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Copa do Mundo de 2026 traz preocupações ambientais com expansão em três países

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Copa do Mundo de 2026 levanta preocupações ambientais devido à expansão para três países.

Megaevento em 16 cidades causa impacto na biodiversidade local.

A Copa do Mundo FIFA de 2026, que será realizada conjuntamente no Canadá, México e Estados Unidos, está gerando sérias preocupações ambientais à medida que as obras de infraestrutura avançam nas cidades-sede. Ambientalistas, pesquisadores e comunidades locais têm manifestado apreensão quanto aos impactos negativos que as construções podem causar em áreas de preservação e no ecossistema das regiões. Particularmente no México, onde três cidades receberão jogos do mundial (Cidade do México, Guadalajara e Monterrey), as obras ameaçam a biodiversidade local e podem trazer consequências duradouras para o meio ambiente. Em Guadalajara, existe o temor de que as construções afetem a população de pumas (onça-parda), que conseguiu aumentar de tamanho nos últimos sete anos após ter sido considerada desaparecida da região na década de 1980. Na Cidade do México, moradores denunciam que não foram consultados sobre o corte de árvores e novas estradas, que podem comprometer o fornecimento de água. Já em Monterrey, as intervenções planejadas podem prejudicar uma área protegida de conservação de fauna e flora, segundo denúncia feita pelo site “Mongabay” em setembro de 2024.

Este torneio será histórico não apenas pelos impactos ambientais que vem causando, mas por várias inovações em seu formato. Será a primeira edição realizada com 48 seleções, aumentando em 16 o número de participantes em relação ao formato anterior, o que resultará em um total de 104 partidas distribuídas ao longo de 39 dias de competição. Também é a primeira vez que três países sediam em conjunto o maior torneio de futebol do planeta, com 16 cidades divididas em três zonas para facilitar a logística: Zona Leste (Toronto, Boston, Filadélfia, Miami, Nova York), Zona Oeste (Vancouver, Seattle, Los Angeles, São Francisco e Guadalajara) e Zona Central (Kansas City, Dallas, Atlanta, Houston, Monterrey e Cidade do México). A abertura está marcada para 11 de junho de 2026, no emblemático estádio Azteca, na Cidade do México, e a final acontecerá em 19 de julho, no Met Life Stadium, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. A expansão do torneio também traz uma nova estrutura de grupos, com as 48 equipes sendo divididas em 16 grupos de três seleções cada, das quais as duas primeiras avançarão para a fase eliminatória. Além dos três países-sede, seis seleções já garantiram suas vagas: Argentina, Irã, Japão, Jordânia, Nova Zelândia e Uzbequistão.

As preocupações ambientais são apenas uma face dos desafios que circundam esta edição da Copa do Mundo. Pedro Alcocer, coordenador da ONG Anillo Primavera, alertou que “há muitos interesses econômicos, principalmente do setor imobiliário, com o objetivo de transformar a área protegida num parque urbano. Para pessoas envolvidas nesse negócio, seria melhor que os pumas não existissem”. Esta declaração evidencia o conflito entre os interesses econômicos associados ao megaevento e a preservação ambiental. O biólogo Antonio Hernandez também manifestou preocupação ao afirmar que “estão aumentando a rua que leva as pessoas do aeroporto ao centro, também ampliando calçadas e ruas para pedestres, mas com o objetivo de se chegar ao estádio, não para melhorar a mobilidade do cidadão, o que é terrível”. Além das questões ambientais, existem também tensões políticas e comerciais entre os países-sede que podem impactar a organização do evento. Especialistas apontam que a escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos, México e Canadá, exacerbadas pela imposição de tarifas significativas, levanta preocupações sobre a viabilidade da realização conjunta do torneio, podendo afetar áreas críticas como infraestrutura, logística, cooperação transfronteiriça e o clima político e social entre as nações envolvidas.

O futuro da Copa do Mundo de 2026 dependerá da capacidade dos três países-sede de equilibrar o desenvolvimento necessário para receber um evento desta magnitude com a preservação ambiental e a sustentabilidade. Os próximos meses serão decisivos para determinar se as preocupações levantadas pelos ambientalistas serão devidamente consideradas e se medidas mitigadoras serão implementadas. A FIFA, como organizadora do evento, ainda não se pronunciou oficialmente sobre estes problemas, mas será fundamental que a entidade exija dos países anfitriões compromissos concretos com a proteção ambiental. O legado desta Copa do Mundo não deve ser medido apenas pelo sucesso esportivo ou econômico, mas também por sua capacidade de promover um desenvolvimento que respeite os ecossistemas locais e as comunidades afetadas. À medida que o mundo esportivo se prepara para este evento histórico, cresce a pressão para que o gigantismo do torneio não se traduza em danos irreversíveis ao meio ambiente, especialmente considerando que o evento ocorrerá em um contexto global de crescente conscientização sobre a importância da preservação ambiental e sobre os impactos das mudanças climáticas. A menos de um ano para o início da competição, o desafio está lançado para que esta seja não apenas a maior, mas também a mais sustentável Copa do Mundo da história.

Impactos da expansão e expectativas para o evento

Enquanto as obras avançam nas 16 cidades-sede, especialistas continuam monitorando os impactos ambientais e sociais desta expansão sem precedentes no torneio. A expectativa é que organizadores e autoridades locais busquem soluções que minimizem os danos ambientais, garantindo que o legado da Copa de 2026 não seja marcado por degradação ecológica. Para os fãs de futebol, o torneio promete ser o maior da história, com recorde de participantes, jogos e, espera-se, de público, consolidando o gigantismo deste evento que ocorre a cada quatro anos, mas que desta vez traz consigo não apenas a festa do futebol, mas também importantes questionamentos sobre sustentabilidade e responsabilidade ambiental em megaeventos esportivos.

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