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Redes sociais são ameaça global segundo Moraes: “Nazistas teriam conquistado o mundo”

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Redes sociais são ameaça global segundo Moraes.

Ministro analisa poder das plataformas digitais.

Em recente declaração à revista norte-americana “The New Yorker”, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma análise impactante sobre o papel das redes sociais no mundo contemporâneo. Moraes afirmou que, caso o ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels, tivesse acesso ao X, rede social comandada por Elon Musk, os nazistas poderiam ter conquistado o mundo. A entrevista, publicada no dia 7 de abril de 2025, destacou como as plataformas digitais transformaram a comunicação e se tornaram mecanismos estratégicos para influenciar as massas. O magistrado também ressaltou que as redes sociais possuem um imenso poder econômico, gerando receitas bilionárias que frequentemente estão associadas à manipulação de eleições e à influência política global.

Durante a conversa, Moraes traçou um paralelo histórico, indicando que a força de mobilização das redes, em momentos como a Primavera Árabe, permitiu que movimentos políticos e sociais alcançassem grande escala sem intermediários. Ele destacou que o aperfeiçoamento dos algoritmos, inicialmente concebidos com intenções econômicas, rapidamente evoluiu para finalidades políticas. O ministro alertou que o impacto dessa transformação é profundo, pois facilita o redirecionamento do comportamento social e político das populações.

Os perigos do populismo digital

Moraes chamou atenção para o uso das redes sociais por ideologias como a extrema-direita, que ele descreveu como “altamente inteligente e estruturada”. De acordo com o ministro, esses grupos abraçam um discurso que não ataca diretamente o sistema democrático, mas busca descredibilizá-lo, gerando dúvidas sobre a confiabilidade das instituições. Ele argumenta que essa narrativa, combinada com a facilidade de disseminação proporcionada pelas plataformas digitais, oferece a essas iniciativas uma capacidade inédita de manipular a opinião pública.

Em sua análise, Moraes destacou a necessidade urgente de regulamentação das big techs, afirmando que elas buscam imitar a estrutura de entidades históricas como a Companhia das Índias Orientais, almejando imunidade frente às jurisdições nacionais. Apesar de reconhecer a força econômica das redes, ele apontou que o controle que essas plataformas possuem sobre o fluxo de informações representa um risco direto à soberania dos países, tornando fundamental a imposição de limites legais para conter seus excessos.

Soluções e perspectivas futuras

Encerrando sua declaração, Moraes enfatizou que nem o Brasil nem outras grandes democracias, como os Estados Unidos, aprenderam a lidar plenamente com o impacto das redes sociais. Ele argumentou que, embora a tecnologia tenha trazido inegáveis avanços, também gerou desafios complexos que exigem soluções imediatas. A regulamentação internacional dessas plataformas foi uma das propostas defendidas pelo ministro, que acredita que apenas uma abordagem coordenada será capaz de limitar os danos causados pela manipulação digital.

Com as eleições de 2026 se aproximando, Moraes expressou preocupação sobre o papel das redes sociais no processo eleitoral. Ao refletir sobre o futuro, ele destacou que, para preservar a democracia, é essencial fortalecer as instituições e educar a sociedade sobre os perigos do populismo digital. Apesar das incertezas, o ministro mantém a convicção de que, com a imposição de regras claras e maior conscientização, será possível conter o impacto negativo das redes sociais e garantir um ambiente político mais equilibrado.