Avaliação negativa de Lula no mercado financeiro atinge 88%, revela pesquisa

Mercado financeiro reprova governo Lula com 88% de avaliação negativa.
Pesquisa revela insatisfação generalizada com rumos da economia.
Uma nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (19) revelou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma avaliação extremamente negativa por parte do mercado financeiro. De acordo com o levantamento, 88% dos agentes do mercado avaliam a gestão Lula como negativa, enquanto apenas 4% a consideram positiva. A pesquisa ouviu 106 fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 12 e 17 de março, incluindo gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão. Esse resultado representa uma ligeira melhora em relação à pesquisa anterior realizada em dezembro, quando a avaliação negativa atingia 90% dos entrevistados. No entanto, o cenário geral continua extremamente desfavorável para o governo no que diz respeito à percepção do mercado financeiro.
A insatisfação generalizada do mercado com o governo Lula está diretamente relacionada às preocupações com os rumos da política econômica e seus impactos. Para 64% dos entrevistados, a alta nos preços dos alimentos é apontada como o principal motivo para a perda de popularidade do presidente. Além disso, 56% consideram que os equívocos na condução da política econômica são fatores determinantes para a avaliação negativa, enquanto 41% citam o aumento de impostos como causa relevante. Esses dados indicam que o mercado financeiro está especialmente atento às decisões econômicas do governo e seus reflexos na inflação e no poder aquisitivo da população. A pesquisa também revelou que 93% dos participantes acreditam que a política econômica do país está na direção errada, um número ligeiramente menor que os 96% registrados em dezembro, mas ainda assim alarmante.
O cenário de desconfiança do mercado em relação ao governo Lula se estende para além das questões puramente econômicas. A pesquisa Genial/Quaest mostrou que 99% dos entrevistados consideram a queda de popularidade do presidente um fator de preocupação para o governo, um aumento significativo em relação aos 86% que tinham essa percepção em dezembro. Além disso, 80% dos ouvidos apontam a taxa de juros como outro elemento que preocupa a administração Lula, contra 70% na pesquisa anterior. A alta do dólar também é vista como motivo de apreensão por 76% do mercado, um aumento expressivo em comparação aos 58% registrados no levantamento de dezembro. Esses dados sugerem que o mercado financeiro está cada vez mais cético em relação à capacidade do governo de lidar com os desafios econômicos e reverter a percepção negativa que se consolidou nos primeiros meses de mandato.
As perspectivas para o futuro próximo também não são animadoras na visão do mercado financeiro. De acordo com a pesquisa, 83% dos entrevistados acreditam que a economia brasileira vai piorar nos próximos 12 meses, enquanto apenas 4% esperam uma melhora. Além disso, 58% dos participantes avaliam que o Brasil corre risco de entrar em recessão no curto prazo. No que diz respeito à inflação, 82% dos agentes do mercado preveem que o índice encerrará o ano em patamar superior ao registrado em 2024. Esse cenário de pessimismo generalizado coloca ainda mais pressão sobre o governo Lula para apresentar resultados concretos na área econômica e recuperar a confiança dos investidores. A capacidade da equipe econômica de reverter essas expectativas negativas será crucial para determinar os rumos da economia brasileira e o sucesso da gestão Lula nos próximos anos.
Desafios e incertezas marcam cenário econômico do governo Lula
O governo Lula enfrenta um cenário de grandes desafios e incertezas no campo econômico, com a necessidade urgente de recuperar a confiança do mercado financeiro e apresentar resultados concretos que possam reverter as expectativas negativas. A melhora na percepção dos agentes econômicos será fundamental para atrair investimentos, estimular o crescimento e combater a inflação. No entanto, o caminho para reconquistar a credibilidade junto ao mercado se mostra árduo e exigirá medidas consistentes e uma comunicação eficaz por parte da equipe econômica. O desenrolar dos próximos meses será decisivo para determinar se o governo conseguirá superar a desconfiança generalizada e colocar a economia brasileira novamente nos trilhos do desenvolvimento sustentável.