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Boulos apresenta projeto de lei mirando Nikolas Ferreira: ‘Pau neles!’

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Proposta visa combater desinformação nas redes sociais.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) apresentou nesta quarta-feira (6) dois projetos de lei que foram apelidados com os nomes “anti-Nikolas Ferreira”, em referência ao parlamentar Nikolas Ferreira (PL-MG) e anti-Véio da Havan, o empresário Luciano Hang, conhecido por o ‘véio’ da Havan.A proposta, que tem como objetivo combater a disseminação de notícias falsas nas redes sociais, surge após uma série de polêmicas envolvendo o deputado do PL. Boulos argumenta que a medida é necessária para coibir a propagação de desinformação e proteger a integridade do debate público no ambiente digital. O projeto prevê punições mais severas para políticos e figuras públicas que compartilharem conteúdos enganosos em suas plataformas online.

A iniciativa de Boulos ocorre em um contexto de crescente preocupação com o impacto das redes sociais na formação da opinião pública e nos processos democráticos. Nos últimos meses, Nikolas Ferreira esteve no centro de diversas controvérsias relacionadas a publicações consideradas enganosas ou provocativas em suas redes sociais. Um dos casos mais notórios envolveu um vídeo sobre supostas mudanças nas regras do Pix, que viralizou e gerou amplo debate sobre a responsabilidade de parlamentares na divulgação de informações. O projeto de Boulos busca estabelecer critérios mais claros para a atuação de políticos nas redes sociais, propondo mecanismos de verificação de conteúdo e sanções para aqueles que violarem as normas estabelecidas.

“A mentira de Nikolas Ferreira sobre o Pix não pode se repetir. Acabamos de protocolar na Câmara nosso Projeto de Lei (151/2025) que tipifica a divulgação desse tipo de fake news como crime contra a economia popular. Vamos enfrentar cada uma das mentiras bolsonaristas. Pau neles!”, detalhou Boulos.

O texto do projeto “anti-Nikolas Ferreira” propõe a criação de um sistema de monitoramento e fact-checking específico para contas de autoridades públicas nas redes sociais. Além disso, sugere a implementação de um código de conduta digital para parlamentares, com diretrizes claras sobre o que pode ou não ser compartilhado em suas plataformas oficiais. Entre as medidas previstas estão a obrigatoriedade de retratação pública em caso de compartilhamento de informações falsas, multas proporcionais ao alcance da desinformação e, em casos extremos, a suspensão temporária do mandato. Boulos argumenta que essas medidas são essenciais para preservar a qualidade do debate público e evitar que as redes sociais se tornem um campo fértil para a manipulação da opinião pública através de notícias falsas ou distorcidas.

A apresentação do projeto gerou reações diversas no meio político e nas redes sociais. Apoiadores de Boulos elogiam a iniciativa, afirmando que ela é um passo importante para garantir maior responsabilidade no uso das plataformas digitais por parte de figuras públicas. Por outro lado, críticos argumentam que a proposta pode representar uma ameaça à liberdade de expressão e ser usada como instrumento de perseguição política. O próprio Nikolas Ferreira, alvo indireto da proposta, ainda não se manifestou oficialmente sobre o projeto.

Sobre o “projeto Véio da Havan”, a proposta, segundo Boulos, visa punir empresários que incitem, financiem ou apoiem logisticamente tentativas de golpe de Estado como foi observado nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

“Qual que é a ideia? Que empresários que incitem, financiem, apoiem logisticamente tentativas de golpe, de ataque à democracia, como aconteceu no 8 de janeiro, sejam punidos no bolso, que é onde eles mais sentem. Com o projeto sendo aprovado, esses empresários vão ser proibidos de fazer qualquer tipo de contrato com o poder público, participar de licitações e de ter empréstimos em bancos públicos. A ideia é que, mexendo no bolso, a gente desestimule que ocorra toda aquela operação de financiamento que teve no 8 de janeiro”, explicou Boulos em vídeo divulgado nas redes sociais.

“Chamar de PL Véio da Havan é justamente para reconhecer o simbolismo que esse cidadão teve. Falou para o Bolsonaro virar a mesa depois da vitória do Lula, foi pego em grupo de WhatsApp pela Polícia Federal incitando o golpe, saiu na delação do Mauro Cid”, prosseguiu o parlamentar.

Impactos e desdobramentos da proposta legislativa

O projeto “anti-Nikolas Ferreira” apresentado por Boulos promete gerar intensos debates no Congresso Nacional e na sociedade civil. A medida levanta questões cruciais sobre os limites da liberdade de expressão, o papel das redes sociais na política contemporânea e a responsabilidade dos representantes eleitos na era digital. À medida que o projeto avança nas comissões legislativas, é esperado que surjam emendas e contrapropostas, refletindo a complexidade do tema e os diferentes interesses envolvidos. O desfecho dessa iniciativa poderá estabelecer importantes precedentes para a regulação do comportamento online de figuras públicas no Brasil, com potenciais repercussões para além do âmbito político.