Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

Brasil Deve Ficar Atento à Invasão de Produtos Chineses após Acordo de Tarifas EUA-China

Compartilhar:

Contexto da Redução de Tarifas entre EUA e China.

O recente acordo entre os EUA e a China para reduzir temporariamente as tarifas alfandegárias vem sendo visto como um passo positivo para o comércio global, mas também gera preocupações para o Brasil. Este acordo, anunciado em Genebra na semana passada, prevê a redução das tarifas dos EUA sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China reduzirá as taxas sobre importações americanas de 125% para 10% por um período de 90 dias. Para o Brasil, um dos principais benefícios é a redução do risco de desvio de produtos chineses para o mercado brasileiro, o que poderia prejudicar as indústrias locais. A secretária de Comércio Exterior do Brasil, Tatiana Prazeres, destacou que o acordo é positivo porque impede o desvio de comércio que poderia ocorrer se produtos chineses, impedidos de entrar nos EUA devido às altas tarifas, começassem a ser exportados para o Brasil. O acordo também visa mitigar tensões comerciais, o que é benéfico para o comércio global e para a economia brasileira. A redução das tarifas deve começar a valer a partir de 14 de maio, conforme anunciado nas negociações. Com isso, os mercados ao redor do mundo já começaram a reagir positivamente ao anúncio, com altas nos preços das bolsas. A redução das tarifas também pode ter impactos nos setores agrícolas, como o aumento das exportações americanas para a China, o que poderia impactar a venda de produtos brasileiros, como a soja. No entanto, Tatiana Prazeres enfatizou que os ganhos pontuais não compensam os riscos à economia global. Além disso, o acordo não inclui tarifas específicas para setores como medicamentos, semicondutores e aço, onde os EUA continuam focados em “reequilíbrio estratégico”. A redução das tarifas também sinaliza que os EUA e a China estão trabalhando em direção a uma relação comercial mais equilibrada. Isso pode ajudar a evitar o protecionismo, que o presidente Lula destacou como um risco potencial para o mundo, afirmando que pode levar a conflitos. A declaração de Lula foi feita durante uma viagem à China, onde ele defendeu o multilateralismo como garantia de harmonia entre os países.

Desdobramentos do Acordo para o Brasil

Brasil precisa ficar atento a ‘invasão’ de produto chinês após tarifas dos EUA, diz presidente de líder em refratários

O acordo entre EUA e China tem desdobramentos significativos para o Brasil, especialmente em termos de comércio internacional. A redução das tarifas entre os dois maiores parceiros comerciais do mundo traz benefícios ao Brasil ao evitar que produtos chineses, que poderiam ser impedidos de entrar nos EUA, sejam desviados para o mercado brasileiro. Isso protege as indústrias locais, que poderiam ser prejudicadas pela concorrência desleal.

‘Na operação latino-americana da RHI Magnesita, fabricante líder em produtos refratários para a indústria, o ambiente é visto como oportunidade para acessar novos mercados, mas também como um risco de que a oferta chinesa seja redirecionada ao Brasil.

“À medida que alguns mercados se fecham, aquela capacidade produtiva precisa ser direcionada a outros países. Se o Brasil não se fecha também, fica muito exposto a essa invasão de refratários chineses. A gente precisa achar caminhos para nos proteger, para sobreviver”, diz à Folha de S.Paulo Wagner Sampaio, presidente da companhia na América Latina.

Ele afirmou que as tarifas de importação para refratários no país gira em torno de 6%, enquanto nos EUA é de 25%, mesma taxa do México, país onde a operação da companhia passou a ficar sob o comando do brasileiro em abril deste ano.

Produtos refratários são essenciais para operações industriais de alta temperatura, como aço, cimento e vidro.

O presidente da RHI Magnesita para a América Latina afirma que o cenário de disputas tarifárias também abre oportunidades.

