Argentina deixa Organização Mundial da Saúde após decisão de Milei

Presidente argentino segue passos de Trump e retira país do órgão internacional.
A saída da Argentina da OMS representa uma mudança significativa na política externa e de saúde do país sul-americano. Milei, que assumiu a presidência em dezembro de 2024, tem adotado uma postura crítica em relação a organismos internacionais e defendido uma maior autonomia nacional em diversas áreas. O porta-voz do governo argumentou que a decisão visa garantir a soberania do país em questões de saúde pública e evitar a “influência política de alguns Estados” por meio da OMS. Adorni também ressaltou que a Argentina não recebe financiamento direto da organização para sua gestão sanitária, o que, segundo ele, significa que a saída não representará perda de recursos para o país.
A decisão de deixar a OMS ocorre em um contexto de crescente questionamento sobre o papel e a eficácia de organizações internacionais na gestão de crises globais. Durante a pandemia de Covid-19, a OMS enfrentou críticas de diversos países, incluindo os Estados Unidos sob a administração Trump, que acusaram o organismo de não agir com a devida rapidez e transparência no início do surto. O governo argentino, alinhando-se a essa visão crítica, argumenta que a saída da OMS permitirá ao país implementar políticas de saúde mais adaptadas às suas necessidades e interesses específicos. No entanto, especialistas em saúde pública e relações internacionais alertam para os possíveis riscos de isolamento e perda de acesso a informações e recursos globais que a decisão pode acarretar.
O anúncio da Argentina gerou reações diversas na comunidade internacional e entre especialistas em saúde global. Enquanto apoiadores de Milei elogiam a medida como um ato de afirmação da soberania nacional, críticos argumentam que o país pode se tornar mais vulnerável a futuras crises sanitárias sem a cooperação internacional proporcionada pela OMS. A decisão também levanta questões sobre como a Argentina irá se posicionar em futuras emergências de saúde global e qual será sua estratégia para manter-se informada e integrada aos esforços internacionais de prevenção e controle de doenças. O governo Milei afirma que buscará acordos bilaterais e regionais para suprir eventuais lacunas deixadas pela saída da OMS, mas os detalhes desses planos ainda não foram divulgados.
Impactos da decisão serão observados nos próximos meses
Os efeitos práticos da saída da Argentina da OMS deverão se tornar mais claros nos próximos meses, à medida que o país ajusta suas políticas de saúde e relações internacionais. Observadores internacionais estarão atentos para ver se outros países seguirão o exemplo argentino ou se a decisão permanecerá como um caso isolado no cenário global da saúde pública.