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Investigação sobre compra do Banco Master pelo BRB

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MPDFT apura transação bilionária entre bancos.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaurou na terça-feira (1º) um inquérito civil para investigar as circunstâncias em torno da aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A operação, que envolve valores entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, tem gerado questionamentos sobre sua viabilidade e possíveis impactos no setor público. Anunciada pelo Governo do Distrito Federal na última sexta-feira (28), a compra prevê que o BRB assuma 58% do capital total e 49% das ações ordinárias do Master, consolidando-se como principal controlador. A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social também participa dessa análise, com foco em possíveis irregularidades que poderiam resultar em representação ao Tribunal de Contas do DF (TCDF).

Detalhes da aquisição geram preocupações no mercado

O caso atraiu atenção não apenas do Ministério Público, mas também do mercado financeiro, devido ao histórico do Banco Master, conhecido por uma abordagem agressiva, como a oferta de rendimentos de até 140% do CDI, acima da média de pequenos bancos. Informações recentes apontam que o Master enfrenta desconfianças, especialmente após a tentativa fracassada de emissão de títulos em dólares e questionamentos acerca de operações com precatórios, além de dificuldades em publicar balanços financeiros. No passado, o BTG Pactual chegou a oferecer apenas R$ 1 para assumir a instituição devido aos altos riscos envolvidos. Para o BRB, que já enfrenta desafios de governança e baixa rentabilidade, a aquisição pode ser vista como um esforço para expandir sua atuação e reequilibrar suas contas, mas não sem gerar polêmicas.

Impactos e ações regulatórias em destaque

O desdobramento da operação também inclui a reação de órgãos regulatórios e legisladores. A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) convocou o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, para esclarecer os motivos e estratégias por trás da aquisição, em audiência agendada para a próxima segunda-feira (7). Além disso, o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda precisam aprovar formalmente a transação. Ao mesmo tempo, a agência de classificação de risco Moody’s destacou os riscos de execução e integração gerados pela aquisição, citando a governança complexa do BRB e a alta concentração do livro de empréstimos do Master. A incerteza sobre o impacto financeiro do negócio reforça o ambiente de cautela no setor.

Perspectivas futuras e próximos passos

Com investigações em andamento e aprovações regulatórias pendentes, o futuro da aquisição do Banco Master pelo BRB ainda é incerto. O Ministério Público e o Tribunal de Contas assumem um papel central em determinar se houve irregularidades e se a transação compromete os cofres públicos do Distrito Federal. Enquanto isso, investidores e entidades como o Sindicato dos Bancários do DF observam com preocupação, alertando sobre os possíveis riscos para o patrimônio público e classificando o negócio como gestão temerária. O desenrolar dessa situação definirá não apenas a trajetória dessas instituições financeiras, mas também a confiança do mercado no setor bancário estatal.

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