PT apoia Fernando Haddad como candidato em São Paulo para eleições de 2026

Ministro é visto como principal nome do partido para disputa eleitoral.
O Partido dos Trabalhadores definiu o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como seu principal nome político para o estado de São Paulo, defendendo sua candidatura nas eleições previstas para 2026. Apesar de publicamente negar qualquer pretensão eleitoral, informações de bastidores indicam que Haddad já teria acertado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que deixará o Ministério da Fazenda em abril do próximo ano para se desincompatibilizar do cargo e estar apto a disputar o pleito. Para concorrer a qualquer cargo eletivo, o petista precisará seguir a legislação eleitoral brasileira, que estabelece prazos específicos para desincompatibilização de ministros de Estado. O cenário político em São Paulo vem sendo desenhado nos bastidores do PT, que avalia estrategicamente as melhores possibilidades para fortalecer sua representação tanto no estado quanto no Congresso Nacional, considerando o peso político que São Paulo representa no cenário nacional.
As articulações em torno da candidatura de Haddad vêm ocorrendo há meses nos círculos internos do partido e do governo federal, com diferentes possibilidades sendo avaliadas para o ministro. Segundo informações divulgadas por veículos de comunicação brasileiros, a preferência do presidente Lula seria que Haddad disputasse uma das duas vagas que estarão abertas para o Senado Federal pelo estado de São Paulo, com o objetivo estratégico de fazer frente ao bolsonarismo na Casa legislativa. A decisão final, contudo, ainda não foi tomada publicamente, pois dependerá de diversos fatores políticos que se desenharão ao longo do próximo ano. Entre as variáveis que influenciarão esta escolha está o posicionamento do atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que poderá optar pela reeleição ou por uma candidatura presidencial. Caso Tarcísio decida disputar a reeleição, Haddad poderia preferir a disputa pelo Senado, onde teria chances mais competitivas. Por outro lado, se o governador paulista optar pela corrida presidencial, abriria-se a possibilidade do petista tentar novamente o governo estadual, cargo para o qual foi derrotado em 2022, quando obteve 44,6% dos votos válidos no segundo turno contra 55,3% de Tarcísio.
Em declarações públicas recentes, Fernando Haddad tem mantido a postura de negar qualquer pretensão eleitoral para 2026. Em entrevista concedida ao portal UOL no dia 12 de maio de 2025, o ministro afirmou categoricamente: “Eu não estou pensando em eleição em 2026, não estou mesmo”. Na mesma ocasião, Haddad destacou que no seu campo político, as decisões sobre candidaturas não se restringem a aspectos pessoais, mas dependem da melhor alternativa visualizada coletivamente pela legenda. O ministro também fez questão de ressaltar que a prerrogativa de disputar a presidência é de quem já ocupa o cargo, referindo-se a Lula, e lembrou que o atual presidente já manifestou, “para quem quisesse ouvir”, que pretende concorrer a um quarto mandato caso esteja com boa saúde. Enquanto isso, Haddad tem se dedicado à gestão econômica do país, avaliando positivamente o crescimento da economia brasileira e enfatizando que o Brasil tem se desenvolvido de forma mais justa e enfrentando adequadamente seus problemas estruturais, alinhando seu discurso com as perspectivas otimistas manifestadas pelo presidente Lula sobre o potencial econômico nacional.
Pesquisas de opinião recentes indicam que Fernando Haddad aparece entre os favoritos na disputa pelo Senado, empatado tecnicamente com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) nas intenções de voto, refletindo a contínua polarização política no estado. O histórico político do petista inclui passagens pela Prefeitura de São Paulo, onde governou entre 2013 e 2016, pelo Ministério da Educação durante os governos Lula e Dilma, além da candidatura presidencial em 2018, quando substituiu Lula na disputa e foi derrotado no segundo turno por Jair Bolsonaro. Independentemente do cargo que venha a disputar, a participação de Haddad nas eleições de 2026 representa uma movimentação estratégica do Partido dos Trabalhadores para fortalecer sua presença política em São Paulo e, consequentemente, sua influência no cenário nacional. A definição final sobre qual cargo o atual ministro da Fazenda irá disputar deverá ocorrer somente quando estiver mais próximo do período eleitoral, considerando fatores como pesquisas de opinião, alianças políticas e o cenário eleitoral que se desenhará para o pleito de 2026, que promete manter a forte polarização política observada nas últimas eleições no Brasil.
Estratégias do PT para fortalecer representação no Congresso
A possível candidatura de Fernando Haddad ao Senado se insere em um contexto mais amplo de estratégia do Partido dos Trabalhadores e do governo Lula para ampliar sua base de apoio no Congresso Nacional. O presidente tem enfatizado a importância de garantir nomes fortes nas casas legislativas para evitar que a oposição amplie sua influência, especialmente no Senado, onde historicamente o PT encontra maiores dificuldades para eleger representantes. Esta movimentação reflete a preocupação do governo com a governabilidade para um eventual segundo mandato de Lula, onde a composição do Congresso será determinante para o avanço da agenda governamental. A decisão final sobre o futuro político de Haddad dependerá das alianças que serão construídas e da avaliação sobre em qual cenário o ministro poderá contribuir de forma mais efetiva para os objetivos políticos do partido e do governo, seja fortalecendo a bancada petista no Senado ou tentando recuperar o governo do estado mais populoso e economicamente importante do país.