Carlos Bolsonaro declara que não vive em uma democracia e critica ONU por apoio a Lula

Carlos Bolsonaro afirma não viver em democracia e tece críticas à ONU por apoio a Lula.
Vereador defende irmão Eduardo e compara campanhas internacionais.
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) manifestou-se publicamente domingo, 25 de maio de 2025, rebatendo críticas direcionadas a seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem realizado campanha nos Estados Unidos em defesa de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), Carlos afirmou categoricamente não viver em um regime democrático, além de criticar duramente organizações internacionais como a ONU e a Anistia Internacional por seu posicionamento favorável ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na declaração, o filho do ex-presidente comparou as ações internacionais de Eduardo com movimentos semelhantes promovidos por lideranças de esquerda durante o período em que Lula esteve preso pela operação Lava Jato, argumentando que haveria um tratamento diferenciado entre os casos. O vereador carioca referiu-se às organizações internacionais como “os anjinhos de sempre”, questionando o que considera ser uma parcialidade no tratamento dado às diferentes forças políticas do país.
A manifestação de Carlos Bolsonaro ocorre em um contexto de crescente polarização política no Brasil, onde a família Bolsonaro enfrenta uma série de investigações e processos judiciais. O ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de acusações relacionadas a tentativa de golpe de Estado e ataques à democracia, conforme mencionado nos relatos da imprensa nacional. Em sua argumentação, Carlos Bolsonaro traçou um paralelo entre a situação atual de seu pai e o período em que o presidente Lula esteve detido, destacando que figuras como Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad também realizaram campanhas internacionais em favor de Lula durante sua prisão. Esta comparação serve ao propósito retórico de questionar o que o vereador considera um tratamento desigual por parte das instituições nacionais e internacionais. A crítica direta ao Comitê de Direitos Humanos da ONU e à Anistia Internacional surge porque estas entidades consideraram que Lula teve seus direitos políticos violados durante o processo da Lava Jato, posicionamento que Carlos Bolsonaro contesta veementemente, sugerindo uma parcialidade ideológica dessas organizações.
Em sua declaração mais contundente, o vereador carioca afirmou textualmente: “Bem, todos sabemos que não vivemos numa democracia e o que vale é o que o sistema quer, pois caso contrário vento que venta cá ventaria lá, mas todos de bom senso conhecem a zona proposital e como funciona isso aqui”. Esta frase sintetiza o pensamento do filho do ex-presidente, que enxerga no sistema político brasileiro uma estrutura que favoreceria determinados grupos em detrimento de outros. A referência ao “sistema” como entidade controladora dos processos políticos e jurídicos no país reflete uma visão compartilhada por segmentos da direita brasileira, que frequentemente denunciam o que consideram ser perseguições políticas. O posicionamento de Carlos Bolsonaro expõe as tensões existentes no cenário político nacional, onde as acusações de parcialidade e tratamento desigual são constantes de ambos os lados do espectro político. Este episódio também evidencia a estratégia da família Bolsonaro de buscar apoio internacional, especialmente nos Estados Unidos, onde Eduardo Bolsonaro tem realizado uma campanha em defesa do pai, seguindo táticas semelhantes às utilizadas anteriormente por políticos de esquerda quando Lula enfrentava processos judiciais.
As declarações do vereador Carlos Bolsonaro adicionam mais um capítulo na conturbada relação entre a família do ex-presidente e as instituições democráticas brasileiras. Ao questionar abertamente a existência de uma democracia plena no Brasil e criticar organismos internacionais por supostas parcialidades, Carlos Bolsonaro mantém acesa a narrativa de enfrentamento ao que denomina “sistema”. Este posicionamento encontra ressonância em uma parcela significativa do eleitorado brasileiro que se identifica com o bolsonarismo e sua retórica de contestação institucional. Para os próximos meses, analistas políticos esperam que a família Bolsonaro intensifique sua campanha de defesa tanto no Brasil quanto no exterior, especialmente considerando os diversos processos em andamento contra o ex-presidente. A estratégia de internacionalização da defesa, iniciada por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e agora defendida publicamente por Carlos, indica que a família pretende ampliar sua base de apoio para além das fronteiras nacionais, buscando respaldo em setores conservadores internacionais. Este movimento ocorre em paralelo às articulações políticas visando as próximas eleições, onde os Bolsonaro tentarão manter sua relevância no cenário político brasileiro, apesar dos desafios jurídicos enfrentados por seu principal líder.
Repercussão nas redes e posicionamento político
A manifestação de Carlos Bolsonaro nas redes sociais gerou imediata repercussão no ambiente político brasileiro, dividindo opiniões entre apoiadores e críticos. Enquanto seus seguidores enaltecem o que consideram coragem em denunciar supostas parcialidades do sistema, opositores veem nas declarações mais um exemplo do que classificam como retórica antidemocrática. O episódio evidencia a permanente tensão no cenário político nacional, onde as instituições democráticas seguem sendo objeto de intensos debates e contestações, especialmente por parte de setores identificados com o bolsonarismo que mantêm uma postura de permanente desconfiança em relação aos organismos internacionais e às instituições republicanas brasileiras.