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André Ventura passa mal e desmaia durante comício eleitoral em Portugal

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Líder do partido Chega foi hospitalizado após colapso durante discurso.

O líder do partido de extrema direita Chega, André Ventura, de 42 anos, passou mal e desmaiou durante um comício eleitoral realizado na cidade de Tavira, no Algarve, Portugal, na última terça-feira (13). O incidente aconteceu quando Ventura discursava para seus apoiadores durante a campanha para as eleições parlamentares que acontecerão no próximo domingo (18). Segundo relatos e vídeos que circulam nas redes sociais, o político sentiu-se mal logo após beber um copo d’água, levando as mãos ao peito e à garganta, aparentemente com dificuldades para respirar, antes de cair no palco. Imediatamente após o colapso, seguranças invadiram o palco e retiraram Ventura do local, enquanto equipes de emergência, incluindo ambulâncias dos Bombeiros Municipais de Tavira e do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), foram acionadas para prestar socorro. O candidato foi posteriormente encaminhado ao Hospital de Faro para avaliação médica detalhada e realização de exames, onde permaneceu sob observação médica.

Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, trouxe alívio aos apoiadores ao informar que Ventura estava “bem e consciente” após o incidente, descartando um possível infarto como causa do mal-estar. Segundo declarações à imprensa local, Pinto relatou que Ventura estava lúcido e chegou a conversar com membros do partido, transmitindo uma mensagem de motivação: “Não desistam, porque vamos ganhar as eleições”. Este episódio acontece em um momento crucial da campanha eleitoral portuguesa, faltando apenas cinco dias para as eleições legislativas do país, marcadas para o próximo domingo. O Chega, partido liderado por Ventura, tem se destacado como uma força política significativa, tendo quadruplicado sua bancada para 50 deputados nas eleições de 2024, conforme dados divulgados pela imprensa portuguesa. As pesquisas mais recentes indicam que o partido poderá obter cerca de 17,9% dos votos nas próximas eleições, um resultado próximo ao alcançado no pleito anterior, demonstrando a consolidação da legenda no cenário político português, apesar das controvérsias em torno de suas posições anti-imigração e acusações de discurso racista, especialmente em relação à comunidade cigana do país.

O mal-estar de Ventura gerou imediatas reações no cenário político português. Luís Montenegro, primeiro-ministro demissionário e líder do PSD (Partido Social Democrata), expressou seus desejos de “rápido restabelecimento” a Ventura, manifestando esperança de que “não seja nada grave”. Da mesma forma, Pedro Nuno Santos, outro importante político português, também desejou pronta recuperação ao líder do Chega. O incidente ocorre em um contexto de elevada tensão política em Portugal, que enfrentará sua terceira eleição parlamentar em apenas três anos. O atual processo eleitoral foi desencadeado após Montenegro perder o cargo devido a suspeitas de conflito de interesses, criando um cenário de instabilidade política no país. Durante esta campanha, Montenegro reafirmou sua recusa em governar com apoio da extrema direita, estabelecendo uma clara linha divisória em relação ao Chega. O partido de Ventura tem sido alvo de críticas e protestos durante a campanha, particularmente da comunidade cigana, que acusa o político de promover discursos racistas. A plataforma política do Chega caracteriza-se por posições fortemente anti-imigração, tendo inclusive organizado manifestações com slogans como “Não queremos virar o Brasil”, em referência crítica à imigração brasileira em Portugal, além de adotar posicionamentos conservadores em diversas questões sociais e econômicas.

A campanha eleitoral portuguesa, que se encerrará oficialmente na próxima sexta-feira (16), dois dias antes do pleito, tem sido marcada por debates intensos sobre temas como imigração, segurança pública e a direção econômica do país. O mal-estar de André Ventura, embora aparentemente sem graves consequências para sua saúde, adiciona um elemento dramático aos últimos dias da corrida eleitoral. Segundo Pedro Pinto, Ventura deverá retomar suas atividades de campanha já nesta quarta-feira (14), demonstrando a importância que o líder do Chega atribui a estes momentos finais antes da votação. As pesquisas de opinião têm favorecido a direita moderada liderada por Montenegro, mas o crescimento do Chega nos últimos anos representa uma mudança significativa no panorama político português, tradicionalmente dominado por partidos de centro-direita e centro-esquerda. Este incidente também acrescenta um componente humano à figura de Ventura, frequentemente retratado por seus opositores como um político polarizador. As eleições de domingo definirão não apenas a composição do novo Parlamento português, mas também poderão sinalizar tendências políticas mais amplas na Europa, onde partidos de extrema direita têm ganhado espaço em diversos países como França, Itália, Hungria e Polônia, refletindo um fenômeno político que transcende as fronteiras portuguesas e representa um dos maiores desafios à configuração tradicional da política europeia no século XXI.

Impacto na reta final da campanha eleitoral portuguesa

O episódio envolvendo André Ventura ocorre nos momentos decisivos da campanha eleitoral portuguesa, podendo influenciar a percepção dos eleitores sobre o candidato e seu partido. Apesar do susto, a rápida comunicação sobre seu estado de saúde e a previsão de retorno às atividades demonstram a resiliência do líder político em um momento crucial para suas aspirações eleitorais. Enquanto Portugal se prepara para ir às urnas no domingo, o cenário político permanece incerto, com a direita moderada aparentemente à frente nas pesquisas, mas com o Chega mantendo sua relevante fatia do eleitorado, confirmando a tendência de crescimento dos movimentos de direita radical que tem se manifestado em diversos países europeus nos últimos anos.

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