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Celac cancela reunião sobre crise entre Colômbia e EUA

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Encontro de emergência é suspenso por falta de consenso.

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) cancelou a reunião de emergência que estava programada para esta quinta-feira (30) para discutir a crise diplomática entre Colômbia e Estados Unidos. O encontro havia sido convocado após o presidente colombiano Gustavo Petro proibir a entrada de aviões norte-americanos transportando deportados colombianos, o que desencadeou uma série de retaliações por parte do governo de Donald Trump. A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que ocupa a presidência temporária da Celac, anunciou o cancelamento nesta quarta-feira (29), citando a falta de consenso entre os países membros sobre como abordar a questão das deportações em massa anunciadas pelos EUA.

A crise entre Colômbia e Estados Unidos teve início na última sexta-feira (24), quando Petro impediu o pouso de duas aeronaves militares americanas que transportavam cidadãos colombianos deportados. O presidente colombiano argumentou que os EUA não estavam respeitando os direitos dos deportados e exigiu que eles fossem transportados em aviões civis, tratados com dignidade. Em resposta, Trump anunciou uma série de medidas punitivas contra a Colômbia, incluindo a imposição de tarifas de 25% sobre produtos colombianos, bloqueio de viagens, revogação de vistos de autoridades do governo Petro e sanções ao setor financeiro do país. A escalada da tensão entre os dois países, historicamente aliados, levou à convocação da reunião de emergência da Celac.

O cancelamento do encontro reflete as divisões existentes entre os países latino-americanos em relação à política migratória dos Estados Unidos. Enquanto alguns membros da Celac, como Colômbia e México, adotaram uma postura mais confrontadora em relação às deportações em massa anunciadas por Trump, outros preferiram manter uma abordagem mais cautelosa, possivelmente para preservar suas relações com Washington. A falta de consenso evidencia a dificuldade histórica da América Latina em agir como um bloco coeso diante de desafios externos, especialmente quando se trata de questões envolvendo os Estados Unidos. Esta situação acaba por enfraquecer a capacidade de negociação da região e permite que os EUA imponham políticas de forma unilateral, explorando as divergências entre os países latino-americanos.

A suspensão da reunião da Celac representa um revés para os esforços de coordenação regional em torno da questão migratória, um tema cada vez mais urgente na América Latina. Com o cancelamento do encontro, perde-se uma oportunidade de discutir estratégias conjuntas para lidar com as deportações em massa e proteger os direitos dos migrantes. A crise entre Colômbia e Estados Unidos, embora aparentemente em vias de resolução após negociações bilaterais, deixa como lição a necessidade de fortalecer os mecanismos de diálogo e cooperação entre os países da região. Para o futuro, será crucial que a Celac e outros organismos regionais encontrem formas de superar suas divergências internas e apresentar uma frente mais unida em questões de interesse comum, especialmente diante de políticas migratórias mais restritivas por parte dos Estados Unidos.

Desafios para a integração regional permanecem

O episódio envolvendo a Celac e a crise colombiano-americana evidencia os desafios persistentes para a integração e coordenação política na América Latina. Enquanto a região busca maior autonomia e voz no cenário internacional, as divisões internas continuam a dificultar uma ação conjunta efetiva. A superação dessas barreiras será fundamental para que os países latino-americanos possam defender seus interesses de forma mais assertiva e influenciar positivamente as políticas que os afetam, especialmente em temas sensíveis como migração e relações com potências globais.