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Dilma Rousseff apresenta na China novo mapa-múndi do IBGE com hemisfério Sul no topo

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Novo mapa invertido coloca Brasil no centro da representação mundial.

Em uma significativa demonstração de reposicionamento cartográfico, a ex-presidente e atual presidente do Banco de Desenvolvimento dos BRICS (NDB), Dilma Rousseff, apresentou nesta terça-feira (13) durante sua agenda oficial na China um novo mapa-múndi desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A versão invertida do tradicional planisfério posiciona o hemisfério Sul na parte superior da representação e coloca o Brasil estrategicamente no centro do mundo, rompendo com a visão eurocêntrica predominante nos mapas convencionais. A apresentação ocorreu em Pequim, onde Dilma participou de uma série de compromissos relacionados ao fortalecimento das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e China. O evento coincide com a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático, que chegou a Pequim no último sábado (10) após passagem pela Rússia, e tem agendado para esta terça-feira um encontro bilateral com o presidente chinês Xi Jinping, marcando o segundo encontro entre os líderes em um intervalo de apenas seis meses, após a participação de Xi na Cúpula do G20 realizada no Brasil em novembro de 2024.

A iniciativa do IBGE de inverter o mapa-múndi tradicional representa uma importante mudança de perspectiva nas representações cartográficas oficiais brasileiras e se alinha a movimentos similares já adotados por outros países do hemisfério Sul, como a Austrália, que buscam questionar as convenções estabelecidas desde a época colonial. A representação cartográfica tradicional, com o Norte no topo, foi consolidada durante o período das grandes navegações europeias e acabou por naturalizar uma visão de mundo que privilegia os países do hemisfério Norte, especialmente a Europa, como centros de poder e referência. Ao inverter essa lógica, o novo mapa propõe uma reflexão sobre as relações geopolíticas globais e sobre a posição do Brasil nesse contexto. Durante sua apresentação, Dilma destacou a importância simbólica e prática desta nova representação, especialmente considerando o atual momento das relações internacionais brasileiras, que buscam diversificar parcerias e fortalecer os laços com outras potências emergentes. A ex-presidente, que durante seu mandato (2011-2016) já havia demonstrado interesse em aprofundar as relações com a China, aproveitou a ocasião para reforçar a importância das parcerias estratégicas entre os países do Sul global, seguindo uma linha de continuidade com a atual política externa brasileira.

A apresentação do mapa invertido ocorre em um contexto de intensificação das relações Brasil-China, com a chamada “Missão China” que tem mobilizado diversos setores do governo brasileiro. Apenas na semana passada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, concluiu uma série de reuniões em Pequim e Xangai focadas em captação de investimentos em energia limpa e renovável, além de parcerias para desenvolvimento tecnológico e aeroespacial. O ministro, que retornou à China para acompanhar a agenda do presidente Lula, declarou estar “muito satisfeito” com os resultados das negociações, prevendo anúncios de impacto para a geração de emprego e diversas cadeias produtivas brasileiras. Durante a atual visita presidencial, que se estenderá até o dia 13 de maio, espera-se a assinatura de acordos comerciais e diplomáticos significativos, dando continuidade à tradição de aproximação entre os dois países. A China, que já é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, representa um mercado fundamental para as exportações brasileiras, especialmente no setor de commodities, e tem ampliado sua presença como investidor em infraestrutura e tecnologia no território brasileiro. A visita de Dilma à sede do NDB em Xangai e sua participação ativa nas negociações refletem o papel estratégico que a ex-presidente assumiu nas relações econômicas entre os países do BRICS desde que assumiu a presidência do banco em 2023.

A repercussão do novo mapa-múndi apresentado por Dilma já provoca debates nos meios acadêmicos, diplomáticos e na opinião pública. Enquanto alguns especialistas celebram a iniciativa como um importante passo para a descolonização do pensamento geográfico e uma afirmação da soberania brasileira na construção de suas próprias representações do mundo, outros setores questionam a mudança, classificando-a como uma decisão ideológica sem impactos práticos significativos. Nas redes sociais, a notícia já circula gerando tanto apoio quanto críticas, com alguns usuários destacando o simbolismo positivo da inversão e outros apontando o que consideram um “virar o Brasil de cabeça para baixo”. Para além do debate imediato, a iniciativa do IBGE e sua apresentação em contexto internacional por uma figura do calibre político de Dilma Rousseff sinalizam uma postura mais assertiva do Brasil em relação à sua posição no cenário global. A expectativa agora se volta para os desdobramentos práticos desta nova representação cartográfica, incluindo sua possível adoção em materiais didáticos, documentos oficiais e comunicações diplomáticas, bem como seu potencial impacto na percepção internacional sobre o Brasil. O encontro entre Lula e Xi Jinping, marcado para esta terça-feira na capital chinesa, deve consolidar ainda mais as relações bilaterais e potencialmente trazer novos anúncios sobre parcerias estratégicas entre as duas nações, reforçando a importância do eixo Sul-Sul nas relações internacionais contemporâneas.

Perspectivas para as relações Brasil-China

A apresentação do novo mapa-múndi por Dilma Rousseff na China representa mais um capítulo na estratégia brasileira de reposicionamento internacional e fortalecimento das relações Sul-Sul. Com a visita de Lula e sua equipe ministerial ainda em curso, espera-se que nos próximos dias sejam anunciados novos acordos comerciais e diplomáticos que consolidem ainda mais a parceria estratégica entre Brasil e China, potencializando investimentos em áreas como infraestrutura, energia renovável e tecnologia. O simbolismo do mapa invertido, colocando o Sul no topo, reflete uma mudança de perspectiva que vai além da cartografia e sinaliza uma postura mais autônoma e assertiva do Brasil no cenário internacional.

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