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Moraes concede prisão domiciliar a Chiquinho Brazão

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Deputado recebe benefício por condição de saúde grave.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu substituir a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão por prisão domiciliar. A decisão foi tomada após a defesa do parlamentar apresentar relatórios médicos indicando que ele enfrenta graves problemas de saúde, incluindo doença arterial coronariana, diabetes e insuficiência renal. Brazão, atualmente detido na Penitenciária Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, é acusado de integrar a trama que resultou na emboscada e assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018. A medida humanitária foi fundamentada no Código de Processo Penal, que prevê alternativas à prisão quando há risco iminente à saúde do detido.

Desde sua prisão preventiva, decretada em março de 2024, Chiquinho Brazão tem enfrentado piora significativa em seu estado de saúde. Relatórios apontam obstrução arterial, presença de stents e alto risco de mal súbito. Diante disso, o ministro determinou que o deputado cumpra medidas restritivas rigorosas, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de acesso às redes sociais e comunicação com outros investigados. A decisão gerou reações no meio político e jurídico, considerando o histórico grave das acusações contra Brazão, que incluem sua suposta participação no planejamento da execução de Marielle Franco como retaliação a iniciativas da vereadora contra atividades ilícitas de milícias na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Impacto da decisão e contexto jurídico

A decisão de Moraes ocorre em um contexto de forte pressão pública pelo avanço das investigações do assassinato de Marielle Franco. Durante os últimos anos, o caso revelou uma rede complexa de conexões políticas, milícias e forças de segurança pública. A denúncia da Procuradoria-Geral da República aponta Chiquinho Brazão, junto a seu irmão Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, como os mandantes do crime. A delação premiada de Ronnie Lessa, ex-policial militar e executor confesso dos disparos que vitimaram Marielle, foi crucial para detalhar o envolvimento dos irmãos e outros cúmplices.

Esse contexto reforça o debate sobre a aplicação de medidas humanitárias a réus de alta periculosidade. Apesar da concessão da prisão domiciliar, a continuidade de restrições como a proibição de entrevistas busca equilibrar a preocupação com a saúde do acusado e a preservação da ordem pública. No plano jurídico, o STF avança lentamente para o encerramento do caso, com decisão final prevista para o segundo semestre deste ano. As implicações da medida também ressoam na Câmara dos Deputados, onde tramita um processo de cassação contra Brazão, estagnado há meses no plenário.

Repercussões e perspectiva futura

A substituição da prisão preventiva de Chiquinho Brazão por prisão domiciliar levanta questões sobre transparência e responsabilidade no trato de temas que envolvem figuras públicas investigadas por crimes graves. A manutenção de privilégios como salários integrais e gabinetes ativos durante o período de detenção aumenta as críticas à demora no julgamento de processos éticos na Câmara dos Deputados. Além disso, a relutância de setores do Legislativo em acelerar a perda de mandato de parlamentares em situações semelhantes evidencia desafios no combate à impunidade.

No âmbito judicial, a decisão de Moraes destaca a importância de medidas individualizadas que considerem tanto a integridade física do acusado quanto o interesse público. Entretanto, organizações de direitos humanos e familiares de Marielle Franco continuam a cobrar celeridade na responsabilização dos envolvidos. À medida que os desdobramentos judiciais e legislativos sobre o caso avançam, cresce a expectativa quanto à implementação de reformas estruturais para evitar que situações semelhantes comprometam a credibilidade das instituições democráticas no Brasil.

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