A inteligência artificial pode nos tornar menos egoístas, diz CEO da DeepMind

CEO da DeepMind projeta futuro da inteligência artificial e destaca desafios éticos.
Avanço da IA traz esperança e alerta para uso responsável.
O CEO da DeepMind, Demis Hassabis, figura reconhecida no universo da tecnologia, vem abordando com frequência o impacto crescente da inteligência artificial em nossas vidas. Em entrevista recente concedida durante o festival SXSW em Londres, Hassabis destacou que, ao contrário do que muitos imaginam, não é o temor pela substituição de postos de trabalho que o mantém acordado à noite. Sua maior preocupação recai sobre a possibilidade do uso mal-intencionado dessa tecnologia inovadora. Segundo ele, o verdadeiro risco reside em sistemas avançados de inteligência artificial caírem nas mãos erradas, sendo empregados por pessoas mal-intencionadas para fins ilícitos ou prejudiciais. Hassabis acredita que a IA pode provocar uma transformação positiva na sociedade, promovendo comportamentos mais colaborativos e menos egoístas, e defende um acordo internacional para garantir que o progresso tecnológico seja direcionado para o benefício do bem comum. O executivo, que recebeu o Prêmio Nobel de Química em 2024 por sua contribuição na criação de um programa capaz de prever estruturas de proteínas, ressalta que a questão central é assegurar que as ferramentas poderosas estejam acessíveis apenas a pessoas e instituições comprometidas com valores éticos e construtivos para a humanidade.
Em meio ao debate sobre o avanço veloz da inteligência artificial, Hassabis argumenta que é fundamental compreender o contexto histórico e as mudanças que acompanham cada revolução tecnológica. Para ele, a inteligência artificial representa um salto comparável a grandes invenções como o fogo e a roda, com potencial para revolucionar setores inteiros e criar novas oportunidades de desenvolvimento humano e científico. Ao contrário das previsões pessimistas sobre demissões em massa e caos trabalhista, Hassabis prevê que a IA irá automatizar funções repetitivas, liberando os profissionais para atividades de maior valor intelectual e criativo. Dessa forma, o foco deve ser em garantir que o acesso às ferramentas avançadas seja equilibrado por normas rígidas de segurança e ética. Relatórios recentes de empresas como Anthropic apontam que diversos empregos administrativos podem ser substituídos por IA, mas Hassabis insiste que a evolução tecnológica abre espaço para novas carreiras e formas de colaboração entre humanos e máquinas. Adicionalmente, especialistas enfatizam a importância de políticas públicas e de regulamentações internacionais para proteger a sociedade dos riscos inerentes ao uso indiscriminado das tecnologias emergentes.
O debate sobre as potencialidades e ameaças da inteligência artificial se intensifica conforme a tecnologia avança de forma acelerada. Para Hassabis, os sistemas de inteligência geral artificial, capazes de igualar ou superar o raciocínio humano, exigem uma reflexão profunda sobre ética, governança e responsabilidade. Ele destaca que, enquanto criminosos já utilizam IA para fraudes de voz e geração de conteúdos falsos, a mesma tecnologia pode ser empregada para solucionar problemas complexos da humanidade, como desafios científicos e médicos. O CEO da DeepMind prevê uma era de abundância radical, com a IA potencializando a produtividade e proporcionando avanços inéditos em áreas essenciais. Contudo, esse futuro promissor depende diretamente do controle rigoroso sobre o acesso e uso responsável dessas ferramentas. O surgimento de sistemas autônomos sofisticados demanda, segundo Hassabis, a união de esforços globais em torno de acordos multilaterais, transparência e capacidade de auditar algoritmos para garantir que os benefícios sejam amplamente partilhados e os riscos, eficientemente mitigados.
O futuro da inteligência artificial desafia sociedade e líderes mundiais
Em conclusão, Demis Hassabis reforça a necessidade urgente de cooperação internacional para que a inteligência artificial se torne uma aliada no enfrentamento dos grandes desafios contemporâneos. Com a previsão de que tecnologias mais inteligentes que os seres humanos estarão disponíveis em menos de uma década, as decisões a serem tomadas hoje irão moldar o impacto da IA nas próximas gerações. Para Hassabis, o mais importante é restringir o acesso de agentes mal-intencionados, ao mesmo tempo em que se incentiva o uso da tecnologia em prol do conhecimento, da ciência e da solução de problemas sociais globais. O executivo acredita que a inteligência artificial pode estimular valores como empatia, cooperação e preocupação com o coletivo, transformando-se em uma ferramenta vital para abolir desigualdades e promover um novo patamar de desenvolvimento humano. O cenário futuro dependerá, em grande parte, da capacidade dos líderes e da sociedade em geral de estabelecer normas, supervisionar o desenvolvimento tecnológico e garantir que o progresso seja guiado por princípios éticos sólidos. A DeepMind, ao lado de outras instituições, seguirá atuando com transparência e responsabilidade, buscando assegurar que o poder da inteligência artificial seja utilizado para fortalecer a humanidade, e não para dividir ou prejudicar.
“`