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BC prepara novo modelo de financiamento habitacional com recursos de mercado

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BC avança com novo modelo de financiamento habitacional por captação de mercado.

Banco Central anuncia inovação no crédito imobiliário.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, anunciou na terça-feira (10) que a autoridade monetária está prestes a apresentar um novo modelo de financiamento habitacional focado na captação de recursos junto ao mercado. O anúncio ocorreu durante evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, onde Galípolo destacou a necessidade urgente de alternativas, já que a tradicional caderneta de poupança — principal fonte de funding no crédito imobiliário brasileiro — vem apresentando redução constante em seu estoque. Segundo ele, essa mudança estrutural nos depósitos pressiona o setor e exige do BC soluções inovadoras para garantir a continuidade do crédito para aquisição da casa própria. O executivo ressaltou ainda que a proposta, em desenvolvimento em parceria com bancos, especialmente a Caixa Econômica Federal, visa criar uma ponte entre o modelo vigente e as novas estratégias de captação, assegurando sustentabilidade e participação adequada do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

O cenário atual, marcado por saques expressivos na poupança, levou o Banco Central a intensificar a busca por alternativas que mantenham o fluxo de recursos para o mercado imobiliário. Segundo dados recentes, o saldo de depósitos na poupança está em trajetória descendente desde 2021, influenciado pela elevação dos juros básicos da economia e pelo avanço de investimentos mais atrativos e de baixo risco, como o Tesouro Direto. De janeiro a maio deste ano, brasileiros sacaram mais de R$ 51 bilhões a mais do que depositaram na tradicional caderneta, evidenciando uma mudança no perfil do investidor doméstico. Diante desse contexto, a equipe do BC trabalha com o objetivo de apresentar rapidamente uma proposta chamada de “processo ponte”, que viabilizará a captação direta de recursos do mercado financeiro para financiar a aquisição de imóveis, rompendo a dependência quase exclusiva da poupança.

O desenvolvimento de uma alternativa de funding para o setor habitacional é visto como medida essencial para preservar o crescimento e a estabilidade do crédito imobiliário. Em sua fala, Galípolo enfatizou que a intenção é expandir a participação desse segmento no PIB brasileiro, aproximando-o do patamar de países desenvolvidos, onde o crédito imobiliário chega a representar cerca de 25% a 30% da economia, enquanto no Brasil a fatia permanece em torno de 10%. A proposta de utilizar captação de mercado também surge em meio a discussões sobre possíveis mudanças tributárias em produtos como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), atualmente isentas de imposto, ampliando a necessidade de alternativas sólidas e sustentáveis para o financiamento da casa própria. Segundo o Banco Central, a transição planejada pretende evitar rupturas e garantir que o crédito imobiliário siga acessível a um número crescente de brasileiros, mesmo diante das transformações no cenário de investimentos.

Perspectivas para o financiamento habitacional no país

O anúncio do novo modelo demonstra que o Banco Central está atento à evolução do mercado financeiro brasileiro e ao impacto das transformações no padrão de poupança e investimentos da população. O processo de criação de uma ponte entre o antigo modelo — baseado majoritariamente na caderneta de poupança — e o novo, que buscará recursos diretamente no mercado, é fundamental para manter a saúde do crédito imobiliário a médio e longo prazo. Especialistas do setor avaliam que a iniciativa pode estimular inovação, criar produtos financeiros mais eficientes e ampliar o acesso da população ao financiamento habitacional. A expectativa é que, ao diversificar as fontes de funding, o setor imobiliário ganhe maior resiliência diante de variações econômicas, promovendo inclusividade e competitividade. Para os próximos meses, o mercado aguarda com grande interesse os detalhes da proposta do BC, que poderá redefinir o panorama do crédito para aquisição de imóveis no Brasil, consolidando um novo marco para o segmento e alinhando o país às melhores práticas internacionais.

Para mais informações, acesse a página de notícias ou confira a categoria economia.

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