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Trump cogita terceiro mandato e desafia limites constitucionais dos EUA

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Debate sobre limites de mandatos nos Estados Unidos ganha força.

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, voltou a agitar o cenário político ao sugerir, em entrevista recente concedida enquanto estava em sua residência na Flórida, que considera a possibilidade de disputar um terceiro mandato presidencial. O comentário, feito durante um bate-papo por telefone com a NBC News, causou alvoroço ao revelar que, segundo ele, “muitas pessoas querem que eu faça isso”. Trump reafirmou que não está brincando sobre a ideia e indicou que há “métodos” para levar adiante essa possibilidade, apesar das restrições constitucionais claras. Sua fala reacende um debate antigo no país sobre os limites impostos ao número de mandatos presidenciais e destaca a busca do ex-presidente por alternativas para contornar a legislação vigente. As declarações foram feitas em março de 2025, em um momento de forte polarização nos Estados Unidos, ressaltando o interesse de Trump em continuar influenciando o cenário político mesmo após seu segundo mandato. O levantamento da pauta ocorre em meio a discussões sobre sucessão presidencial e força do Partido Republicano, colocando novamente em evidência a atuação do ex-presidente no debate público e jurídico nacional, além de demonstrar sua habilidade em pautar a agenda política com temas sensíveis e controversos.

A possibilidade de um terceiro mandato presidencial por parte de Trump encontra, porém, uma barreira constitucional intransponível. A 22ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, aprovada pelo Congresso em 1947 e ratificada em 1951, estabelece claramente que nenhuma pessoa pode ser eleita para o cargo de presidente mais de duas vezes, sendo esta uma regra adotada após a experiência única de Franklin D. Roosevelt, que governou por quatro mandatos consecutivos entre 1933 e 1945. A legislação foi criada justamente para evitar concentrações de poder prolongadas e proteger a democracia americana de governantes que tentassem perpetuar-se no cargo. Ainda assim, a postura de Trump, ao questionar abertamente esse dispositivo, reacende discussões políticas e jurídicas sobre possíveis caminhos para alterações constitucionais, mesmo que, na configuração política atual, qualquer mudança dessa magnitude seja considerada altamente improvável. Atualmente, o Partido Republicano detém pequena maioria no Congresso e pouco mais da metade dos estados americanos é governada por republicanos, o que torna o processo de emenda constitucional ainda mais complexo e distante da realidade imediata.

O retorno do tema ao debate público impulsionou análises especializadas sobre as possibilidades práticas de Trump alcançar seu objetivo e as implicações para o sistema político dos Estados Unidos. Apesar do ex-presidente sugerir que existem “outros métodos” – como uma eventual candidatura do vice-presidente JD Vance em 2028 e posterior retorno ao cargo -, especialistas apontam que a legislação é categórica e não deixa brechas para manobras que permitam um terceiro mandato, mesmo que não consecutivo. O contexto atual demonstra um Congresso dividido e estados igualmente polarizados, fatores que minam qualquer tentativa concreta de alterar a Constituição em favor de uma nova candidatura. Ainda assim, a insistência de Trump em desafiar o texto constitucional demonstra sua influência sobre a base eleitoral e a capacidade de manter-se relevante no noticiário, além de provocar tensões entre setores políticos, jurídicos e midiáticos em torno da estabilidade das regras democráticas nos Estados Unidos. O tema também levanta questionamentos quanto à possibilidade de fortalecimento de discursos revisionistas e à resiliência das instituições diante de pressões por mudanças sob medida para interesses de figuras políticas específicas.

As declarações de Trump trazem consigo uma perspectiva de continuidade do debate sobre limites de mandatos presidenciais, mesmo diante de restrições explícitas da Constituição americana. Analistas avaliam que, no curto prazo, é improvável que o cenário político atual permita qualquer alteração substancial nas regras que vedam o terceiro mandato, principalmente devido à fragmentação partidária e à ausência de consenso nacional sobre a necessidade ou legitimidade de tal mudança. No entanto, o episódio serve como alerta sobre a importância de mecanismos institucionais robustos capazes de proteger o equilíbrio democrático, evitando personalizações excessivas do poder executivo. O futuro do debate dependerá da capacidade das instituições americanas de resistirem a pressões e de manterem a integridade do sistema constitucional, ao mesmo tempo em que a postura de Trump segue provocando discussões intensas sobre os rumos do país e a interpretação das normas que regem a presidência dos Estados Unidos.

As recentes declarações de Trump sobre o terceiro mandato

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu uma ampla entrevista à revista Time na semana passada, abordando tarifas, esforços de paz entre a Ucrânia e a Rússia, o acordo nuclear com o Irã, o desejo de que o Canadá se torne um estado dos EUA e muito mais.

A reunião incluiu Trump dizendo que assinaria uma proibição para membros do Congresso negociarem ações, que não quer usar “brechas” para concorrer a um terceiro mandato e que não pediu a El Salvador que deportasse um imigrante indocumentado deportado por engano.

Ele rejeitou a ideia de que está expandindo os poderes da presidência, afirmando que está usando o cargo “como deveria ser usado” em seu segundo mandato.

“O que estou fazendo é exatamente o que defendi em minha campanha”, disse ele.

Terceiro Mandato

O presidente flertou publicamente com a possibilidade de concorrer novamente à presidência em 2028, violando a 22ª Emenda, que determina que os presidentes só podem exercer dois mandatos.

Ele indicou à que, embora existam “algumas brechas que foram discutidas” para permitir sua reeleição, ele “não acredita no uso de brechas”.

“Tenho mais pessoas me implorando para concorrer novamente, mas nem sequer considerei essa possibilidade”, acrescentou Trump.

Essas declarações contradizem os comentários feitos por Trump no final de março, quando disse que “não estava brincando” sobre a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato.

A Trump Store, administrada pela Trump Organization, também começou a vender bonés “Trump 2028” no início desta semana.

#TRUMP2028 ?

A Trump Organization, conglomerado empresarial de Donald Trump, está vendendo bonés vermelhos com os dizeres “Trump 2028”, parecendo sugerir que o atual presidente americano será candidato na eleição daquele ano.

Até lá, porém, Donald Trump terá cumprido dois mandatos na Casa Branca, o limite estabelecido pela Constituição dos EUA.

O lançamento do boné vendido a US$ 50 (R$ 284) ocorreu após comentários de Trump de que ele “não está brincando” sobre querer cumprir um terceiro mandato como presidente dos EUA.

Desdobramentos e perspectivas sobre limites presidenciais

O debate sobre o terceiro mandato presidencial de Donald Trump permanece no centro do cenário político americano, evidenciando a força do ex-presidente em pautar discussões sensíveis e polarizadoras. Embora as limitações constitucionais sejam claras, a persistência de Trump em abordar o tema realça tanto suas pretensões pessoais quanto o interesse de parte significativa do eleitorado em ver sua continuidade na Casa Branca. Por ora, o sistema legal estadunidense mostra-se sólido diante de investidas que buscam flexibilizar dispositivos consagrados, reforçando o compromisso do país com a alternância de poder e a estabilidade institucional. O episódio, contudo, sinaliza a necessidade de vigilância constante por parte da sociedade e das lideranças políticas para que limites democráticos sejam respeitados, mesmo frente a pressões vindas de atores influentes. O futuro desse debate dependerá da capacidade do sistema jurídico e político de manter a integridade das normas constitucionais e da disposição dos americanos em preservar princípios basilares da democracia, enquanto Trump e seus apoiadores continuam a testar os limites das regras estabelecidas e a impulsionar novos capítulos na história política dos Estados Unidos.

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