Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

Argentina pode se tornar o ‘supermercado do mundo’, afirma presidente da COPAL, Carla Martín Bonito

Compartilhar:

A indústria alimentícia argentina está diante de um desafio ambicioso: converter o país no “supermercado do mundo”. Esta visão, defendida por Carla Martín Bonito, a nova presidenta da Coordenadora das Indústrias de Produtos Alimentícios (COPAL), envolve uma série de estratégias e mudanças estruturais.

A Argentina já é um significativo produtor de alimentos, contribuindo substancialmente para a economia do país. A indústria de alimentos e bebidas representa cerca de um terço do emprego formal no setor manufatureiro e quase 40% das exportações totais do país. No entanto, apesar de seu potencial, a indústria enfrenta um estancamento crónico, com níveis de produção que não superaram os máximos alcançados há mais de uma década.

Para superar este impasse, é necessário melhorar a competitividade da indústria. Isso inclui a redução da carga tributária, a desregulação do comércio e a melhoria da logística. Atualmente, a carga impositiva sobre os preços dos alimentos e bebidas é alta, chegando a 40% e 50%, respectivamente, o que aumenta significativamente os custos de exportação. Além disso, os custos de transporte e logística são elevados, variando entre 14% e 30% do custo total, distorcendo a competitividade em relação a outros países.

Uma estratégia consolidada desde o Estado também é crucial. Isso envolve a abertura de novos mercados através de acordos comerciais, a superação de barreiras tarifárias e fitossanitárias, e a promoção de produtos argentinos no exterior. A articulação entre as estratégias de produção e exportação, bem como a colaboração entre o setor público e o privado, são essenciais para definir a oferta exportável e atender às demandas dos consumidores globais.

A diversificação da matriz de produtos e destinos é outro ponto chave. Atualmente, a oferta exportável argentina está concentrada em três complexos principais, responsáveis por 77% das exportações, e os principais 10 mercados de exportação absorvem 60% das vendas. Diversificar estes mercados e produtos pode ajudar a aumentar a presença da Argentina no mercado global.

Para alcançar o status de “supermercado do mundo”, a Argentina precisa estabilizar sua macroeconomia e criar condições favoráveis para o desenvolvimento de políticas de Estado que fomentem a produção e a exportação. Isso inclui investir em energia barata, logística eficiente e uma regulação comercial favorável. Com uma abordagem pragmática e colaborativa, a Argentina pode explorar seu vasto potencial agrícola e industrial, tornando-se um player significativo no mercado global de alimentos.

 Conclusão

A transformação da Argentina em “supermercado do mundo” depende de uma combinação de políticas econômicas liberais, que promovam a competitividade e a eficiência, com uma abordagem conservadora nos costumes, respeitando as tradições e a identidade nacional. Reduzir a intervenção estatal excessiva, simplificar a regulação comercial e investir em infraestrutura são passos cruciais. Além disso, a colaboração entre o setor público e o privado, junto com a promoção de marcas fortes e produtos de alto valor agregado, pode ajudar a Argentina a alcançar seu potencial e se tornar um importante fornecedor de alimentos no mercado global. Este caminho, baseado em princípios de livre mercado e respeito às tradições, pode levar a um futuro próspero e sustentável para a indústria alimentícia argentina.