Discurso de 1987 de Reagan contra protecionismo e tarifas

Reagan criticava protecionismo em discurso de 1987.
Presidente defendia livre comércio diante de tarifas impostas.
Em abril de 1987, Ronald Reagan, então presidente dos Estados Unidos, fez um discurso marcante que segue atual na discussão sobre políticas comerciais. Em tom cauteloso, ele abordou as tensões comerciais entre os EUA e o Japão, destacando a imposição de tarifas sobre semicondutores japoneses devido a práticas desleais de mercado. O discurso foi motivado pelas dificuldades de cumprimento, por parte do Japão, dos acordos comerciais estabelecidos entre os países, o que levou os EUA a adotar medidas de retaliação. Reagan, no entanto, enfatizou que a decisão de impor barreiras comerciais não era desejável, mas necessária para assegurar a equidade no comércio internacional. Este posicionamento tornou-se emblemático por ressaltar os perigos do protecionismo e demonstrar a importância de preservar o livre comércio como meio de crescimento econômico global.
Contexto histórico e impactos econômicos
No contexto do discurso, o Japão emergia como uma potência econômica global, e questões relacionadas à competitividade e práticas comerciais estavam no centro das relações bilaterais. Reagan apontou o protecionismo como uma ameaça à prosperidade e relembrou episódios históricos, como a Grande Depressão, para ilustrar os riscos associados a políticas de isolamento econômico. Ele destacou que tarifas elevadas frequentemente resultam em retaliações internacionais, desencadeando guerras comerciais que levam à contração dos mercados e ao aumento do desemprego. Apesar de sua crítica às barreiras comerciais, Reagan defendeu medidas pontuais contra práticas desleais, preservando o compromisso com o comércio justo e sustentável.
Desdobramentos na política comercial americana
O discurso de Reagan não apenas refletiu as tensões comerciais da época, mas também moldou debates futuros sobre a política comercial dos EUA. A abordagem conciliatória e focada no diálogo evidenciava o desejo de manter a cooperação internacional e evitar escaladas desnecessárias. Além disso, o discurso reforçou a relevância de acordos multilaterais e a necessidade de fortalecer instituições comerciais globais para mediar disputas. Reagan argumentou que a competição justa beneficiaria tanto os trabalhadores americanos quanto os mercados globais, consolidando a ideia de que o comércio livre e justo era fundamental para a prosperidade global.
China cutuca Trump e publica vídeo de 1987 em que Reagan diz que tarifaço leva a pobreza, desemprego e ‘guerras comerciais’
Pouco antes da ameaça de Trump, a Embaixada da China nos EUA compartilhou na rede social X um discurso de Reagan de abril de 1987. O republicano governou os Estados Unidos entre 1981 e 1989 e morreu em 2004.
Reagan critica a defesa de tarifas como medida patriótica para proteger empregos. Ele admite que pode haver efeitos positivos a curto prazo, mas argumenta que eles não se sustentam.
“Primeiro, as indústrias locais começam a depender da proteção do governo por meio de tarifas elevadas. Elas deixam de competir e param de fazer as mudanças gerenciais e tecnológicas necessárias para ter sucesso nos mercados globais”, afirma.
“E, enquanto tudo isso acontece, algo ainda pior ocorre. Tarifas altas inevitavelmente levam à retaliação de outros países e ao desencadeamento de intensas guerras comerciais”, continua.
“O resultado são tarifas cada vez maiores, barreiras comerciais mais altas e menos concorrência. Assim, em pouco tempo, devido aos preços artificialmente elevados por tarifas que subsidiam a ineficiência e a má gestão, as pessoas param de comprar”, afirma Reagan.
Ele conclui afirmando que, no longo prazo, tarifas contra importados resultam em colapsos de mercados, falências de empresas e milhões de empregos perdidos.
Legado e reflexões contemporâneas
Mais de três décadas após o discurso, as palavras de Reagan continuam a ressoar em um mundo onde as tensões comerciais e debates sobre protecionismo permanecem relevantes. A defesa do comércio justo e do respeito aos acordos internacionais serve como lembrete de que a cooperação econômica é essencial para enfrentar desafios globais. O legado de Reagan é um apelo por políticas que promovam a inovação e a competitividade, ao mesmo tempo em que reforça a importância do diálogo e da diplomacia para resolver disputas. O discurso de 1987 é uma lição atemporal sobre os benefícios do livre comércio e os perigos do isolamento econômico, destacando a necessidade de equilíbrio entre interesses nacionais e compromissos internacionais.
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