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Caiado aponta desordem institucional e questiona força do presidencialismo

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Críticas de Caiado à perda de poder do Executivo.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, subiu o tom ao afirmar segunda-feira (5), durante evento na capital paulista, que o presidencialismo “foi destruído” no Brasil. Na visão do político, que se apresenta como pré-candidato à Presidência da República em 2026, a crescente fragmentação do poder e a excessiva influência das emendas parlamentares sobre o orçamento federal criaram uma situação de desordem institucional no país. Segundo Caiado, o Executivo federal perdeu o controle sobre a destinação de recursos, e o Congresso Nacional passou a decidir sobre parcelas determinantes do gasto público, enfraquecendo o papel do presidente da República. O líder goiano, ao participar do debate “O Brasil na visão das lideranças públicas”, destacou sua insatisfação com o que vê como um desequilíbrio de poderes, apontando ainda críticas ao presidente Lula, ao Congresso e ao Judiciário. O governador reforçou que a liturgia do cargo presidencial foi esvaziada, atribuindo parte desta fragilidade à atuação do Congresso e à multiplicidade de emendas que, segundo ele, comprometem a governabilidade e a ordem institucional do Brasil.

O contexto dessas declarações ganha relevância diante das mudanças no cenário político nacional, onde a tramitação e aprovação de emendas parlamentares aumentaram significativamente ao longo dos últimos anos. Caiado relembrou sua trajetória como ex-deputado federal e ex-senador para sustentar que, no passado, os parlamentares dispunham de valores limitados para emendas, enquanto atualmente deputados do chamado ‘baixo clero’ podem administrar quantias muito superiores. O governador exemplificou dizendo que, em seu tempo no Congresso, cada parlamentar contava com cerca de R$ 1,5 milhão por ano em emendas, valor que atualmente pode chegar a R$ 100 milhões para deputados e até R$ 300 milhões para senadores. Tais mudanças, segundo Caiado, alteraram a dinâmica orçamentária e política, tornando mais difícil ao Executivo implementar políticas públicas com autonomia. No entendimento do governador, essa inversão de poder coloca o país em situação de vulnerabilidade institucional.

Os reflexos dessa concentração de poder orçamentário nas mãos do Congresso têm sido tema de preocupação de especialistas e agentes públicos. Para Caiado, a função essencial dos parlamentares deveria ser legislar, fiscalizar e aprovar o orçamento, e não controlar a destinação final dos recursos federais. O governador aponta que tal cenário gera disputas internas, fortalece interesses localizados e amplia a fragmentação política, dificultando a formação de coalizões estáveis e enfraquecendo a capacidade de articulação do presidente da República. O excesso de emendas parlamentares, afirma, faz com que planos individuais de deputados tenham mais peso na administração pública do que o próprio projeto de governo eleito nas urnas. Essa dinâmica, segundo Caiado, contribui para a instabilidade institucional, alimenta a desconfiança da sociedade na política e compromete avanços estruturais desejados para o país.

Diante desse diagnóstico, Caiado alerta para a necessidade de repensar o equilíbrio entre os poderes e a divisão das atribuições entre Executivo e Legislativo, sob risco de prejuízos ainda maiores à governabilidade nacional. Avalia que se não houver mudanças profundas nos mecanismos de repartição dos recursos federais e na efetiva liturgia do cargo presidencial, o Brasil pode assistir à intensificação da fragmentação institucional e à permanente dificuldade de implementar políticas públicas de longo prazo. O governador conclui que o debate é urgente e demanda protagonismo de lideranças políticas comprometidas com a modernização do sistema político-administrativo nacional, para garantir governabilidade, respeito à Constituição e aos princípios democráticos. O alerta de Caiado repercute entre lideranças políticas e especialistas, colocando em pauta a necessidade de fortalecer a autonomia e a estabilidade do Executivo federal para enfrentar os desafios de um país multifacetado e complexo como o Brasil.

Debate sobre presidencialismo e futuro das instituições

O diagnóstico apresentado por Ronaldo Caiado sobre o enfraquecimento do presidencialismo brasileiro reacende discussões sobre a necessidade de revisão do modelo político vigente. Os desdobramentos desse cenário sugerem desafios crescentes para a governabilidade, com o risco de que a autonomia do Executivo fique cada vez mais comprometida diante da força das emendas parlamentares e da fragmentação partidária. O governador propõe o fortalecimento dos mecanismos institucionais, com ênfase na retomada do protagonismo do presidente da República e na limitação da influência excessiva do Congresso sobre o orçamento federal. Para Caiado, a reconstrução da ordem institucional exige diálogo, transparência e reformas profundas, capazes de restabelecer a autoridade do Executivo sem descuidar dos mecanismos de controle e equilíbrio democrático. O debate segue aberto entre lideranças públicas, partidos e sociedade civil, sinalizando que a busca por um sistema político mais estável e eficiente permanece um dos grandes desafios contemporâneos do Brasil.

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