Detectores de metal encontram joias de ouro após show histórico de Lady Gaga em Copacabana

Detectoristas vasculham areia da praia em busca de tesouros perdidos.
Um grupo de aproximadamente 15 detectoristas foi visto na manhã do último domingo (04/05) vasculhando a areia da Praia de Copacabana em busca de objetos de valor perdidos pelos mais de 2,1 milhões de espectadores que compareceram ao megashow da cantora Lady Gaga realizado na noite anterior. Entre os itens encontrados, destacam-se cordões e anéis de ouro avaliados em até R$ 400 cada, segundo informaram os próprios detectoristas à imprensa local. A prática, que se tornou comum após grandes eventos na orla carioca, revelou-se particularmente lucrativa desta vez, com os detectoristas encontrando peças que, segundo especialistas consultados, possuem entre 14 e 16 quilates de pureza. Rafael, um dos detectoristas mais experientes do grupo, explicou que a equipe não investiga cada sinal emitido pelos aparelhos, concentrando-se apenas nas detecções mais fortes, o que sugere que muitos outros objetos menores ou mais profundos na areia podem ter permanecido sem ser descobertos após o evento que entrou para a história como o maior show já realizado por uma artista mulher no mundo, conforme destacado pela própria Lady Gaga em suas redes sociais no dia seguinte à apresentação.
A busca por objetos perdidos na areia de Copacabana após grandes eventos não é uma novidade para os detectoristas cariocas, que já desenvolveram uma técnica refinada para localizar itens de valor. Rafael revelou que somente durante o mês de abril, antes mesmo do show da Lady Gaga, ele havia encontrado três alianças e um cordão com dois gramas de ouro durante suas buscas regulares na praia. O detectorista também recordou que após o show da Madonna, realizado anteriormente no mesmo local, chegou a encontrar um anel de diamantes perdido na areia, demonstrando o potencial lucrativo desta atividade após megaeventos na orla carioca. “E olha que a gente não para em cada detecção de metal, só quando é mais forte. Imagina se a gente cavasse todo sinal que o detector emite?”, ressaltou Rafael, sugerindo que a quantidade de objetos perdidos pode ser muito maior do que o que efetivamente é recuperado. O trabalho destes profissionais acontece principalmente nas primeiras horas da manhã seguinte aos eventos, quando a multidão já se dispersou e antes que os serviços de limpeza da prefeitura comecem a operar com maior intensidade, removendo não apenas o lixo mas também potencialmente revolvendo a areia onde os objetos estão depositados.
Apesar do que poderia ser interpretado como “achado não é roubado”, os detectoristas afirmam seguir um código de ética próprio quanto à devolução dos objetos encontrados. Rafael explicou à reportagem que, caso o proprietário original de algum item deseje recuperá-lo, basta apresentar alguma prova de propriedade: “Se a pessoa tiver alguma foto ou vídeo comprovando que o cordão ou anel é dela, devolvemos sem problema”, garantiu o detectorista. Esta política de devolução demonstra uma tentativa de equilibrar a atividade lucrativa com princípios éticos, embora na prática seja extremamente difícil para alguém que perdeu um objeto em meio a uma multidão de mais de dois milhões de pessoas conseguir localizá-lo posteriormente. O show, que ocorreu sem grandes incidentes de segurança graças ao trabalho preventivo da Polícia Civil do Rio, que inclusive desarticulou uma quadrilha especializada em roubo, furto e desbloqueio de celulares que planejava agir durante o evento, também contou com um esquema especial de limpeza urbana organizado pela prefeitura, que garantiu ruas sem lixo e sem caminhões interferindo no trânsito já comprometido pelos bloqueios para o megaevento.
O fenômeno dos “caçadores de tesouros” após grandes eventos reflete uma faceta pouco conhecida da economia informal que se desenvolve no entorno de megashows como o de Lady Gaga, que atraiu não apenas os 2,1 milhões de espectadores estimados pela prefeitura, mas também profissionais de diversas áreas que encontram oportunidades de ganho financeiro associadas indiretamente ao evento. Além dos detectoristas, ambulantes, hotéis, restaurantes e diversos outros setores da economia foram beneficiados pela presença da artista internacional, que após sua apresentação histórica conquistou mais de 2 milhões de novos seguidores em suas redes sociais, conforme revelado por dados de monitoramento digital. A cantora, que definiu sua apresentação em Copacabana como um “momento histórico”, expressou gratidão ao público brasileiro: “Nada poderia me preparar para o que senti durante o show de ontem à noite — o orgulho e a alegria absolutos que senti ao cantar para o povo do Brasil”, escreveu em suas redes sociais. Para os detectoristas, o legado do show permanece literalmente enterrado na areia, e nos próximos dias é provável que mais objetos continuem sendo encontrados, especialmente com o uso de equipamentos mais sofisticados e buscas mais minuciosas nas áreas onde o público esteve mais concentrado durante o espetáculo que entrou para a história da música mundial.
O valor dos achados e a ética dos detectoristas
A descoberta de joias e outros objetos de valor após megaeventos como o show da Lady Gaga levanta questões sobre propriedade e devolução dos itens encontrados. Embora a legislação brasileira estabeleça que objetos perdidos devem ser entregues às autoridades, na prática, os detectoristas seguem seu próprio código de conduta, oferecendo-se para devolver os itens mediante comprovação de propriedade. Esta abordagem pragmática, embora não completamente alinhada com as normas legais, representa uma solução intermediária que permite tanto a recuperação de objetos por seus donos originais quanto a recompensa pelo trabalho de busca realizado pelos detectoristas. Para os próximos grandes eventos programados para ocorrer na orla carioca, especialistas sugerem a criação de um posto oficial para registro de objetos perdidos e encontrados, facilitando a reunião entre proprietários e seus pertences, além de trazer mais transparência para uma atividade que, embora benéfica em muitos aspectos, ainda opera em uma zona cinzenta do ponto de vista legal e ético.