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Carros de luxo do “Careca do INSS” chamam atenção em investigação sobre fraudes milionárias

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Frota impressionante de veículos incluindo cinco Porsches levanta suspeitas.

A Polícia Federal identificou um impressionante patrimônio automobilístico vinculado a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, figura central em um esquema de fraudes que pode ter movimentado mais de 6 bilhões de reais de beneficiários da Previdência Social. Apesar do apelido sugestivo, Antunes nunca trabalhou oficialmente no INSS, mas atuava como intermediário em um complexo esquema que desviava valores dos benefícios de aposentados e pensionistas sem autorização dos beneficiários. As investigações revelaram que o empresário acumulou um patrimônio desproporcional à sua renda declarada, especialmente em veículos de luxo, incluindo cinco modelos Porsche, três BMW e um Jaguar, entre outros automóveis de alto padrão. Segundo relatório da PF, em um período de menos de três meses, entre abril e julho de 2024, o “Careca do INSS” acumulou um patrimônio imobilizado no valor de R$ 14,3 milhões, montante incompatível com sua renda mensal declarada de apenas R$ 24.458,23. A disparidade entre os ganhos oficiais e o patrimônio revelado pela investigação levantou alertas sobre a magnitude do esquema fraudulento que estava em operação.

O esquema operado por Antunes envolvia 22 empresas das quais ele era sócio, que serviam como ponte para o repasse dos valores desviados do INSS. A Polícia Federal descobriu que o empresário recebia procurações em nome de entidades associativas para operar junto à Previdência e viabilizar a retirada dos valores das mensalidades sem o conhecimento ou consentimento dos beneficiários. Ao todo, pessoas físicas e jurídicas ligadas ao “Careca do INSS” receberam R$ 53,5 milhões diretamente das entidades associativas ou por intermédio de suas empresas. A investigação também apontou repasses milionários para servidores do órgão suspeitos de participação nos crimes, incluindo André Paulo Fidelis, que teria recebido R$ 1,5 milhão por meio do escritório de advocacia de seu filho, Eric Douglas Martins Fidelis, além de Alexandre Guimarães, que recebeu diretamente de Antunes a quantia de R$ 313 mil. O empresário declarava-se como gerente, com patrimônio entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões, valor muito abaixo dos montantes realmente movimentados em suas transações financeiras, que eram realizadas de forma a dificultar o rastreamento dos valores, segundo apontam os investigadores da PF.

A frota de veículos de luxo vinculada ao “Careca do INSS” foi um dos elementos que mais chamou a atenção da Polícia Federal durante as investigações. Entre os automóveis listados pela PF estão um Porsche Boxster 2018, um Porsche Taycan 2022, outro Porsche Taycan 2020/2021, um Porsche 911 Carrera GTS 2024, um Porsche Macan/S 2022, além de uma BMW 330E 2022/2023, uma BMW Z4 SDrive2.3I 2010/2011, uma BMW M135I XDrive, um Jaguar LD Limited 2023/2024, um Hyundai Azera 3.0 V6 2014/2015, um VW/Golf GTI AC 2019 e um Audi A3 SB Híbrido 2022/2023. A investigação revelou que o veículo Porsche Taycan 2022 passou a pertencer a Thaisa, companheira de Virgílio, outro envolvido no esquema. O caso também tem conexões com outros investigados, como Cecília Rodrigues Mota, apontada como presidente de fachada de diversas associações usadas para aplicar os golpes em aposentados e pensionistas. Segundo a PF, Cecília realizou um “volume atípico” de viagens entre janeiro e novembro de 2024, totalizando 33 deslocamentos, incluindo destinos internacionais como Dubai, Paris e Lisboa. Em vários desses traslados, ela estava acompanhada de beneficiários diretos dos repasses financeiros, e pessoas físicas e jurídicas relacionadas a ela receberam mais de R$ 14 milhões das entidades associativas.

O caso do “Careca do INSS” expõe uma vulnerabilidade significativa no sistema previdenciário brasileiro e levanta questões sobre a fiscalização de entidades associativas autorizadas a realizar descontos em benefícios. Como resultado da descoberta desse esquema fraudulento, o governo federal publicou na terça-feira, 29 de abril de 2025, uma norma que veta acordos entre o INSS e empresas intermediárias, buscando impedir novos casos semelhantes. A operação que desmantelou o esquema já resultou em medidas como a suspensão de todos os acordos do INSS com associações e na mudança de comando do órgão, com Debora Floriano assumindo interinamente a chefia da instituição. Especialistas em seguridade social apontam que este caso pode ser apenas a ponta do iceberg de um problema sistêmico mais amplo, e defendem a implementação de mecanismos de controle mais rigorosos para proteger aposentados e pensionistas de fraudes similares no futuro. A expectativa é que, nos próximos meses, a investigação continue a revelar o escopo completo da operação fraudulenta e identifique todos os envolvidos no esquema que prejudicou milhares de beneficiários do INSS em todo o país.

Impactos e medidas para evitar novas fraudes no sistema previdenciário

A descoberta do esquema liderado pelo “Careca do INSS” deve provocar uma reformulação nos sistemas de controle do Instituto Nacional do Seguro Social para prevenir que novas fraudes desta magnitude possam ocorrer. Com um prejuízo estimado em bilhões de reais, o caso evidencia a necessidade de maior transparência e fiscalização nas autorizações de desconto em benefícios previdenciários, especialmente quando intermediadas por associações ou empresas terceirizadas. A investigação continua em andamento para identificar todos os envolvidos na rede criminosa e recuperar os valores desviados dos aposentados e pensionistas brasileiros.

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