Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

Conclave que elegeu Papa Leão XIV bate recorde de velocidade dos últimos 86 anos

Compartilhar:

 

Processo de eleição durou apenas dois dias e quatro votações.

O conclave realizado em maio de 2025 que elegeu o Papa Leão XIV entrou para a história como o mais rápido dos últimos 86 anos, empatando com os processos que escolheram o Papa João Paulo I em 1978 e o Papa Bento XVI em 2005. A fumaça branca que anunciou a escolha do novo pontífice surgiu da chaminé da Capela Sistina às 13h07 da última sexta-feira (8), após apenas quatro sessões de votação distribuídas em dois dias. O cardeal Robert Francis Prevost, que escolheu o nome de Leão XIV, foi eleito como o 267º Papa da Igreja Católica Apostólica Romana, sucedendo o Papa Francisco, falecido em 21 de abril de 2025. Apesar da expectativa inicial de que o processo pudesse ser mais demorado devido ao elevado número de cardeais votantes – 133, contra 117 no conclave anterior – a eleição transcorreu com surpreendente celeridade, contrariando as previsões de especialistas em assuntos do Vaticano. O conclave teve início oficialmente no dia 7 de maio, sendo concluído no dia seguinte, totalizando apenas 27 horas de deliberações, praticamente o mesmo tempo que levou para eleger o Papa Francisco em 2013, que precisou de cinco votações distribuídas em dois dias.

A história dos conclaves papais revela uma tendência de maior eficiência nos processos de escolha dos pontífices nos últimos cem anos. De acordo com registros históricos, os cardeais têm elegido um novo papa, em média, no terceiro dia, após aproximadamente sete votações. No entanto, os números do conclave de 2025 demonstram uma redução significativa nesse tempo médio. Estatisticamente, o conclave que elegeu o Papa Leão XIV ficou empatado em segundo lugar entre os mais rápidos da história moderna da Igreja Católica, considerando os registros oficiais que começaram a contabilizar o número de sessões a partir de 1831. O primeiro lugar pertence ao conclave de 1939, que elegeu o Papa Pio XII em apenas dois dias com três sessões de votação. O Vaticano não confirma oficialmente, mas segundo informações vazadas de um dossiê interno, há indícios de que Pio XII tenha sido eleito já na segunda votação, estabelecendo um marco difícil de ser superado, uma vez que nunca houve um papa eleito na primeira rodada de votação. A rapidez do conclave de 2025 é ainda mais impressionante quando comparada com os processos históricos dos séculos anteriores, quando as eleições papais poderiam se arrastar por semanas ou meses, chegando a situações extremas em que cardeais faleceram durante o período de confinamento, como ocorrido em 1241.

A evolução dos conclaves papais ao longo da história mostra um contraste dramático entre os processos modernos e aqueles realizados na idade média. O conclave mais longo da história ocorreu entre 1268 e 1271, durando impressionantes dois anos e nove meses para eleger o Papa Gregório X. A demora foi causada por profundas divisões políticas entre cardeais franceses e italianos, com nenhum dos lados conseguindo alcançar a maioria necessária de dois terços para eleger o papa. A situação tornou-se tão crítica que os cardeais foram trancados no Palácio Episcopal de Viterbo, na Itália, submetidos a racionamento de comida e até mesmo à remoção do teto do edifício para acelerar a decisão. Este evento histórico foi tão marcante que levou à criação das regras modernas do conclave, formalizadas pelo próprio Gregório X na bula papal “Ubi periculum”, que estabeleceu as normas do conclave como método oficial de seleção papal. Em contraste, o conclave mais curto da história aconteceu em 1503, durando apenas algumas horas para eleger o Papa Júlio II. Nos tempos modernos, particularmente no século XXI, os conclaves têm se caracterizado por definições relativamente rápidas, como demonstram as eleições de Bento XVI (dois dias com quatro votações) e Francisco (dois dias com cinco votações).

A rapidez do conclave de 2025 reflete uma tendência de maior eficiência no processo de sucessão papal, possivelmente influenciada por fatores como a modernização das comunicações entre os cardeais antes do início oficial do conclave e uma possível convergência antecipada em torno de candidatos específicos. O aperfeiçoamento das regras do conclave ao longo das décadas também contribuiu para essa maior celeridade. Na década de 1970, o Papa Paulo VI estabeleceu o máximo de 120 cardeais eleitores permitidos no conclave, enquanto em 1996, João Paulo II estipulou regras mais modernas, mantendo as diretrizes fundamentais da Constituição “Ubi Periculum”. As estatísticas dos conclaves do século XX já indicavam essa tendência de maior rapidez, com nenhum processo ultrapassando cinco dias de duração. Para o futuro, especialistas em assuntos do Vaticano especulam que os próximos conclaves poderão ser ainda mais eficientes, potencialmente estabelecendo novos recordes de velocidade. A rápida eleição do Papa Leão XIV estabelece um importante precedente para a Igreja Católica contemporânea, demonstrando a capacidade do Colégio Cardinalício de tomar decisões cruciais com relativa agilidade, mesmo em um contexto de crescente diversidade geográfica e teológica entre seus membros.

Histórico comparativo dos conclaves modernos

Os dados históricos dos últimos conclaves revelam padrões interessantes na evolução do processo de escolha papal. O século XXI tem demonstrado particular eficiência, com o conclave de 2025 confirmando a tendência de processos mais rápidos. Em comparação, os conclaves que elegeram Paulo VI (1963) e João Paulo II (1978) duraram três dias, enquanto os de João Paulo I (1978), Bento XVI (2005) e agora Leão XIV (2025) foram concluídos em apenas dois dias. Esta evolução representa uma significativa mudança em relação às práticas medievais, quando medidas extremas como restrições alimentares e confinamento rigoroso eram necessárias para forçar os cardeais a chegarem a um consenso. A eleição do Papa Leão XIV, ocorrida 17 dias após a sede vacante, demonstra que a Igreja Católica contemporânea consegue navegar pelos desafios da sucessão papal com notável eficiência, mesmo diante do crescente número de cardeais eleitores e da diversidade de perspectivas teológicas presentes no Colégio Cardinalício atual.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *