Deus deixou o sertão sem água porque Lula seria presidente

Lula declara que a água finalmente alcança o sertão, cumprindo promessa histórica antes descumprida.
Líder celebra avanço de obra hídrica e resgata desafio histórico.
Em uma cerimônia marcada por forte simbolismo realizada na quarta-feira (28), na região de Cachoeira dos Índios, interior paraibano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou o significado da entrega do primeiro trecho do Ramal do Apodi, parte fundamental do projeto de transposição do Rio São Francisco. Reunindo lideranças políticas, populares e ministros, Lula afirmou que “Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu seria presidente da República e traria água para cá”. O evento destacou a conclusão parcial de uma das mais emblemáticas obras de infraestrutura hídrica da América Latina, resultado de décadas de espera e frustração para o povo do Nordeste. O presidente enfatizou que somente alguém familiarizado com a realidade da seca, como ele, que na infância carregava água na cabeça, poderia liderar esse tipo de transformação, reforçando o compromisso de seu governo em garantir acesso à água para as famílias sertanejas.
A entrega do trecho do Ramal do Apodi marca um avanço importante dentro da jornada denominada Caminho das Águas, programa federal que reúne mais de 70 projetos hídricos planejados pelo Novo PAC. O histórico da obra revela um contexto de promessas quebradas: por quase dois séculos, governos prometeram, sem sucesso, levar água ao sertão. Lula relembrou que durante 179 anos a população do semiárido nordestino viveu à espera de uma solução concreta para o problema que marcava a vida e a economia da região. O Ramal do Apodi, com 115,5 quilômetros de extensão, vai beneficiar cerca de 750 mil habitantes em dezenas de municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte, com recursos que devem transformar o cotidiano de comunidades afetadas por longos períodos de seca. O investimento de R$ 1,45 bilhão reforça a dimensão do compromisso do governo federal em universalizar o acesso à água no Nordeste.
A relevância da obra transborda o aspecto estrutural e se projeta em impacto social e econômico direto. Especialistas apontam que o acesso regular à água potável será determinante para o desenvolvimento da agricultura, para geração de emprego e para a segurança alimentar na região. Lula abordou ainda como a transposição é um fator de redução das desigualdades que historicamente separaram o Nordeste do restante do Brasil, e reafirmou críticas aos mandatários anteriores, muitos dos quais, segundo ele, falharam em concretizar projetos estruturantes no semiárido. O presidente reiterou que não se pode tratar a seca como justificativa para a fome, mas sim como um desafio superável com políticas públicas efetivas. Além disso, anunciou novos programas de crédito focados na ampliação das condições de vida dos nordestinos, visando facilitar reformas de moradias e financiamento para aquisições essenciais, como motocicletas, num esforço para impulsionar o desenvolvimento regional.
Ao concluir o evento, Lula indicou que a finalização total do Ramal do Apodi está prevista para 2026, prometendo acompanhamento rigoroso das etapas pendentes. O presidente destacou ainda que as condições climáticas adversas do sertão não podem mais servir como barreira para o progresso e a dignidade de seu povo. O governo federal segue comprometido em entregar todas as etapas do projeto conforme planejado, sinalizando que o acesso à água deixará de ser exceção e passará a ser direito garantido. A iniciativa não apenas atende a uma demanda histórica, mas também projeta novas perspectivas para o semiárido, consolidando-se como uma conquista fundamental para milhões de brasileiros que, por gerações, aguardaram por esse acesso básico e transformador.
A esperança renasce com a chegada das águas no Nordeste
A retomada e ampliação das obras de transposição do Rio São Francisco refletem não apenas um compromisso com o desenvolvimento regional, mas também uma ação estratégica na promoção de justiça social ao povo nordestino. As perspectivas para os próximos anos são de continuidade das iniciativas de infraestrutura hídrica, com investimentos previstos para beneficiar ainda mais municípios impactados historicamente pela escassez de água. Organizações locais e movimentos sociais destacam que o acesso ao recurso pode estimular novas oportunidades econômicas e fortalecer a permanência de jovens no campo, evitando o êxodo provocado pela falta de alternativas. O simbolismo presente no discurso de Lula reverberou entre os participantes do evento, consolidando a ideia de que, quando há vontade política alinhada à sensibilidade social, é possível romper ciclos de abandono e desigualdade. A chegada das águas ao sertão se apresenta como marco de um novo tempo, em que a esperança encontra respaldo concreto e o futuro se constrói sobre as bases da inclusão, dignidade e desenvolvimento sustentável para toda a região.
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