Deputados de SP aprovam multa de até R$ 37 mil para maus-tratos a cães e gatos

Deputados aprovam multa pesada para maus-tratos a cães e gatos em São Paulo.
Nova lei busca proteger animais domésticos no estado paulista.
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, em sessão realizada na terça-feira (27), um projeto de lei que institui multas severas para quem acorrentar cães e gatos de maneira inadequada no estado. A iniciativa, proposta pelo deputado Rafael Saraiva, estabelece punições que vão desde uma multa inicial de R$ 3,7 mil até o valor de R$ 37 mil em caso de reincidência, acompanhada da perda da tutela do animal. O objetivo da nova lei, que ainda aguarda sanção do governador Tarcísio de Freitas, é combater situações de confinamento, acorrentamento ou alojamento impróprio desses animais em ambientes domésticos, típicas de maus-tratos. Agora, tutores que mantiverem seus pets presos a objetos fixos, como postes, muros ou árvores, de forma permanente ou rotineira, ficam sujeitos à punição, especialmente nos casos em que o uso de coleiras, correntes ou cordas restringe a liberdade de locomoção ou prejudica a saúde e o bem-estar dos animais. Esse avanço legislativo ocorre em resposta a demandas crescentes por maior rigor na proteção animal, diante do aumento de denúncias de maus-tratos registrados nos últimos anos em cidades paulistas. A aprovação representa um passo simbólico e prático para fortalecer a luta contra práticas cruéis e ampliar a conscientização dos cidadãos sobre os direitos dos animais de estimação.
Detalhes da legislação e contexto estadual da proteção animal
O projeto aprovado na Alesp detalha que cães e gatos não podem ser mantidos presos de forma permanente a objetos estacionários, devendo o aprisionamento, quando necessário, ocorrer apenas temporariamente, sempre com respeito a critérios rigorosos de abrigo, higiene, espaço e alimentação. Entre as principais exigências, a nova lei prevê que qualquer restrição de movimentação dos animais seja feita com o uso de coleiras peitorais em vez de coleiras convencionais que envolvem apenas o pescoço, proibindo também enforcadores e cadeados, equipamentos frequentemente associados a lesões e sofrimento. O texto legal reconhece expressamente cães e gatos como seres sencientes, capazes de sentir dor, medo, estresse e até prazer, reforçando a necessidade de garantir sua integridade física e emocional. A lei exige ainda que, mesmo em situações temporárias de contenção, os animais estejam abrigados do sol, chuva e temperaturas extremas, recebam água limpa e alimentação adequadas, sejam preservados de contato com outros animais agressivos ou doentes e tenham acesso a ambientes limpos. O descumprimento dessas normas configura maus-tratos e enseja as sanções estabelecidas. O debate na Assembleia paulista foi impulsionado pelo aumento da fiscalização e das denúncias, além de campanhas de ONGs e associações de proteção animal, que pressionavam o legislativo por regras mais claras e punições mais rigorosas para coibir práticas cruéis.
Consequências e impactos para tutores e proteção animal paulista
Com a aprovação da nova legislação, tutores de cães e gatos em São Paulo passam a conviver com regras mais rígidas e penalidades duras em caso de descumprimento das normas, tornando-se responsáveis diretos pelo bem-estar contínuo dos animais sob seus cuidados. Para além das multas elevadas, incluindo o risco de perder a guarda do animal em situações graves de maus-tratos e reincidência, a lei também prevê que casos extremos sejam punidos com reclusão de dois a cinco anos conforme o previsto na legislação federal de crimes ambientais. A expectativa é que as medidas adotadas sirvam de exemplo para outros estados brasileiros e produzam mudanças reais na cultura de cuidado e respeito aos animais de estimação, incentivando a adoção de práticas mais responsáveis e humanizadas. Organizações de defesa animal comemoraram a decisão e reforçaram a importância das denúncias para garantir a efetividade da lei, destacando que qualquer cidadão pode reportar maus-tratos às autoridades competentes. Analistas apontam que a aplicação rigorosa da lei e o engajamento da população serão fundamentais para que o objetivo pretendido — a proteção efetiva dos animais domésticos e a erradicação de situações de sofrimento — seja alcançado em todas as regiões do estado.
Desafios e perspectivas para o futuro da proteção animal em SP
A nova legislação aprovada em São Paulo abre um novo capítulo na defesa dos direitos dos animais domésticos, mas também traz à tona desafios para a sua implementação e fiscalização eficiente. Entre os principais obstáculos estão a necessidade de campanhas educativas para conscientizar tutores sobre os cuidados adequados, além da capacitação de equipes responsáveis pela apuração de denúncias de maus-tratos. Especialistas avaliam que o sucesso da lei dependerá de um esforço conjunto entre o poder público, ONGs, veterinários e sociedade civil para garantir que os animais não sejam mais submetidos a confinamento inadequado ou sofrimento evitável. A expectativa é de que, nos próximos meses, outras unidades da federação passem a adotar legislações semelhantes, criando um ambiente jurídico mais protetivo e harmonizado para animais de estimação em todo Brasil. Enquanto isso, entidades e protetores reforçam o chamado para que a tutela responsável deixe de ser exceção e se torne, cada vez mais, a regra entre os lares brasileiros, garantindo a dignidade, saúde e liberdade a cães e gatos. O avanço legislativo paulista sinaliza, assim, uma nova era de respeito e reconhecimento do papel dos animais domésticos na sociedade, impulsionando debates e ações que promovam o bem-estar animal em todos os níveis.
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