Ministério da Saúde solicita vacina contra chikungunya no SUS

Ministério da Saúde solicita inclusão da primeira vacina contra chikungunya no SUS.
Vacina contra chikungunya pode reforçar proteção em todo o Brasil.
O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira, 15 de abril, a solicitação para incorporar a primeira vacina contra chikungunya ao Sistema Único de Saúde (SUS), após a aprovação do registro do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O pedido será encaminhado à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), responsável por avaliar a viabilidade da oferta da vacina na rede pública de saúde, com o objetivo de ampliar estratégias de combate à doença em todo o Brasil. Desenvolvida pelo laboratório austríaco Valneva em parceria com o Instituto Butantan, a vacina é uma inovação importante e, quando aprovada, será disponibilizada inicialmente para adultos acima de 18 anos que estejam sob risco elevado de exposição ao vírus. A incorporação deste imunizante ao Programa Nacional de Imunizações representa um avanço frente ao aumento expressivo de casos no país e uma resposta ao desafio de conter a circulação do vírus. O Brasil, que já registra 68,1 mil casos e 56 óbitos relacionados à doença somente em 2025, espera que a vacinação traga alívio e esperança à população, principalmente em regiões mais vulneráveis ao mosquito transmissor. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a inclusão de novas vacinas fortalece a política nacional de imunização e amplia o papel do SUS na garantia de acesso igualitário à saúde pública para todos os brasileiros. A decisão resulta de rigorosa avaliação técnica e do compromisso do governo federal em ampliar o portfólio de imunizantes disponíveis à população.
O anúncio da solicitação marca o início de uma nova fase no enfrentamento da chikungunya, doença que vem crescendo nos últimos anos em diferentes estados brasileiros. Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da zika, a chikungunya caracteriza-se por febre alta e dores articulares intensas, podendo evoluir para quadros de dor crônica e outras complicações. Desde a introdução do vírus no Brasil, em 2014, o número de casos vem se expandindo, tornando-se um desafio de saúde pública nacional. A vacina, aprovada anteriormente por agências regulatórias internacionais como a FDA, nos Estados Unidos, e a EMA, na Europa, utiliza tecnologia recombinante atenuada de dose única, considerada segura e eficaz. A expectativa é que o acesso ao imunizante se amplie progressivamente a partir da produção inicial na Alemanha, com previsão de transferência de tecnologia para produção futura no Instituto Butantan, ampliando a capacidade nacional de resposta às arboviroses. Diferente de outras doenças virais para as quais já existem vacinas incorporadas há décadas, a chikungunya até então não dispunha de medidas preventivas específicas via imunização, motivo pelo qual a aprovação e integração da vacina ao SUS é considerada um marco epidemiológico e científico.
A decisão do Ministério da Saúde segue rigorosos critérios de eficácia e segurança, com base em resultados de estudos clínicos nacionais e internacionais. Ensaios clínicos com adultos e adolescentes brasileiros demonstraram uma resposta imunológica robusta após uma única dose, com níveis elevados de anticorpos neutralizantes mantidos por pelo menos seis meses. Eventos adversos relatados foram majoritariamente leves ou moderados, como febre, dor de cabeça e fadiga, reforçando o perfil seguro do imunizante. A aprovação definitiva pela Anvisa foi acompanhada pela assinatura de um Termo de Compromisso entre a agência e o Instituto Butantan, prevendo estudos adicionais de efetividade e farmacovigilância no contexto brasileiro. No cenário internacional, a chikungunya já acometeu mais de 620 mil pessoas em 2024, com destaque para Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia entre os países mais afetados. No Brasil, a ampliação das ações de vigilância, diagnóstico e tratamento da doença pelo SUS já era realidade, mas a ausência de uma vacina representava importante lacuna no enfrentamento ao agravo. Com a iminente integração do imunizante, o Programa Nacional de Imunizações se fortalece e oferece novas perspectivas para o controle da doença em territórios de alta incidência, especialmente nos períodos de maior circulação do vetor.
A incorporação da vacina contra chikungunya ao SUS, além de representar avanço tecnológico, simboliza o compromisso contínuo do Brasil com a proteção coletiva e com o fortalecimento do sistema público de saúde. A expectativa é de que, após a avaliação da Conitec e a aprovação das etapas necessárias, o imunizante entre no calendário nacional, priorizando inicialmente grupos em maior risco. O Ministério da Saúde enfatiza que a vacinação é uma das estratégias mais eficazes para salvar vidas, especialmente frente ao desafio imposto pelas doenças transmitidas por vetores. Com a transferência de tecnologia planejada para o Instituto Butantan, a produção local da vacina garantirá maior autonomia e resposta mais rápida a eventuais surtos. O anúncio ocorre em um cenário de crescente preocupação com arboviroses no Brasil e na América do Sul, reforçando a necessidade de ações integradas entre estados, municípios e União. Nas próximas etapas, especialistas e gestores aguardam a definição dos critérios para aplicação e distribuição do imunizante, celebrando o impacto potencial na saúde pública e no cotidiano dos brasileiros. Para mais informações e atualizações sobre o tema, acesse as notícias em destaque no portal Portal Rádio London e na seção de saúde.
Perspectiva de ampliação da imunização contra chikungunya no Brasil
Com a solicitação formalizada, o processo de avaliação da vacina contra chikungunya seguirá as etapas normais de análise e incorporação de tecnologias de saúde previstas no SUS. O Ministério da Saúde prevê que, após a aprovação da Conitec e a confirmação da capacidade produtiva, a distribuição será organizada de forma a garantir cobertura dos públicos prioritários nos estados mais impactados pela doença. O anúncio reflete a preocupação crescente com o avanço das arboviroses nos centros urbanos e nas regiões mais vulneráveis, além de ressaltar a importância da ciência e da inovação para a saúde coletiva. A integração da vacina ao programa nacional de imunizações permite que o Brasil esteja melhor preparado para enfrentar epidemias futuras e reduz o impacto socioeconômico da chikungunya, especialmente no sistema de saúde pública. Autoridades de saúde reforçam que além da vacinação, é fundamental o controle vetorial, a rápida identificação dos casos e a informação em saúde como ferramentas complementares no combate à doença. Diante da tendência de aumento dos casos de arbovirose, a iniciativa do governo federal tem o potencial de fortalecer a confiança da população nas medidas de prevenção e reforçar o papel do SUS como referência em imunização. Nos próximos meses, a expectativa é que novas diretrizes de aplicação e monitoramento da vacina sejam definidas, marcando um novo capítulo no enfrentamento da chikungunya no Brasil e consolidando o país como referência na resposta a emergências de saúde pública.
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