Chris Pratt e The Eletric State: O fracasso que custou bilhões para a Netflix

Produção caríssima e temas críticos para a atualidade.
O novo épico de ficção científica da Netflix, “The Electric State”, dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo. O longa, que conta com um orçamento impressionante de 320 milhões de dólares, torna-se a produção mais cara da da plataforma de streaming até o momento, superando até mesmo “O Irlandês”. A trama se passa em um mundo distópico onde robôs foram banidos para uma zona de exclusão, trazendo à tona questões relevantes sobre a relação entre humanos e máquinas em tempos de inteligência artificial. Chris Pratt, protagonista do filme ao lado de Millie Bobby Brown, revelou em entrevistas recentes que o roteiro, recheado de nuances emocionais e sociais, foi o que o convenceu a abraçar o projeto. “Os temas abordados são poderosos e profundamente comoventes”, afirmou o ator.
Inteligência artificial é aliada ou ameaça?
O enredo de “The Electric State” coloca os robôs como vítimas de injustiças, marginalizados pela sociedade após uma guerra catastrófica contra humanos. Em tempos em que a inteligência artificial se integra cada vez mais à vida cotidiana, o filme levanta um debate sobre as implicações éticas e os perigos potenciais dessa tecnologia. Pratt, ao comentar sobre o tema, declarou que a tecnologia, assim como as pessoas, pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal, dependendo de quem a controla. O ator comparou a situação à clássica narrativa de “O Exterminador do Futuro”, expressando esperanças de que tais distopias permaneçam apenas na ficção. Ele destacou também como avanços tecnológicos podem significar revoluções médicas e industriais, mas não deixou de pontuar os riscos de concentração de poder nas mãos erradas.
Direção de impacto e uma produção de peso
Com um elenco de peso que inclui nomes como Stanley Tucci, Anthony Mackie e Giancarlo Esposito, os diretores Joe e Anthony Russo trazem sua experiência de blockbusters como “Vingadores: Ultimato” para criar uma narrativa visualmente deslumbrante e emocionalmente envolvente. A história segue Michelle (Millie Bobby Brown), uma adolescente órfã que se alia ao contrabandista Keats (Pratt) e seu robô parceiro para atravessar uma paisagem cheia de perigos em busca de seu irmão desaparecido. A presença dos diretores e da produção técnica de alto nível criaram um ambiente onde improvisações e a criatividade dos atores tiveram espaço. Pratt destacou como foi emocionante participar de uma obra que mescla temas filosóficos com uma ação eletrizante, abordando dilemas modernos de forma acessível ao público.
‘The Electric State’ mostra como é fácil torrar R$ 1,8 bi em um filme ruim
O filme foi alvo de alguns dos comentários mais ácidos de que se tem notícia entre comentaristas especializados.
Isso não significa, contudo, que ele será um fracasso.
O jornal britânico The Times descreveu a obra como “uma monstruosidade enorme” e “um tédio de alto preço”. É “astuto, mas terrivelmente sem alma”, declarou o americano Hollywood Reporter, enquanto o New York Times o chamou de “óbvio, extravagante e simplesmente idiota”.
A revista americana Paste chamou atenção para seu orçamento multimilionário, descrevendo o filme como “a maneira mais banal de se gastar US$ 320 milhões (aproximadamente R$ 1,8 bilhão)” e “uma bobagem artisticamente castrada e higienizada”.
Algumas críticas foram mais gentis. A revista britânica Empire, por exemplo, deu três estrelas e disse que ele era “fácil de assistir”, enquanto o jornal The Telegraph concedeu quatro estrelas ao que chamou de “deleite spielbergiano”, em referência ao diretor americano Steven Spielberg.
A pontuação de apenas 15% no site especializado Rotten Tomatoes, um dos principais agregadores de resenhas de filmes e séries, é, contudo, um resultado fraco para qualquer filme, especialmente um com custo tão alto.
As opiniões dos críticos, porém, têm se tornado cada vez mais mais irrelevantes na era do streaming. No caso de The Electric State, elas não impediram que o filme fosse direto para o primeiro lugar na lista de mais vistos da Netflix após seu lançamento em 14 de março de 2025.
Futuro sombrio ou promissor para a tecnologia?
“The Electric State” não é apenas um filme de ação e aventura; a obra oferece uma reflexão instigante sobre o impacto da inteligência artificial na sociedade. Para Chris Pratt, o filme representa uma oportunidade de discutir a complexidade do futuro tecnológico e como isso pode moldar nossas vidas. A mensagem final do longa, segundo o ator, é tanto uma advertência quanto uma celebração do potencial humano. Enquanto alguns avanços podem ser assustadores, ele acredita que a empatia e a responsabilidade devem guiar o uso dessas ferramentas. Com estreia global na Netflix, o filme promete atrair audiência pela combinação de um enredo reflexivo, altas doses de entretenimento e efeitos visuais impressionantes. Será que estamos preparados para o futuro que “The Electric State” imagina?