Americanas registra prejuízo de quase R$ 500 milhões no primeiro trimestre de 2025

Americanas encerra trimestre com prejuízo de quase meio bilhão e dívida crescente.
Queda nas receitas e dívida de R$ 1,8 bilhão agravam situação da Americanas.
A Americanas apresentou um resultado financeiro negativo no primeiro trimestre de 2025, registrando um prejuízo líquido de R$ 496 milhões e revertendo o lucro de R$ 453 milhões apurado no mesmo período do ano passado. O balanço, divulgado na noite de quarta-feira (14), revelou que a companhia segue pressionada por um cenário adverso, impactada principalmente pela queda de 17,4% na receita líquida, que fechou o período em R$ 3,06 bilhões. Um dos principais fatores para esse desempenho foi o descasamento da Páscoa, que em 2025 ocorreu após o encerramento do trimestre, reduzindo as vendas sazonais que tradicionalmente impulsionam o setor de varejo. Ao mesmo tempo, a dívida bruta da empresa atingiu a marca de R$ 1,8 bilhão, agravando ainda mais a situação financeira e acendendo um alerta sobre o equilíbrio operacional no contexto da recuperação judicial em curso. A ausência de receitas extraordinárias, como ocorreu em 2024 com o impulso do plano de recuperação judicial, também contribuiu para o resultado negativo apresentado pela Americanas nesta primeira etapa do ano.
O balanço financeiro detalhado aponta que a diferença significativa em relação ao mesmo período do ano anterior decorre, sobretudo, da contabilização de R$ 1,3 bilhão em outras receitas em 2024, valor relacionado diretamente ao processo de reestruturação financeira conduzido pela companhia. Em 2025, sem esse reforço, a empresa viu suas receitas financeiras despencarem de R$ 924 milhões para apenas R$ 87 milhões, uma queda de mais de 90%. Segundo a administração da varejista, o impacto do calendário e a redução do faturamento por conta da ausência das vendas de Páscoa no trimestre foram determinantes para o baixo desempenho operacional, que se refletiu em um Ebitda ajustado negativo de R$ 20 milhões, revertendo o indicador positivo visto anteriormente. A companhia permanece focada nas ações de recuperação judicial para tentar reverter o declínio nos resultados, enquanto busca alternativas para manter competitividade diante da forte pressão do cenário macroeconômico nacional e de desafios específicos do setor varejista.
O resultado negativo da Americanas no início de 2025 tende a intensificar os desafios já enfrentados por uma das principais varejistas do Brasil, especialmente diante de um ambiente de consumo mais restrito e alta concorrência. O acúmulo de dívidas, em especial as debêntures públicas, somadas à queda de vendas e margens operacionais pressionadas, exige uma adaptação estratégica urgente. A própria administração reconhece que a recuperação será lenta, comparando o processo a uma “operação de coração”, ilustrando a complexidade do cenário e a necessidade de ações profundas para restaurar a saúde financeira. A redução expressiva do lucro operacional, acompanhada das despesas crescentes, sinaliza que a companhia ainda terá de enfrentar um período prolongado de ajustes internos, corte de custos e busca por novas fontes de receita para tentar reequilibrar as contas. Analistas do mercado observam que o desempenho negativo pode afetar a confiança de investidores e fornecedores, tornando a reconstrução da credibilidade um desafio adicional para os próximos trimestres.
Diante desse panorama, a Americanas segue comprometida com seu processo de recuperação judicial e com o objetivo de se reposicionar no mercado varejista nacional. Apesar das dificuldades enfrentadas neste primeiro trimestre, a companhia aposta na reestruturação operacional e em novas estratégias para tentar superar a crise. O desempenho em períodos sazonais importantes, como a Páscoa e o Dia das Mães, e o avanço da transformação digital devem ser fundamentais para o resultado dos próximos meses. O foco em manter a relevância junto ao consumidor e adaptar a gestão ao novo cenário econômico são os principais caminhos apontados para o futuro da Americanas. A expectativa do mercado é que, com ajustes eficientes e fortalecimento das operações, a empresa consiga gradualmente reverter os prejuízos e voltar a apresentar resultados positivos, consolidando-se novamente como referência no varejo brasileiro.
Perspectivas para a recuperação da Americanas no cenário varejista
Embora a Americanas tenha enfrentado um trimestre difícil, marcado por prejuízo expressivo e aumento do endividamento, a companhia segue determinada a executar seu plano de reestruturação para reconquistar a confiança do mercado e consumidores. Analistas do setor avaliam que a superação das perdas dependerá da capacidade de adaptação da empresa diante das transformações do varejo, dos avanços digitais e da retomada do consumo em datas-chave nos próximos trimestres. O cenário permanece desafiador, mas a Americanas aposta em iniciativas voltadas à eficiência operacional, renegociação de dívidas e fortalecimento das vendas para reverter o quadro adverso. A conclusão recorrente é de que o caminho será gradual e exigirá disciplina, transparência e foco em resultados consistentes. O desempenho nos próximos meses poderá indicar se as medidas adotadas serão suficientes para estabilizar as contas e retomar o protagonismo no varejo brasileiro, servindo de termômetro para o futuro da empresa enquanto referência histórica do setor.
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