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Banco Central sinaliza novo aumento da Selic para 14,25% em março

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Banco Central mantém rota de aperto monetário e projeta Selic a 14,25% em março.

Ata do Copom reforça cenário de nova alta nos juros.

O Banco Central do Brasil sinalizou nesta terça-feira (4) que deve promover mais um aumento significativo na taxa básica de juros em sua próxima reunião, marcada para março. De acordo com a ata da 268ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, o cenário econômico atual justifica a continuidade do ciclo de aperto monetário, com uma provável elevação de 1 ponto percentual na Selic, levando-a de 13,25% para 14,25% ao ano. Esta decisão reflete a persistência das pressões inflacionárias e o compromisso da autoridade monetária em fazer convergir a inflação para a meta estabelecida. O documento destaca que o ambiente econômico permanece desafiador, com riscos elevados tanto no cenário doméstico quanto internacional, exigindo uma postura vigilante do Banco Central.

A ata do Copom revela que a decisão de manter o ritmo de elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual foi unânime entre os membros do comitê. Os diretores do BC avaliam que este ajuste é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante para a política monetária. O documento ressalta que o cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, uma possível reversão parcial do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico. Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país.

O Banco Central também destacou em sua análise o impacto do cenário externo sobre a economia brasileira. A ata menciona que o ambiente internacional se mostra mais desafiador, com os bancos centrais das principais economias sinalizando maior urgência na normalização da política monetária em resposta à elevação da inflação, ainda que em ritmos distintos. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve tem indicado uma postura mais agressiva no combate à inflação, o que pode resultar em um aperto das condições financeiras globais. Este cenário externo mais complexo aumenta a incerteza e adiciona volatilidade aos preços de ativos, podendo afetar países emergentes como o Brasil. Além disso, o Copom ressaltou a importância de se manter a harmonia entre as políticas fiscal e monetária para garantir a ancoragem das expectativas de inflação e a convergência da inflação para a meta no médio prazo.

Olhando para o futuro, o Comitê reiterou que a magnitude total do ciclo de aperto monetário dependerá da evolução de diversos fatores. Entre eles, destacam-se a dinâmica da inflação, especialmente dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, as projeções de inflação, as expectativas de inflação, o hiato do produto e o balanço de riscos. O Banco Central enfatizou seu compromisso em perseguir o cumprimento da meta de inflação e sinalizou que continuará a avaliar cuidadosamente o cenário econômico para calibrar suas decisões futuras. Com esta postura, a autoridade monetária busca equilibrar o controle da inflação com a necessidade de não comprometer excessivamente a recuperação econômica em curso, em um contexto ainda marcado pelos desafios impostos pela pandemia de COVID-19 e pelas incertezas do cenário internacional.

Perspectivas para a política monetária brasileira

A sinalização do Banco Central de uma nova elevação da Selic para 14,25% em março reforça o compromisso da instituição com o controle da inflação. Esta postura, embora possa trazer desafios para o crescimento econômico no curto prazo, visa garantir a estabilidade de preços e a confiança dos agentes econômicos no médio e longo prazos. A continuidade do ciclo de aperto monetário deverá ser acompanhada de perto pelos diversos setores da economia, que precisarão se adaptar a um cenário de juros mais altos. O mercado financeiro e os analistas econômicos continuarão atentos às próximas comunicações do Banco Central para ajustar suas expectativas e estratégias diante deste cenário de política monetária restritiva.