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Cesta básica encarece 14,2% em 2024 e pressiona orçamento familiar

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Itens essenciais registram alta expressiva.

O custo da cesta básica no Brasil sofreu um aumento significativo de 14,22% em 2024, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) nesta quinta-feira (30). Este incremento substancial nos preços dos alimentos essenciais tem gerado preocupação entre os consumidores e especialistas econômicos, uma vez que impacta diretamente o orçamento das famílias brasileiras. Em dezembro de 2024, o valor médio da cesta básica atingiu R$ 345,23, representando um acréscimo de R$ 42,99 em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o custo era de R$ 302,24. Esta elevação nos preços dos itens básicos de alimentação reflete uma tendência inflacionária que vem se intensificando ao longo do ano, pressionando especialmente as camadas mais vulneráveis da população que dependem desses produtos para sua subsistência diária.

Entre os itens que compõem a cesta básica, o café torrado se destacou como o produto que registrou o maior aumento nos últimos 12 meses, com uma expressiva alta de 39,6%. Logo em seguida, o óleo de soja apresentou um incremento de 29,22%, enquanto o leite longa vida subiu 18,83% e o arroz 8,24%. Estes dados evidenciam uma pressão inflacionária mais acentuada no grupo de alimentos básicos, essenciais para a dieta da população brasileira. A Associação Brasileira de Supermercados aponta que esta tendência de alta deve persistir, estimando que entre dezembro e janeiro, a cesta básica possa registrar um novo aumento de 1,1%. Além disso, o grupo de proteínas de origem animal também sofreu elevações significativas, refletindo os efeitos da defasagem cambial, o aumento das exportações e a alta demanda no mercado interno. Neste cenário, a carne bovina foi particularmente afetada, com um aumento de 22,65% em 2024, seguida pelo pernil suíno com alta de 20,5% em 12 meses e o frango congelado com 8,26% de incremento.

O impacto deste cenário inflacionário nos alimentos básicos se estende para além do orçamento doméstico, afetando diversos setores da economia. Marcio Milan, presidente da Abras, destaca que o aumento no dólar será um fator determinante que deve influenciar o consumo ao longo de 2025. Ele ressalta que a indústria já sinalizou a intenção de realizar repasses, principalmente as empresas que possuem insumos cotados em dólar. Adicionalmente, a taxa Selic também é apontada como um elemento crucial, uma vez que impacta diretamente o crédito, podendo causar uma queda no consumo e levando os consumidores a priorizarem itens essenciais ou produtos em promoção. Este cenário complexo exige uma análise cuidadosa das políticas econômicas e sociais, buscando estratégias que possam mitigar o impacto da inflação alimentar sobre as famílias brasileiras, especialmente as de baixa renda. É importante ressaltar que, apesar da alta nos preços, o consumo dos lares cresceu 2,5% em 2024, impulsionado pelo aumento na empregabilidade, incremento real da renda e a injeção de recursos como o 13º salário e programas sociais como o Bolsa Família.

Olhando para o futuro, especialistas apontam para a necessidade de medidas que possam conter a escalada dos preços dos alimentos básicos, garantindo a segurança alimentar da população. Entre as possíveis ações, destacam-se políticas de incentivo à produção agrícola, melhorias na cadeia de distribuição e armazenamento de alimentos, além de programas de apoio direcionados às famílias mais vulneráveis. A continuidade do monitoramento dos preços e a implementação de estratégias de longo prazo para o fortalecimento do setor agrícola são consideradas fundamentais para a estabilização do custo da cesta básica. Ademais, o estímulo à diversificação da dieta e o incentivo ao consumo de alimentos sazonais podem contribuir para reduzir a pressão sobre determinados itens da cesta básica. É essencial que governo, setor privado e sociedade civil trabalhem em conjunto para encontrar soluções sustentáveis que garantam o acesso a alimentos de qualidade a preços acessíveis para todos os brasileiros, promovendo assim a segurança alimentar e nutricional como pilares do desenvolvimento socioeconômico do país.