China exige cancelamento das tarifas recíprocas dos EUA

Pequeno avanço reconhecido em meio à guerra comercial.
A tensão comercial entre China e Estados Unidos ganhou novos desdobramentos neste domingo, 13 de abril de 2025, com um comunicado do Ministério do Comércio chinês pedindo o cancelamento completo das tarifas recíprocas aplicadas por ambas as potências econômicas. A declaração vem poucos dias após o governo dos EUA, liderado por Donald Trump, anunciar a isenção de tarifas sobre smartphones, computadores e outros dispositivos eletrônicos. Apesar de a China considerar esta isenção um “pequeno passo”, o país asiático insiste que medidas mais amplas são necessárias para corrigir o que classifica como “erros fundamentais” nas relações comerciais bilaterais. Essa posição reflete o tom crítico de Pequim em relação à guerra tarifária iniciada por Washington, que atingiu o ápice com taxas tarifárias de até 145% sobre importações chinesas.
Impactos econômicos e contextos das tarifas
No comunicado oficial, o Ministério do Comércio da China destacou que as isenções tarifárias, embora significativas, não abrangem a maior parte dos produtos chineses exportados para os Estados Unidos, os quais continuam sujeitos a taxas elevadas. Smartphones, que representam a principal exportação chinesa para o mercado norte-americano, contabilizaram US$ 41,7 bilhões no último ano, enquanto laptops somaram US$ 33,1 bilhões. A imposição tarifária prejudica não apenas fabricantes chineses, mas também consumidores e empresas de tecnologia nos EUA, como Apple e Nvidia. Especialistas apontam que a exclusão de produtos eletrônicos das tarifas pode reduzir o impacto financeiro direto sobre os consumidores americanos e beneficiar grandes conglomerados tecnológicos que dependem da produção chinesa.
Reações internacionais e planos futuros
A decisão dos EUA de isentar alguns produtos eletrônicos foi interpretada por analistas como um “recuo estratégico” na batalha comercial. Contudo, representantes do governo americano, incluindo o secretário de Comércio Howard Lutnick, enfatizaram que a medida é temporária e que novos regimes tarifários focados em semicondutores estão em discussão. Enquanto isso, a China continua intensificando seus esforços para reforçar relações com outros mercados internacionais, visando reduzir sua dependência das exportações para os EUA. Pequim anunciou recentemente parcerias no Sudeste Asiático como parte de sua estratégia de diversificação econômica. Esses movimentos visam proteger a economia chinesa das flutuações provocadas por decisões unilaterais de Washington, que têm impactado não apenas a balança comercial bilateral, mas também o comércio global.
Ainda sem consenso entre as potências
Apesar de pedidos mútuos para negociações, tanto os EUA quanto a China permanecem distantes de uma resolução abrangente para a guerra comercial. Autoridades americanas descartaram a possibilidade de um encontro entre Donald Trump e Xi Jinping em um futuro próximo, enquanto a China reafirma que “lutará até o fim” contra práticas tarifárias consideradas abusivas. As relações comerciais, cada vez mais marcadas por tensões e retaliações, têm gerado repercussões nos mercados financeiros globais e levantado preocupações sobre seus efeitos de longo prazo na economia mundial. À medida que as conversas permanecem em impasse, as perspectivas de estabilidade econômica dependem de iniciativas conjuntas para reduzir as barreiras comerciais e restaurar o equilíbrio nas transações bilaterais.