Lula faz críticas a tarifas americanas e valoriza relação com Rússia

Líder brasileiro destaca posicionamento em Moscou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença na sexta-feira, 9 de maio de 2025, em uma reunião de destaque internacional com Vladimir Putin em Moscou, onde criticou de forma contundente as novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Em um encontro que reuniu autoridades russas e representantes brasileiros dos poderes Executivo e Legislativo, Lula enfatizou que as decisões unilaterais do governo norte-americano, liderado por Donald Trump, desrespeitam princípios do livre comércio e enfraquecem o multilateralismo. Segundo o presidente brasileiro, tais barreiras tarifárias afetam diretamente a economia de diversos países, incluindo o Brasil, e ameaçam a soberania nacional no cenário global. O evento, realizado no Kremlin, integrava uma série de reuniões para estreitar laços estratégicos entre Brasil e Rússia, indicando a intenção clara do governo brasileiro de ampliar acordos comerciais bilaterais e buscar novas alternativas em meio ao aumento das tensões comerciais internacionais. Lula sinalizou que a cooperação internacional, baseada no diálogo e respeito mútuo, é fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável e a prosperidade de ambas as nações.
O contexto dessa crítica surge no momento em que os Estados Unidos anunciaram aumento substancial de tarifas de importação sobre produtos de mais de 180 países, uma política vista por analistas como um retrocesso ao ideal do livre comércio defendido em fóruns globais. Para o Brasil, que vê na exportação de commodities, produtos industrializados e agrícolas a base de sua balança comercial, tais medidas impõem desafios significativos ao setor produtivo e podem comprometer as receitas nacionais. Lula destacou que o comércio entre Brasil e Rússia, apesar de movimentar cerca de 12,5 bilhões de dólares anuais, segue deficitário para os brasileiros, com predomínio das importações de fertilizantes e produtos energéticos essenciais ao agronegócio. A visita à Rússia também fortaleceu o objetivo do governo brasileiro de identificar oportunidades em áreas estratégicas como defesa, tecnologia, educação e energia, temas tratados durante o encontro com ministros e empresários presentes na comitiva. O posicionamento de Lula busca reafirmar o protagonismo do país no chamado Sul Global, defendendo práticas que favoreçam a multipolaridade e relações equilibradas no cenário internacional.
O discurso de Lula, ao condenar publicamente a escalada protecionista dos Estados Unidos, gerou repercussão imediata nos círculos políticos e econômicos tanto dentro quanto fora do Brasil, sendo visto como um posicionamento de enfrentamento a práticas consideradas prejudiciais aos interesses das nações em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o presidente brasileiro aproveitou o momento para reforçar a necessidade de parcerias estratégicas com países que compartilham desafios semelhantes, como a Rússia, sobretudo em setores de alta tecnologia e inovação. O fortalecimento dessas relações é visto como uma reação à concentração de poder econômico e à centralização de normas comerciais impostas por grandes potências, trazendo à tona o debate sobre a soberania nacional e a busca por autonomia na formulação de políticas comerciais. Especialistas apontam que essa estratégia do governo brasileiro pode abrir caminhos para acordos bilaterais que priorizem setores prioritários, diversifiquem mercados e ampliem a competitividade da economia nacional em escala global.
A partir do encontro em Moscou, as perspectivas para as relações entre Brasil e Rússia se intensificam, com a expectativa de avanços concretos em áreas como energia nuclear, comércio de fertilizantes e cooperação em pesquisa científica. Lula reiterou que a viagem tem como objetivo principal restabelecer bases sólidas para um relacionamento de longo prazo, capaz de superar desequilíbrios comerciais e criar novas oportunidades para o desenvolvimento conjunto. O presidente brasileiro também salientou que a posição firme contra tarifas unilaterais serve de exemplo para outros países emergentes que buscam protagonismo nos organismos internacionais. O fechamento do encontro sinalizou que a diplomacia ativa e a defesa dos interesses nacionais continuam no centro da política externa brasileira, com o Brasil empenhado em garantir espaço nas negociações globais e fortalecer os laços com parceiros estratégicos diante das adversidades do cenário internacional.
Perspectivas para a relação bilateral e impactos do cenário global
Com a intensificação das barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos, o foco do governo brasileiro passa a ser o aprofundamento das relações bilaterais com países estratégicos, como a Rússia, visando superar gargalos históricos no comércio exterior. O discurso de Lula, em defesa do multilateralismo e do respeito à soberania das nações, marca uma inflexão na política externa, priorizando acordos que tragam benefícios concretos para a sociedade brasileira e contribuam para o equilíbrio do sistema internacional. A expectativa é que novas rodadas de negociações avancem, especialmente em setores sensíveis como energia e tecnologia, aumentando a competitividade brasileira diante da conjuntura global adversa. A movimentação do Palácio do Planalto em fortalecer laços com a Rússia e outros países do Sul Global consolida a aposta em uma inserção internacional autônoma, voltada para a cooperação e o desenvolvimento sustentável. Assim, o episódio em Moscou reforça o papel do Brasil como ator relevante nas discussões comerciais globais e aponta para uma agenda de futuro fundamentada na valorização dos mercados emergentes e na busca de alternativas ao modelo dominante imposto pelas grandes potências.
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