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Dólar fecha em queda a R$ 5,76 apesar de tarifas de Trump

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Mercado financeiro mantém otimismo apesar de medidas protecionistas.

O mercado financeiro brasileiro demonstrou resiliência nesta segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025, com o dólar fechando em queda de 0,31%, cotado a R$ 5,7682, mesmo após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas adicionais de 25% sobre o aço e o alumínio importados. A decisão, que afeta diretamente as exportações brasileiras desses produtos para os EUA, não foi suficiente para abalar o otimismo dos investidores. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, também reagiu positivamente, subindo 0,76% e atingindo 126.521,66 pontos, recuperando-se parcialmente das quedas recentes. Esse cenário reflete a capacidade do mercado brasileiro de absorver choques externos e manter uma perspectiva positiva em relação à economia nacional.

A reação do mercado surpreendeu analistas que esperavam uma pressão maior sobre o câmbio e as ações brasileiras. O dólar iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,82 por volta das 9h15, mas logo inverteu a trajetória, passando a cair ainda durante a manhã. Na mínima do dia, por volta das 10h30, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,76. Essa movimentação indica que os investidores estão ponderando outros fatores além das medidas protecionistas de Trump, como a expectativa de recuperação econômica global e o avanço das reformas estruturais no Brasil. Além disso, a pressão de exportadores que venderam dólares após a cotação superar os R$ 5,80 ajudou a segurar a pressão sobre o câmbio no país. O desempenho do real destoou da maioria das moedas emergentes, onde o dólar fechou em alta, evidenciando uma confiança específica no mercado brasileiro.

O anúncio de Trump sobre as tarifas gerou preocupações iniciais, especialmente considerando que o Brasil é um importante exportador de aço para os Estados Unidos. No entanto, o mercado parece ter interpretado que há espaço para negociações antes da implementação efetiva das medidas, prevista para 4 de março. Essa janela de quase um mês até o início da cobrança das tarifas abre margem para o Brasil e outros países afetados buscarem acordos ou isenções. Além disso, alguns analistas apontam que uma eventual guerra comercial mais ampla poderia até gerar oportunidades para o Brasil, uma vez que compradores chineses, por exemplo, poderiam buscar alternativas para produtos americanos, beneficiando exportadores brasileiros em outros setores. Essa perspectiva de potenciais ganhos em meio a disputas comerciais globais contribui para o otimismo cauteloso do mercado.

O desempenho positivo da bolsa brasileira foi impulsionado por ações de setores específicos, como o varejo e as telecomunicações. O Carrefour Brasil, por exemplo, teve um desempenho excepcional após a proposta do controlador para se tornar o único dono do varejista. A TIM Brasil também apresentou resultados robustos após a divulgação de seu balanço trimestral e previsões otimistas. Esses movimentos setoriais demonstram que, apesar das turbulências externas, há oportunidades de crescimento e valorização no mercado acionário brasileiro. A sessão ainda foi influenciada por dados domésticos, como a desaceleração da inflação em janeiro, e por declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, indicando que o banco central americano não tem pressa para reduzir os juros. Esse conjunto de fatores contribuiu para um cenário de relativa estabilidade, mesmo diante de potenciais desafios no comércio internacional. O mercado agora aguarda os próximos passos das negociações comerciais e a evolução dos indicadores econômicos para ajustar suas expectativas e estratégias de investimento.

Perspectivas para o mercado financeiro brasileiro

As perspectivas para o mercado financeiro brasileiro permanecem cautelosamente otimistas, apesar das incertezas geradas pelas medidas protecionistas dos Estados Unidos. A capacidade de absorção de choques externos demonstrada pelo real e pelo Ibovespa sugere uma base sólida para o crescimento econômico sustentável. No entanto, os investidores continuarão atentos às negociações comerciais entre Brasil e EUA, bem como ao desenrolar da política monetária global, especialmente as decisões do Federal Reserve. A continuidade das reformas estruturais e a manutenção da disciplina fiscal serão cruciais para manter a confiança dos investidores e sustentar o desempenho positivo do mercado financeiro brasileiro nos próximos meses.