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CEO da Rumble desafia Moraes novamente via X

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Empresa reafirma posição contra decisão judicial.

O CEO da plataforma de vídeos Rumble, Chris Pavlovski, voltou a desafiar publicamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, através de uma postagem na rede social X (antigo Twitter) na quinta-feira (20). Pavlovski reiterou que a empresa não irá cumprir a determinação judicial de bloquear contas específicas na plataforma, afirmando “Repito, nos vemos no tribunal”. A declaração ocorre em meio a uma crescente tensão entre a empresa e as autoridades brasileiras sobre questões de moderação de conteúdo e liberdade de expressão na internet.O embate teve início após uma decisão do ministro Moraes que ordenou o bloqueio de determinadas contas na plataforma Rumble, sob a alegação de disseminação de desinformação. A empresa, que tem como princípio a defesa da liberdade de expressão, recusou-se a cumprir a ordem, argumentando que isso violaria seus valores fundamentais e as leis canadenses, país onde está sediada. Desde então, uma série de trocas públicas entre o CEO da Rumble e autoridades brasileiras vem ocorrendo, elevando o tom do debate sobre os limites da jurisdição nacional em plataformas digitais globais.A Rumble voltou a funcionar no Brasil em fevereiro deste ano. A plataforma, que estabelece uma política menos restrita de moderação de conteúdo e luta pela liberdade de expressão, foi desativada no Brasil em dezembro de 2023 por discordar das exigências da Justiça brasileira. Ela é conhecida por abrigar personalidades e usuários conservadores e de direita como os jornalistas Allan dos Santos, Paulo Figueiredo, Rodrigo Constantino, Glenn Greenwald, além do youtuber Monark.

Pavlovski já havia enviado um recado ao ministro através do X. Na quarta-feira, 19, o CEO fez uma publicação dizendo que “não cumprirá suas ordens ilegais”. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a responder a postagem na rede social dizendo que “o mundo precisa ser livre”.

A postura desafiadora da Rumble tem gerado discussões intensas no meio jurídico e tecnológico. Especialistas em direito digital apontam para a complexidade de aplicar decisões judiciais nacionais a empresas estrangeiras, especialmente quando há conflito entre as legislações dos países envolvidos. Por outro lado, autoridades brasileiras argumentam que empresas que operam no país, mesmo que remotamente, devem seguir as leis locais. O caso levanta questões cruciais sobre soberania digital, jurisdição internacional e o papel das plataformas de mídia social na moderação de conteúdo potencialmente nocivo ou ilegal.

Alexandre de Moraes está sendo processado pelo grupo Trump Media & Technology Group DJT.O, do presidente dos EUA Donald Trump, no Tribunal Federal dos Estados Unidos na Flórida.

O processo foi aberto sob a acusação de que Moraes censura ilegalmente o discurso político de pessoas alinhadas à direita nos EUA, como o influenciador Allan dos Santos.

As empresas acusam o juiz de censurar o posicionamento político nos Estados Unidos e infringir a Primeira Emenda do país ao ordenar que o Rumble removesse as contas de figuras brasileiras de direita.

O desfecho deste embate pode estabelecer precedentes importantes para futuras disputas entre governos e plataformas digitais globais. Enquanto a Rumble mantém sua posição de não ceder às exigências do judiciário brasileiro, há expectativas de que o caso possa chegar a instâncias internacionais. A comunidade jurídica e a indústria tech observam atentamente, pois as implicações desta disputa podem moldar o futuro da regulação da internet e o equilíbrio entre liberdade de expressão e controle de conteúdo online. À medida que o confronto se desenrola, fica claro que o debate sobre os limites do poder estatal no ambiente digital está longe de ser resolvido.

Impactos da disputa para o cenário digital brasileiro

A controvérsia entre a Rumble e as autoridades brasileiras promete ter desdobramentos significativos para o cenário digital do país. O resultado deste embate poderá influenciar não apenas as políticas de moderação de conteúdo das plataformas que operam no Brasil, mas também as estratégias de empresas internacionais ao lidar com demandas judiciais locais. O caso continuará sendo acompanhado de perto por usuários, empresas e legisladores, enquanto se busca um equilíbrio entre a proteção da liberdade de expressão e o combate à desinformação no ambiente online.