Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

Eduardo Leite deixa PSDB após 24 anos e se filia ao PSD com projeto presidencial para 2026

Compartilhar:

Governador gaúcho oficializa mudança partidária em São Paulo.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, oficializou na sexta-feira (9) sua filiação ao Partido Social Democrático (PSD), deixando o PSDB após 24 anos de militância. A cerimônia de filiação ocorreu no gabinete da direção nacional do partido, em São Paulo, marcando um movimento político estratégico com vistas às eleições presidenciais de 2026. Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, anunciou Leite como pré-candidato à Presidência da República e novo presidente estadual da sigla no Rio Grande do Sul. A mudança partidária do governador gaúcho acontece em um contexto de crise interna no PSDB, especialmente após o avanço das negociações para a incorporação do Podemos pelos tucanos. Eduardo Leite, que presidiu o PSDB nacionalmente entre janeiro e setembro de 2023, justificou sua saída afirmando que “as circunstâncias do cenário político e eleitoral, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, exigem novos caminhos”. Em entrevista recente, o governador chegou a declarar que estaria preparado para disputar a Presidência, mas que isso não ocorreria pelo PSDB, partido que, segundo suas palavras, está “deixando de existir”.

A saída de Eduardo Leite do PSDB representa mais um capítulo na debandada de importantes quadros da legenda tucana, que vem enfrentando uma profunda crise de identidade e representatividade no cenário político nacional. Em fevereiro deste ano, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, também deixou o partido e migrou para o PSD de Kassab, fortalecendo o movimento de esvaziamento do PSDB. Com a desfiliação de Leite, o partido tucano agora conta com apenas um governador em seus quadros, Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, que também tem recebido convites para deixar a legenda. Esta migração partidária ocorre em um momento particularmente delicado para o PSDB, que vem acumulando resultados eleitorais negativos nos últimos pleitos. Em 2022, o partido perdeu o histórico domínio sobre o estado de São Paulo, e nas eleições municipais do ano passado, registrou seu pior desempenho histórico, não elegendo prefeitos em nenhuma capital brasileira. O enfraquecimento do PSDB no cenário nacional contrasta com a ascensão do PSD, partido fundado por Kassab em 2011 e que tem conseguido atrair importantes nomes da política nacional, consolidando-se como uma força de centro no espectro político brasileiro e ampliando seu protagonismo para as próximas disputas eleitorais.

Ao receber Eduardo Leite em seus quadros, Gilberto Kassab não economizou elogios ao governador gaúcho, descrevendo-o como alguém com “enorme experiência na vida pública, mesmo ainda muito jovem” e como “um extraordinário gestor, com enorme espírito público”. Kassab destacou que Leite “será uma grande liderança a se somar ao PSD, partido que quer oferecer os melhores quadros e as melhores políticas públicas aos brasileiros”, reforçando seu posicionamento como pré-candidato à Presidência da República. A trajetória política de Eduardo Leite é marcada por uma ascensão rápida: iniciou sua carreira no movimento estudantil, foi vereador em Pelotas, presidiu a Câmara Municipal entre 2011 e 2013, elegeu-se prefeito de Pelotas em 2012 e, posteriormente, governador do Rio Grande do Sul em 2018, tornando-se um dos governantes mais jovens da história do estado e o primeiro governador brasileiro abertamente homossexual. Em 2022, após renunciar ao cargo para tentar disputar a Presidência da República, acabou concorrendo novamente ao governo gaúcho, sendo reeleito com 57% dos votos válidos no segundo turno contra Onyx Lorenzoni, tornando-se o primeiro governador do Rio Grande do Sul a conquistar a reeleição. A mudança para o PSD ocorre após Leite ter recusado um convite semelhante em 2022, quando Kassab já havia oferecido a legenda para que ele se lançasse como presidenciável.

A filiação de Eduardo Leite ao PSD e seu lançamento como pré-candidato à Presidência da República para 2026 trazem novas perspectivas para o cenário político nacional, especialmente na configuração de uma possível “terceira via”. Antes do anúncio oficial de Kassab, o próprio Leite havia manifestado sua intenção de liderar um “terceiro polo”, como alternativa ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à oposição mais à direita. Este posicionamento estratégico busca capitalizar o espaço de centro no espectro político brasileiro, tradicionalmente ocupado pelo PSDB nas últimas décadas, mas que agora passa por uma reformulação com o protagonismo crescente do PSD. Para o partido de Kassab, a chegada de Eduardo Leite representa um fortalecimento significativo de seu projeto de poder, consolidando-se como uma das principais forças políticas do país. No entanto, o caminho até 2026 ainda reserva muitos desafios para o governador gaúcho, que precisará equilibrar a gestão estadual com suas ambições presidenciais, além de construir uma base de apoio nacional consistente. Alguns analistas políticos apontam que, apesar do lançamento como pré-candidato presidencial, existe também a possibilidade de Leite concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul em 2026, alternativa que tem sido aventada por integrantes do PSD como um caminho intermediário para fortalecer sua projeção nacional antes de uma eventual candidatura ao Planalto.

Reconfiguração do cenário político para 2026

A movimentação de Eduardo Leite representa uma importante reconfiguração do tabuleiro político para as eleições presidenciais de 2026, com o enfraquecimento progressivo do PSDB e o fortalecimento do PSD como alternativa de centro. A capacidade do governador gaúcho em aglutinar forças políticas em torno de seu nome e construir uma candidatura competitiva será determinante para o sucesso de seu projeto presidencial, em um cenário que promete ser marcado por intensa polarização e disputas dentro dos campos ideológicos. O PSD de Kassab, que tem adotado uma estratégia pragmática de crescimento e atração de quadros políticos experientes, parece decidido a ocupar o espaço deixado pelo PSDB e se apresentar como alternativa viável para o eleitorado que busca opções além da polarização que tem dominado a política brasileira nos últimos anos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *