaltam que o cenário para o câmbio permanece desafiador. A volatilidade deve continuar elevada, com o mercado reagindo rapidamente a novos desenvolvimentos políticos e econômicos, tanto no Brasil quanto no exterior. A evolução da relação entre Estados Unidos e China, as decisões de política monetária do Federal Reserve e o ritmo de recuperação da economia global pós-pandemia são fatores que continuarão influenciando fortemente o comportamento da moeda americana. No âmbito doméstico, o comprometimento com a responsabilidade fiscal e o avanço das reformas estruturais serão cruciais para determinar a trajetória do real nos próximos meses, podendo consolidar ou reverter a tendência de valorização observada recentemente.