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Delação de Mauro Cid sob pressão após suspeita de fuga

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Delação de Mauro Cid é questionada após suspeita de tentativa de fuga.

Sinal de alerta após prisão de ex-ministro e ação da PF.

A delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, entrou em foco na sexta-feira após uma série de eventos envolvendo suspeita de tentativa de fuga do país. O episódio ganhou novos contornos quando a Polícia Federal realizou buscas e apreensões, tendo como alvo principal o próprio Mauro Cid, em Brasília. Simultaneamente, no Recife, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, foi preso, acusado de articular a emissão de um passaporte português para Cid, supostamente com o objetivo de facilitar sua saída do Brasil. As investigações revelaram que, em maio de 2025, Machado teria solicitado o documento junto ao Consulado de Portugal, enquanto parentes próximos de Cid embarcaram recentemente para os Estados Unidos. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República, trouxe à tona dúvidas sobre eventuais tentativas de obstrução de justiça, bem como o possível descumprimento de termos do acordo de colaboração premiada firmado por Cid, cuja colaboração vinha sendo peça-chave em processos sensíveis envolvendo figuras do alto escalão político nacional.

O contexto desse caso remonta ao início do ano, quando Mauro Cid já havia buscado assessoria para a obtenção de cidadania portuguesa. Posteriormente, em 2023, ele conseguiu formalizar o processo, recebendo identidade portuguesa em 2024, embora o passaporte ainda não tenha sido emitido. As autoridades também apuram que Gilson Machado teria procurado outros consulados, ampliando as suspeitas sobre o alcance do plano. Mesmo diante dos indícios, o advogado de Cid nega a tentativa de fuga, afirmando que seu cliente tem endereço fixo e colabora regularmente com a Justiça. Em depoimento à Polícia Federal, Cid negou qualquer intenção de deixar o país ou de usar passaporte estrangeiro para tal fim. Desde então, a discussão central gira em torno da legalidade da conduta dos investigados e das consequências para o acordo de delação, que já vinha sendo alvo de análise por juristas e autoridades, principalmente após o novo episódio.

A repercussão desses acontecimentos teve impacto imediato no meio jurídico e político. Juristas consultados apontam que a possível tentativa de fuga pode servir de fundamento para a decretação de prisão preventiva, caso se entenda que houve violação dos termos do acordo de colaboração. No entanto, especialistas ponderam que ainda não é possível determinar se os fatos recentes colocarão em xeque a validade da delação de Mauro Cid, pois dependem de apurações detalhadas e de eventual comprovação de dolo na conduta investigada. O Supremo Tribunal Federal chegou a determinar a prisão do militar, mas a medida foi revogada pouco tempo depois, o que gerou debates sobre o real risco representado pelo delator. O episódio intensificou o debate sobre a integridade dos acordos de delação premiada no cenário brasileiro, especialmente quando há suspeita de que colaboradores busquem meios para escapar da Justiça. Além disso, reforçou a complexidade dos casos em que delatores ocupam protagonismo em investigações de grande repercussão.

O caso segue em aberto, sendo acompanhado de perto por autoridades e pela opinião pública, com perspectivas de novos desdobramentos nos próximos dias. A Polícia Federal não descarta solicitar medidas cautelares adicionais, especialmente caso surjam elementos que apontem para riscos concretos de evasão ou obstrução de provas. No centro das atenções continuam a delação e a atuação de Mauro Cid, cuja colaboração permanece estratégica para os desfechos de investigações sensíveis. O desenrolar dos fatos deverá influenciar não apenas os rumos do processo judicial em curso, mas também o entendimento jurídico sobre a efetividade e os riscos dos acordos de colaboração premiada no país. Para os próximos passos, aguarda-se pronunciamento das autoridades responsáveis, o que pode redefinir o panorama da investigação e as condições dos termos firmados por colaborador.

Gilson Machado, ex-ministro de Bolsonaro, é solto após decisão de Alexandre de Moraes

O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a prisão preventiva do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, na noite de sexta-feira (13), por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Machado foi preso pela manhã pela Polícia Federal em Recife (PE), suspeito de auxiliar uma possível fuga de Mauro Cid do Brasil. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR) e investigações da PF, ele teria tentado obter um passaporte português para o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

Moraes considerou que a prisão já alcançou seus objetivos e pode ser substituída por medidas cautelares, dado que há indícios de que Machado tentou ajudar Cid a escapar da justiça, configurando possível obstrução de investigação de organização criminosa. A liberdade provisória foi concedida com condições, incluindo:

  • Comparecimento quinzenal à Justiça na comarca de origem, às segundas-feiras;
  • Proibição de deixar a comarca;
  • Cancelamento do passaporte e vedação de obter novo documento;
  • Proibição de sair do país;
  • Proibição de contato com outros investigados, como Mauro Cid, mesmo por terceiros.
O descumprimento dessas medidas pode resultar em nova prisão, conforme o Código de Processo Penal.

Moraes determina que Meta forneça dados de perfil supostamente usado por Mauro Cid

Na sexta-feira (13), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Meta forneça, em 24 horas, os dados de dois perfis do Instagram (@gabrielar702 e Gabriela R) supostamente usados pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para divulgar informações sigilosas de sua delação premiada com a Polícia Federal (PF) na investigação da chamada trama golpista. A Meta deve enviar os dados cadastrais, incluindo número de celular, e as postagens realizadas entre 1º de maio de 2023 e 13 de junho de 2025.

A ordem decorre de um pedido da defesa de Cid, após a revista Veja noticiar que ele mentiu em depoimento ao STF na segunda-feira (9). Questionado pela defesa de Bolsonaro sobre o perfil, que leva o nome de sua esposa, Gabriela Cid, o militar negou saber se era dela e afirmou não ter usado redes sociais para contatar outros investigados.

A defesa de Bolsonaro sugeriu que Cid utilizou o perfil para vazar informações da delação, o que violaria o sigilo do acordo e poderia resultar na perda de benefícios, como a liberdade provisória. Após a reportagem, Bolsonaro publicou no X, classificando a trama golpista como uma “farsa” e defendendo a anulação da delação, a libertação de Braga Netto e outros, além da interrupção do processo, que chamou de “político disfarçado de ação penal”.

Defesa

No pedido de investigação ao STF, a defesa de Cid refutou a reportagem da Veja, chamando-a de “mentirosa” e afirmando que o perfil não tem relação com o militar, apesar de coincidir com o nome de sua esposa.

Repercussão e próximos passos da investigação

A investigação envolvendo Mauro Cid e a suspeita de plano de fuga permanece como um dos temas de maior destaque no noticiário nacional, mobilizando debates intensos sobre as consequências jurídicas para acordos de delação premiada. A condução da operação pela Polícia Federal, a prisão do ex-ministro Gilson Machado e as buscas realizadas apontam para uma intensificação dos esforços de apuração, em meio à pressão por respostas claras sobre a conduta dos envolvidos. Apesar das negativas da defesa e do próprio delator, a suspeita de tentativa de obtenção de passaporte português evidencia preocupação das autoridades com possíveis estratégias para evitar o cumprimento de penas ou obstruir a Justiça. O caso expõe as fragilidades e os riscos intrínsecos à colaboração premiada, especialmente quando há indícios de descumprimento dos compromissos assumidos. Nos próximos dias, espera-se que novas informações e depoimentos forneçam base para decisões sobre eventuais medidas cautelares, bem como para a avaliação da manutenção ou revisão do acordo firmado com Mauro Cid. O desfecho terá impacto direto não só para os envolvidos, mas também para o debate sobre acordos de colaboração e o combate à corrupção no cenário político e jurídico brasileiro.

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