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Correios enfrentam prejuízo bilionário com “taxa das blusinhas”

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Impacto financeiro na estatal.

Os Correios registraram um prejuízo acumulado de R$ 2,2 bilhões ao longo de 2024 devido à implementação da chamada “taxa das blusinhas”, uma tributação sobre encomendas internacionais de até US$ 50. A medida foi introduzida pelo Programa Remessa Conforme, sancionado em junho de 2024, e tinha como objetivo aumentar a arrecadação federal. Entretanto, a estatal sofreu uma redução significativa de receitas no setor de serviços internacionais, que representava um segmento essencial de sua operação. Essa mudança no panorama financeiro foi divulgada em recente relatório da empresa, que apontou que o volume de remessas internacionais caiu 11% em relação ao ano anterior, impactando diretamente o caixa da estatal.

Queda de mercado e desafios administrativos

A introdução da tributação coincidiu com a perda da quase exclusividade dos Correios no transporte internacional, que, até então, dominava aproximadamente 98% do mercado. Atualmente, a participação caiu para cerca de 30%, abrindo espaço para concorrentes privados. A situação foi agravada por anos de redução de investimentos e mudanças administrativas ligadas à tentativa de privatização durante o governo anterior. Associados à queda de receitas no setor de encomendas internacionais, esses fatores contribuíram para um déficit histórico de R$ 3,2 bilhões em 2024. A alta arrecadação federal obtida com a nova taxação, que incrementou os cofres públicos em R$ 800 milhões, foi longe de compensar as perdas enfrentadas pela estatal.

Reestruturação e estratégias de recuperação

Diante do cenário deficitário, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, destacou que um plano de recuperação robusto já está em andamento, priorizando inovação, sustentabilidade financeira e diversificação de serviços. A estatal tem investido em renovação de frota, infraestruturas, tecnologia e segurança, além de expandir sua atuação em mercados como logística de saúde, serviços bancários digitais e marketplaces. Contudo, a transição não tem sido suficiente para compensar os danos imediatos. Segundo especialistas, a recuperação completa exigirá mudanças estruturais e novas estratégias para competir com operadores logísticos privados, que consolidaram posição no setor durante os anos de crise nos Correios.

Perspectivas futuras e sustentabilidade financeira

Os desafios financeiros enfrentados pelos Correios levantam preocupações sobre a sustentabilidade de longo prazo da estatal. A busca por soluções inclui pleitos junto ao governo para reverter a tributação e aumentar a competitividade da empresa no setor de logística internacional. Enquanto isso, o governo federal reafirma seu compromisso em encontrar alternativas que promovam a solvência da estatal, diante de sua importância estratégica para diversas regiões do Brasil. Apesar disso, analistas estão céticos quanto ao impacto de curto prazo dessas iniciativas, apontando que a reversão do quadro de desequilíbrio financeiro ainda dependerá de esforços abrangentes e contínuos para modernizar os processos operacionais e diversificar a base de receitas da empresa.

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