Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

Defesa de Filipe Martins alega que Moraes tinha dados de localização desde 2023

Compartilhar:

PF, Moraes e PGR sabiam que Filipe Martins não havia saído do Brasil antes da prisão, afirma defesa.

Advogados questionam manutenção da prisão preventiva. 

A defesa do ex-assessor da Presidência Filipe Martins afirma que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já possuía informações sobre a localização do acusado desde outubro de 2023, meses antes de decretar sua prisão preventiva em fevereiro de 2024. Segundo os advogados, os dados de geolocalização do celular de Martins, que comprovam sua permanência no Brasil no período em questão, foram solicitados e obtidos pela Polícia Federal (PF) ainda em 2023, no âmbito da Petição 11.767. Essas informações, que contradizem a justificativa inicial para a prisão, teriam sido de conhecimento não apenas de Moraes, mas também da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da própria PF.

O caso ganhou novos contornos após a divulgação de documentos relacionados à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a defesa de Martins, esses documentos revelam que houve um pedido específico de geolocalização do ex-assessor, juntamente com solicitações similares para outras pessoas investigadas. A questão central levantada pelos advogados é por que, mesmo tendo acesso a essas informações que indicavam a permanência de Martins no país, as autoridades mantiveram a narrativa de que ele teria deixado o Brasil com Bolsonaro no final de 2022, utilizando essa alegação como base para decretar e manter sua prisão preventiva.

O advogado Ricardo Fernandes, que representa Filipe Martins, argumenta que a situação configura não apenas uma prisão preventiva ilegal, mas também pode caracterizar perseguição penal de pessoa inocente e coação para obtenção de delação, práticas tipificadas na Lei de Abuso de Autoridade. Além disso, a defesa menciona possíveis infrações ao Código Penal Brasileiro, como denunciação caluniosa, crimes de tortura e constrangimento ilegal. A revelação de que as autoridades já possuíam dados que contradiziam a justificativa da prisão levanta questionamentos sobre os procedimentos adotados no caso e a possível violação de direitos fundamentais do acusado.

A controvérsia em torno da prisão de Filipe Martins e das informações supostamente omitidas pelas autoridades promete gerar debates intensos no meio jurídico e político. A defesa do ex-assessor busca não apenas sua libertação, mas também a responsabilização dos envolvidos no que consideram uma violação grave do devido processo legal. O caso pode ter desdobramentos significativos, potencialmente levando a uma revisão dos procedimentos adotados em investigações de alto perfil e reforçando a necessidade de transparência e rigor na condução de processos judiciais, especialmente aqueles que envolvem figuras públicas e questões políticas sensíveis.

Implicações jurídicas e políticas do caso

As revelações sobre o caso de Filipe Martins podem ter repercussões importantes no cenário jurídico e político brasileiro, levantando questões sobre a conduta de autoridades em investigações de grande visibilidade. A situação destaca a importância do acesso à informação e da transparência nos processos judiciais, bem como a necessidade de um escrutínio rigoroso das decisões que afetam liberdades individuais. O desfecho deste caso poderá influenciar futuros procedimentos investigativos e decisões judiciais, reforçando a necessidade de um equilíbrio cuidadoso entre a busca pela justiça e a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos.