Times brasileiros podem ser impactados por tributações no Mundial

Times brasileiros podem ser impactados por tributações no Mundial de Clubes.
Clubes brasileiros encaram possível cobrança milionária de impostos.
Os clubes brasileiros que disputarão o Mundial de Clubes nos Estados Unidos em 2025 podem enfrentar uma situação inédita e de grande impacto financeiro, caso as atuais negociações entre Fifa e autoridades americanas não avancem rapidamente. Com o torneio previsto para acontecer em doze cidades norte-americanas dentro de poucos meses, a possibilidade de taxação bilionária paira sobre equipes como Fluminense, Flamengo e outros representantes nacionais, preocupando dirigentes e torcedores. A Fifa, organizadora do evento, ainda não conseguiu garantir a isenção fiscal para os 32 clubes participantes, o que inclui o pagamento de impostos consideráveis sobre as premiações e receitas obtidas durante a competição, reflexo direto das rigorosas políticas tributárias dos Estados Unidos. Os valores envolvidos são vultosos, já que a premiação total anunciada beira os 1 bilhão de dólares, com o potencial de o campeão embolsar até 730 milhões de reais segundo estimativas recentes. Com a legislação tributária variando de estado para estado, existe ainda o risco de sobreposição de tributos federais, estaduais e locais, elevando a incerteza e a preocupação no cenário esportivo nacional.
A preocupação se intensifica diante do contexto em que os clubes brasileiros vêm se destacando no cenário internacional e contando com o Mundial como plataforma de projeção global e de potencialização de receitas. Segundo fontes ligadas à organização do evento e publicações recentes, as autoridades fiscais dos EUA ainda não sinalizaram positivamente à solicitação da Fifa por uma isenção ampla e irrestrita, o que é diferente do que ocorreu para a próxima Copa do Mundo, onde já existe acordo para isenções fiscais e de bilheteria. Em contraste, o cronograma do Mundial de Clubes é mais apertado, com a definição das sedes ocorrendo há menos de nove meses do início do torneio, deixando pouco tempo para negociações e tratativas burocráticas. A remuneração prometida aos clubes campeão, vice-campeão e demais participantes é histórica, mas pode ser diluída devido à necessidade de cumprir obrigações fiscais em território estrangeiro. O risco de bitributação, em que rendimentos obtidos nos EUA sejam tributados também no Brasil, é outro fator relevante e alvo de preocupação de cartolas e especialistas em direito esportivo e tributário.
Os possíveis desdobramentos dessa questão podem impactar não só o caixa dos clubes brasileiros, mas também influenciar a própria competitividade das equipes dentro e fora de campo. O cenário é de incerteza, com dirigentes aguardando uma definição para adaptar estratégias financeiras e de planejamento da temporada. Caso a isenção fiscal não seja concedida, clubes podem ver suas premiações reduzidas em dezenas de milhões de dólares, o que pode comprometer investimentos previstos em contratações, infraestrutura e categorias de base. Além disso, o tema incentiva discussões mais amplas sobre o tratamento tributário de competições internacionais nos Estados Unidos e a necessidade de acordos prévios que minimizem riscos financeiros para times de fora do país. O papel da Fifa nas negociações e sua capacidade de intermediar acordos junto ao governo americano tornam-se cruciais para garantir a sustentabilidade e o equilíbrio financeiro dos participantes, especialmente aqueles de economias emergentes, como os clubes brasileiros, que já enfrentam desafios internos relacionados à carga tributária e à variação cambial.
À medida que a data do Mundial de Clubes se aproxima, o impasse tributário permanece como tema central para as equipes brasileiras e demais clubes estrangeiros envolvidos na competição. A expectativa é de que a Fifa intensifique ainda mais suas negociações com autoridades norte-americanas nas próximas semanas, buscando evitar um precedente que possa desestimular a participação internacional em torneios sediados nos Estados Unidos. A situação também alimenta o debate sobre justiça tributária e igualdade de condições no futebol global, levantando questionamentos sobre o papel das entidades organizadoras em proteger os interesses financeiros de seus filiados. Para os clubes brasileiros, o desfecho dessas discussões poderá definir não apenas o retorno financeiro da campanha no Mundial, mas também influenciar decisões estratégicas para as próximas temporadas. Até uma definição clara por parte das autoridades, a apreensão permanece e a preparação para o torneio segue permeada pela incerteza quanto ao verdadeiro impacto das possíveis tributações sobre os cofres do futebol nacional.
Clubes aguardam definições enquanto Fifa busca alternativas
O desfecho da discussão tributária nos Estados Unidos promete ser decisivo para o sucesso financeiro e esportivo do Mundial de Clubes de 2025. Enquanto a Fifa intensifica os esforços por isenção fiscal, os clubes brasileiros mantêm o monitoramento constante das tratativas e ajustam planejamentos internos diante dessa indefinição. A experiência vivida às vésperas da Copa do Mundo de 2026 — já contemplada por isenções fiscais acertadas com antecedência — serve como referência, mas também ressalta a urgência de um entendimento similar para o torneio de clubes. Com grandes valores em jogo e repercussão direta sobre as estratégias de investimento no futebol nacional, a decisão sobre a cobrança dos impostos determinará se a participação no Mundial será verdadeiramente vantajosa para os times brasileiros ou se os custos superarão a inédita premiação oferecida pela Fifa. Independentemente do resultado, o episódio deixará lições importantes sobre planejamento fiscal internacional e a necessidade permanente de diálogo entre entidades esportivas e governos para garantir a sustentabilidade de grandes eventos esportivos. O cenário reforça a importância de transparência, rapidez nas negociações e a busca por soluções que mantenham o futebol em destaque sem onerar os clubes de maneira desproporcional.