“As empresas cada vez querem ficar menos dependentes de uma fonte única [de suprimentos]. Essa discussão de tarifas também está acordando o mundo para a necessidade de garantia de fontes seguras e alternativas de matérias-primas”, afirma Sampaio.

A China é responsável por cerca de 60% da produção global de magnesita.

O executivo da companhia diz que a mina do mineral da companhia em Brumado, na Bahia, é considerada como a de melhor qualidade do mundo e pode se beneficiar dessa diversificação de investimentos.

“No caso da mineração, a gente vê com muito bons olhos tudo que está acontecendo com o mundo. Nossa exportação de sínter [de magnesita] deve subir pela busca de fontes seguras, ele é de altíssima qualidade e uma alternativa ao fornecimento chinês”.

Em fevereiro deste ano, a empresa inaugurou na cidade o maior forno rotativo da companhia no mundo. Foram investidos R$ 541 milhões no equipamento, que permite um aumento de 25% na capacidade em relação aos fornos verticais da unidade.

Com um faturamento global de 3,6 bilhões de euros (R$ 22,9 bilhões), a companhia é resultado da fusão da austríaca RHI com a brasileira Magnesita em 2017. Ela atua em três frentes: mineração do sínter de magnesita, produção de refratários e prestação de serviços aos clientes.

No Brasil, onde o faturamento é de 335 milhões de euros (R$ 2,1 bilhões), a sede da empresa fica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde acontece a fabricação de refratários.

Desde abril, a operação da RHI Magnesita na América do Sul passou a contar também com as unidades da América Central, que agregaram uma receita de 150 milhões (R$ 955 milhões) de euros à filial.

Dessa forma, o México se tornou o segundo principal mercado da região, atrás apenas do Brasil. A junção das operações ocorreu por razões de eficiência operacional e pelas culturas dos países serem semelhantes, justifica o executivo.

“A América Latina é a principal região da RHI Magnesita no mundo em termos de produção de matérias-primas”, diz o presidente.’

Além disso, a redução das tarifas também pode influenciar a dinâmica de empresas que operam em ambos os lados do Atlântico e que têm operações significativas no Brasil. Isso pode significar que grandes empresas multinacionais com operações no Brasil podem se beneficiar de um ambiente comercial mais estável entre os EUA e a China. No entanto, o impacto final dependerá de como as empresas brasileiras e globais se adaptam a essas mudanças comerciais.

Análises Específicas e Impactos Futuros

As análises específicas sobre o acordo de tarifas entre EUA e China mostram que, apesar dos benefícios imediatos, há preocupações sobre o impacto a longo prazo no comércio global e no Brasil. A redução das tarifas pode levar a um aumento nas exportações americanas para a China, que poderia impactar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado chinês. No entanto, a redução do risco de desvio de comércio é um ponto positivo, pois protege as indústrias locais do Brasil. A China e os EUA também concordaram em estabelecer um mecanismo para continuar as conversações comerciais, o que pode ajudar a melhorar a relação bilateral. Para o Brasil, isso significa que o ambiente comercial pode se tornar mais estável e favorável, mas também exigirá que as empresas brasileiras sejam competitivas em um mercado global cada vez mais dinâmico. O presidente Lula enfatizou a importância do multilateralismo para evitar conflitos econômicos, reforçando a ideia de que o comércio internacional deve ser baseado em regras claras e justas para todos os países envolvidos. A redução das tarifas também pode influenciar a política econômica brasileira, incentivando a busca por acordos comerciais mais equilibrados e menos dependentes de tensões bilaterais entre grandes economias. Além disso, a redução das tarifas pode aumentar o interesse de investidores estrangeiros no Brasil, uma vez que um ambiente comercial mais estável e com menos riscos de desvios de comércio pode ser mais atraente para os investidores. Portanto, o Brasil precisa estar atento às oportunidades e desafios que surgem com esse acordo, buscando sempre manter uma posição competitiva no mercado global.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *