China censura termos em redes sociais após guerra comercial com os EUA

Bloqueios nas redes sociais revelam estratégia da China.
A censura na China atingiu novos patamares nesta quarta-feira, 9 de abril de 2025, em resposta às tarifas “recíprocas” implementadas pelos Estados Unidos sobre uma ampla gama de produtos chineses, com taxas chegando a 104%. Redes sociais como Weibo e WeChat foram palco dessa estratégia governamental que, por um lado, reprime hashtags e buscas como “tarifa” e “104” e, por outro, promove críticas aos EUA. Essa abordagem reflete a tentativa do governo chinês de controlar a narrativa em um contexto de guerra comercial. Publicações que mencionavam abertamente os impactos negativos das tarifas foram rotuladas como conteúdo potencialmente ilegal, enquanto críticas aos EUA ganharam espaço, especialmente por meio da mídia estatal chinesa, como a CCTV. Esta estratégia ilustra a luta pelo controle da percepção pública em uma das maiores disputas comerciais globais da história recente.
Impactos na imagem dos EUA e mobilização da mídia chinesa
O impacto das tarifas impostas pelos EUA ressoou fortemente na China, tanto economicamente quanto na opinião pública. Hashtags zombeteiras, como aquelas que destacam supostas crises de escassez nos Estados Unidos, tornaram-se tópicos populares no Weibo, muitas vezes incentivadas pela mídia estatal. Em contraste, discussões contendo críticas às tarifas de Donald Trump foram excluídas ou marcadas como violadoras de regulamentações chinesas. Enquanto isso, a mídia estatal veiculava mensagens que exaltavam a resiliência e a capacidade da China de enfrentar desafios externos, ao mesmo tempo que retratava os Estados Unidos como um parceiro pouco confiável no comércio global. Essa abordagem estratégica visa reforçar a posição da China em uma potencial escalada do conflito comercial, ao mesmo tempo em que procura desviar a atenção da gravidade das taxas impostas e de seus possíveis efeitos na economia local.
Desdobramentos e possíveis cenários para o comércio global
As tensões comerciais entre China e EUA configuram um cenário de disputas prolongadas, com ambas as partes buscando estabelecer superioridade. Pequim responde com contra-tarifas e retórica política que acusa os EUA de chantagem econômica. Ações como essa também visam reforçar a confiança interna no governo chinês, mesmo quando analistas apontam para possíveis prejuízos. As empresas chinesas enfrentam o desafio de realocar suas exportações para outros mercados, como o Vietnã e a Índia, enquanto consumidores chineses podem ver os preços de produtos importados, como os da Apple e Tesla, subirem de forma expressiva. Esse cenário evidencia o esforço bilateral de ambas as nações para demonstrar força, mas também expõe vulnerabilidades estratégicas em um mercado global interdependente.
Conclusão e o futuro do comércio internacional
A guerra comercial entre China e EUA levanta questões sobre a resiliência e a adaptação das maiores economias do mundo em tempos de crescente interconexão global. Embora Pequim prometa “lutar até o fim”, os impactos econômicos de longo prazo permanecem incertos, especialmente em um cenário onde tarifas recíprocas podem prejudicar ambas as nações. A censura digital reflete uma tentativa de Pequim de controlar narrativas internas, mas também evidencia o papel da comunicação global como um campo de batalha estratégico. Para o futuro, o fortalecimento de parcerias com mercados emergentes e a diversificação econômica são vistas como peças-chave para mitigar os danos dessa disputa, enquanto o mundo observa como esse impasse moldará o comércio global nos próximos anos.
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